vagas crescem 500 mil em fim de ano

O mercado brasileiro de empregos temporários tem consolidado relevância crescente na dinâmica de contratação das empresas. Segundo entidades do setor, esse modelo se fortaleceu nos últimos anos como uma alternativa estratégica para organizações que precisam ajustar rapidamente suas equipes em períodos de maior demanda, testar novos formatos de operação ou suprir picos sazonais sem comprometer estruturas permanentes de custo.

O mercado de trabalho temporário tem ganhado relevância nos últimos anos, impulsionado pelo avanço do comércio eletrônico, pela profissionalização das cadeias logísticas e pela adoção de modelos mais flexíveis de gestão de pessoas. Regido pela Lei Federal nº 6.019/1974 e pelo Decreto nº 10.854/2021, o Trabalho Temporário é um regime especial de contratação que permite às empresas suprirem necessidades transitórias, como a substituição de pessoal permanente ou o atendimento a demandas complementares em períodos de maior movimentação. Segundo a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (ASSERTTEM), o modelo desempenha papel importante na inclusão e qualificação profissional, ao oferecer formalização, renda e oportunidades de entrada ou retorno ao mercado para trabalhadores desempregados.

Dentro desse cenário, o último bimestre do ano permanece como o período de maior aquecimento. Para 2025, a ASSERTTEM projeta a abertura de mais de 500 mil vagas temporárias entre novembro e dezembro. A combinação entre Black Friday, pagamento do décimo terceiro salário e elevação do consumo nas festas de fim de ano deve impulsionar especialmente os segmentos de varejo, e-commerce e operações logísticas — responsáveis pelos maiores volumes de contratações.

A entidade observa que empresas desses setores ampliam rapidamente suas equipes para acompanhar a intensificação das vendas, a expansão das entregas e o aumento das atividades de armazenagem. Nos últimos ciclos, o comércio digital e a interiorização dos centros de distribuição ampliaram ainda mais a demanda por profissionais para funções operacionais e de apoio.

A tendência também é confirmada pelo setor de recrutamento. A Gi Group Holding, multinacional especializada em soluções para recursos humanos, conduz neste período um processo seletivo com mais de mil vagas temporárias destinadas a um centro de operações logisticaslogísticas na grande São Paulo. As posições incluem operador logístico, auxiliar de separação e embalagem e atividades gerais de suporte operacional, funções que tradicionalmente concentram altas demandas no fim do ano.

De acordo com Gisele Amaral, gerente de Excelência Operacional na Gi Group Holding, o emprego temporário segue desempenhando papel relevante na transição para contratos permanentes. “As empresas observam de perto o desempenho do profissional. Quem demonstra comprometimento nas primeiras semanas amplia significativamente as chances de fazer parte do quadro fixo”, afirma.

A especialista destaca também os critérios mais comuns avaliados pelas empresas durante entrevistas e dinâmicas de seleção. Entre eles estão a apresentação clara do histórico profissional no currículo, o conhecimento básico sobre a empresa contratante, a postura nas interações com avaliadores, a organização emocional em situações de pressão e a adequação da vestimenta ao ambiente de trabalho. “O comportamento pesa tanto quanto a experiência”, reforça.

O avanço das operações de comércio eletrônico, aliado à expansão dos centros de distribuição em diferentes regiões do país, indica que o ritmo de contratações temporárias deve permanecer elevado até o início de janeiro. Para especialistas, o último bimestre do ano mantém-se como uma das principais portas de entrada para profissionais em busca de recolocação, experiência ou primeira oportunidade formal de trabalho. “O fim do ano costuma abrir portas importantes. Com preparo e atitude, o trabalho temporário pode se transformar em um passo sólido para uma trajetória profissional mais estável”, conclui Gisele.

Fonte: Gi Group Holding