Com investimento da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o programa Coopera+ entregou, em 2025, 13 caminhões e 104 equipamentos a três redes de cooperativas de reciclagem do Distrito Federal. A iniciativa beneficia cerca de 1,1 mil catadores e tem como meta ampliar a produtividade da coleta seletiva em até 30% e elevar a renda da categoria em 20%.
Do total de R$ 16,9 milhões anunciados no lançamento do programa, em maio, R$ 12,1 milhões já foram desembolsados neste ano. Os recursos foram aplicados na modernização da frota e na aquisição de prensas, esteiras, compactadores e empilhadeiras, além da oferta de consultorias técnicas.
Os caminhões entregues contam com sistema de pesagem eletrônica e capacidade para até 2,5 toneladas. O pacote de apoio inclui ainda consultorias nas áreas de gestão, logística e práticas de economia circular, fortalecendo a atuação das cooperativas ao longo de toda a cadeia da reciclagem.
Para o presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, o programa eleva o nível de atuação dos catadores, que passam a operar como agentes especializados da logística industrial. “Eles vão poder produzir mais, de forma mais digna, com equipamentos que aumentam a produtividade e a competitividade”, afirma.
Segundo ele, o Coopera+ alia o enfrentamento dos desafios climáticos à geração de renda para quem está na base da pirâmide.
Coleta seletiva sem catador é apenas lixo
As cooperativas beneficiadas integram a Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal e Entorno (Centcoop), a Rede Alternativa e a Central das Cooperativas de Catadoras e Catadores do Centro-Oeste (CCO). Juntas, elas reúnem cerca de 30 cooperativas no DF.
O que antes exigia mais esforço físico, agora ganha a força da mecânica e da tecnologia. Para a diretora da Centcoop, Aline Sousa, os equipamentos simbolizam uma “luta que virou conquista”.
“É preciso investir em melhores condições de trabalho, porque coleta seletiva sem catador é apenas lixo”, destaca.
Na prática, os impactos já são visíveis. Na cooperativa Coopere, no Sol Nascente, a chegada de novas esteiras representou um avanço nas condições de trabalho. “A vida muda quando a gente se sente visto”, afirma a catadora Antônia Cineide.
No Paranoá, a Recicla Mais Brasil ampliará a capacidade de produção para até 100 toneladas por mês. “O processo foi otimizado e as máquinas melhoraram muito o nosso trabalho”, diz o presidente da cooperativa, William Sousa Santos.
Tecnologia a serviço do meio ambiente
O Coopera+ atua em diferentes etapas do processo produtivo. No processamento, foram entregues esteiras, prensas e empilhadeiras para acelerar a triagem. Na logística, as cooperativas receberam equipamentos como sistemas roll-on/roll-off e mini pás carregadeiras. Na gestão, o programa oferece consultorias especializadas em processos produtivos e economia circular.
Estruturado como uma política pública passível de replicação nacional, o Coopera+ está alinhado à Política Nacional de Resíduos Sólidos, ao Plano Nacional de Inclusão Produtiva e à Estratégia Nacional de Economia Circular.
A iniciativa também dialoga com os objetivos da Nova Indústria Brasil, voltada a um setor produtivo mais verde, justo e inovador, e contribui para o fortalecimento do cooperativismo em cadeias industriais ligadas à agricultura familiar.
Mais entregas em 2026
Para 2026, estão previstas a entrega de dez novos caminhões, com investimento de R$ 4,6 milhões, além da continuidade das consultorias técnicas. “Com o êxito do programa, o Coopera+ ajudará a consolidar o Distrito Federal como um laboratório de sucesso para a industrialização da reciclagem no país”, avalia o gerente da Unidade de Fomento às Estratégias ASG da ABDI, Rogério Araújo.
Foto: Matheus Leocádio/ABDI
Fonte Oficial: https://www.abdi.com.br/nova-frota-e-equipamentos-modernizam-a-coleta-seletiva-para-mais-de-mil-catadores-no-df/