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A lição da China que o Brasil precisa adotar no apoio às Startups

Segundo a agência Reuters, A China anunciou nesta última sexta-feira, 26 dezembro 2025, um novo fundo nacional de capital de risco focado em startups em estágio inicial, enviando um sinal claro ao mundo de que inovação não nasce grande, ela é construída desde o começo. O governo chinês decidiu investir pesado justamente na fase mais sensível da jornada empreendedora, quando o risco é maior, o capital é escasso e o apoio certo pode definir se uma boa ideia vai morrer cedo ou se transformar em um gigante global.

Os números impressionam. O país lançou três fundos nacionais que, juntos, devem ultrapassar US$ 21 bilhões, com investimentos direcionados a startups avaliadas em menos de 500 milhões de yuans, limitando cada aporte individual a 50 milhões de yuans. A estratégia é clara, pulverizar capital, investir cedo, em pequena escala, com visão de longo prazo, ciclos de 15 a 20 anos, e foco em tecnologias críticas como inteligência artificial, computação quântica, biomedicina, semicondutores, aeroespacial e redes 6G. É política pública com leitura estratégica de retorno e soberania tecnológica.

Analistas internacionais veem essa iniciativa como um instrumento claro de política econômica, desenhado para alinhar capital financeiro à estratégia de desenvolvimento de longo prazo da China. As diretrizes que antecedem o 15º Plano Quinquenal (2026–2030) já sinalizam a ampliação do uso do capital de risco como ferramenta estruturante, criando mecanismos para expandir o financiamento e compartilhar riscos nas indústrias do futuro. Não por acaso, o fundo foi concebido com horizonte de até 20 anos, refletindo a compreensão de que empresas movidas por inovação não crescem em ciclos curtos. É exatamente por isso que esse modelo é chamado de capital paciente, porque entende que inovação exige tempo, consistência e visão de longo prazo.

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Esse movimento não é isolado. No mundo todo, os resultados mostram que fundos de early stage tendem a capturar retornos desproporcionais quando comparados a investimentos feitos apenas em estágios mais avançados. Grandes fundos globais seguem alocando cheques cada vez maiores em startups maduras, mas a China entendeu algo fundamental, apoiar o início não é só fomentar inovação, é criar opcionalidade, competitividade e liderança no longo prazo. Investir cedo é mais arriscado, mas também é onde está o maior potencial de multiplicação.

A experiência chinesa deixa um recado direto para países emergentes como o Brasil. Aqui, o BNDES já criou no passado um fundo anjo, uma iniciativa importante, mas claramente insuficiente diante do tamanho, da diversidade e da velocidade com que o ecossistema brasileiro de startups cresce. O país precisa de soluções mais robustas, contínuas e estruturais para financiar inovação na largada, não apenas programas pontuais ou experimentais.

É nesse contexto que vale olhar para quem já faz isso na prática. No Brasil, a Bossa Invest foi pioneira ao investir de forma consistente nos estágios anjo e pré-seed. Ao longo de mais de 10 anos, consolidou-se como uma das 10 Venture Capitals mais ativas do mundo, com aproximadamente 1.800 startups investidas, construindo um modelo estratégico que combina volume, diversificação e qualidade, com cerca de apenas 10% de write-off e o impressionante número de 135 exits. É a demonstração concreta de que investir cedo não é discurso, é estratégia comprovada, com resultados mensuráveis e impacto real no ecossistema.

Se a China está mostrando que o capital estatal pode induzir inovação, atrair investidores privados e acelerar setores estratégicos, o Brasil pode aprender e adaptar esse modelo à sua realidade. Incentivar o investimento em estágios iniciais não é gasto, é política de crescimento, geração de valor e construção de futuro. E enquanto novas soluções públicas não ganham escala, iniciativas privadas como a Bossa Invest seguem cumprindo um papel essencial, mostrando que apostar no começo não só faz sentido, como pode ser um excelente negócio para o país e para quem investe.


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Fonte Oficial: https://startupi.com.br/a-licao-da-china-que-o-brasil-precisa-adotar-no-apoio-as-startups/

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