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Fórum discute oportunidades do Acordo Mercosul-UE para mulheres de negócios

A participação feminina no Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE), a ser firmado em dezembro, foi o tema do Fórum Mulheres Mercosul-UE, promovido pelo Clube Mulheres de Negócios em Língua Portuguesa (CMNLP) nesta quinta-feira (27), em Brasília. A gerente da Unidade de Desenvolvimento Industrial da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Cecília Vergara, representou a Agência em um dos painéis do evento, realizado na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O fórum articula esforços para que o acordo comercial promova o espírito empresarial feminino, especialmente em países onde as mulheres enfrentam maiores barreiras no acesso ao crédito, à infraestrutura e a ativos produtivos.

“Ser mulher hoje no país é difícil. Na indústria, é triplicamente mais difícil. Não é fácil, você precisa capacitar as mulheres”, disse Cecília, após destacar que no Brasil, diferentemente da UE, foi necessária a criação de uma lei para assegurar às mulheres 30% dos cargos em conselhos de administração de empresas públicas e sociedades de economia mista.

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“As mulheres têm características como criatividade, sensibilidade e cuidado que são essenciais para a economia que a União Europeia traz nesse acordo, que é uma economia voltada para o ASG [Ambiental, Social e Governança]. Não tem mais como retroceder, são padrões éticos da humanidade, hoje. O que está estipulado nesse acordo de 25 anos de trabalho não vai mudar.”

O componente “Comércio e Desenvolvimento Sustentável” do Acordo Mercosul-UE inclui aspectos que se alinham com a agenda ASG. Segundo a gerente da ABDI, os valores presentes no tratado são, mais do que desafios, oportunidades.

“As mulheres, as empresas, as lideranças femininas e outras empresas têm que se adaptar à rastreabilidade, à economia circular, à governança, à auditoria, à transparência, para que seus produtos tenham qualidade, durabilidade e atendam de fato ao mercado europeu naquilo que se propõe dentro desse acordo”, concluiu.

Novo mercado

As oportunidades do tratado de livre comércio trazem para as mulheres, em sua essência, um novo e amplo universo a explorar. Segundo a diretora do Departamento de Promoção das Exportações e Facilitação do Comércio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Janaína Batista Silva, também integrante do painel, a atual representatividade feminina em negócios do Brasil com o mundo ainda é muito pequena, com apenas 14% das empresas que exportam lideradas por mulheres.

O percentual, que representa pelo menos 2% do valor exportado pelo Brasil, é voltado especialmente a mercados nas Américas, o que aponta o largo espaço para crescimento das cooperações bilaterais em termos de comércio com a União Europeia.

“A minha recomendação aqui é que a gente conheça a fundo o acordo, todos os pontos do acordo em que o tema gênero aparece”, sugeriu Janaína. “Conhecer dados, conhecer quais são os setores em que as mulheres estão melhor representadas, quais são os principais interesses das mulheres, quais são as principais barreiras no acesso ao mercado que as mulheres estão enfrentando, para que a gente possa atacar esses problemas.”

Foto: Jeferson Stader

Fonte Oficial: https://www.abdi.com.br/forum-discute-oportunidades-do-acordo-mercosul-ue-para-mulheres-de-negocios/

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