Dados apresentados na mais recente reunião do Conselho de Turismo da FecomercioSP (Arte: TUTU)
O mundo dá voltas e se transforma, mas os viajantes corporativos brasileiros gostam mesmo é do cara a cara. Essa foi uma das conclusões da pesquisa sobre as transformações no setor, uma iniciativa da Panrotas e da Mapie, em parceria com o Trvl Lab, um laboratório de inteligência de mercado em viagens. Os dados foram apresentados na mais recente reunião do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), realizada na última quinta-feira (29/2).
De acordo com o levantamento, a maioria dos destinos das viagens de negócios realizadas é nacional, com frequência de 1 a 4 vezes nos últimos 12 meses. Costumam ter duração de 2 a 3 dias, e o gasto médio diário — considerando transporte, hospedagem, alimentação e gastos extras — gira em torno de R$ 301 a R$ 1 mil. Em comparação com 2019, a quantidade de viagens a trabalho aumentou mais de 53%. A pesquisa também traz cinco grandes sacadas sobre o viajante corporativo brasileiro, além dos cinco perfis desse público específico. Clique aqui e saiba mais!
Os não tão novos formatos de trabalho
A primeira grande sacada mostra que, após alguns anos de pandemia, o presencial voltou a ser o modelo preponderante, ainda que o formato híbrido tenha ganhado espaço. Em alguns cenários, as viagens corporativas voltariam em quantidades reduzidas, mas, para a maioria dos viajantes corporativos brasileiros, elas aumentaram. Há mais flexibilidade por parte das empresas para autorizar e até incentivar viagens híbridas (blended travel/bleisure) e escritório de qualquer lugar (anywhere office), mas o seu uso por parte dos viajantes ainda é moderado. Em resumo, a pesquisa demonstrou que as viagens corporativas estão mais próximas do status quo pré-pandemia do que do cenário de transformações aceleradas anteriormente previsto.
Mais autonomia para o viajante
As políticas de viagens estão mais flexíveis que no pré-pandemia e concedem mais autonomia de escolha aos viajantes, inclusive com aumento da atenção às preferências de cada indivíduo. Entretanto, o poder de influência na escolha por conveniência, conforto e praticidade é mediano. Grande parte dos brasileiros tem autonomia para escolher fornecedores de viagens, sendo que, em alguns casos, há limitação orçamentária.
ESG conceitual
Algumas empresas já começaram a prestar atenção na cadeia completa de fornecedores e a priorizar aqueles que atentem para a sustentabilidade, mas ainda não são maioria. Viajantes estão mais atentos ao consumo local e à sustentabilidade, deixando de ser uma tendência para ser um comportamento conceitual adotado, porém ainda por uma maioria inicial de acordo com a Lei da Difusão da Inovação. Na prática, as decisões ainda não são pautadas na sustentabilidade e não refletem na aceitação de cobranças adicionais por produtos e serviços mais sustentáveis e responsáveis. O buzz da agenda ESG é mais teórico que real.
Tecnologia facilitadora
As ferramentas tecnológicas mais utilizadas em viagens corporativas são aquelas amplamente aplicadas no dia a dia como Google, os aplicativos das Online Travel Agencies (OTAs), as próprias ferramentas disponibilizadas pelas empresas e o WhatsApp. Na vida real, biometria, reconhecimento facial, assistentes de voz e Inteligência Artificial (IA) ainda são tendências para o futuro. Somente quando essas tecnologias facilitarem efetivamente uma jornada do usuário já entregue sem atrito é que serão amplamente adotadas.
O futuro com cara de passado
Breves reuniões continuarão sendo realizadas remotamente, mas o presencial ainda será valorizado. Esses eventos são considerados importantes, e as viagens, fundamentais para a manutenção saudável dos negócios. O que mudou efetivamente foi o aumento do planejamento e das atividades realizada em uma viagem, potencializando resultados. As viagens de negócios já voltaram aos patamares pré-pandemia, apesar de as empresas estarem mais criteriosas no processo de autorização e com o orçamento ainda reduzido para esse fim.
Fonte Oficial: FecomercioSP