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Investimentos em foodtechs somam R$ 877 milhões e indicam mudanças estruturais no mercado

O mapeamento elaborado por Liga Ventures e Bioma Foodhub apresenta um retrato atualizado do cenário de negócios de foodtechs. O relatório aponta captação de R$ 877 milhões em 2024 distribuída em 24 operações, além de um conjunto de tendências que ajudam a compreender movimentos recentes de empreendedores e investidores.

O levantamento identificou 500 iniciativas em operação, todas utilizando tecnologias diversas para construção de ofertas voltadas ao consumo e à indústria. Do total, 21,4 por cento surgiram entre 2020 e outubro de 2025. O recorte indica que parte relevante da base atual se consolidou após mudanças trazidas pelo período de digitalização acelerada e por ajustes macroeconômicos que influenciaram o ambiente de financiamento.

As categorias mais presentes entre empresas formadas nesse intervalo incluem novos alimentos e bebidas, gestão de pedidos, reaproveitamento e gestão de resíduos, gestão de processos foodservice e marketplace de alimentos e delivery. O conjunto demonstra a busca por soluções que tratam etapas variadas do ciclo operacional, desde desenvolvimento de produtos até comercialização.

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Panorama das foodtechs e distribuição das categorias

O estudo classifica as 500 iniciativas em 23 grupos. Novos alimentos e bebidas lideram com 13,66 por cento, seguidos por logística e entrega, 7,35 por cento, e gestão de pedidos, 6,93 por cento. Marketplace de alimentos e delivery soma 6,72 por cento, enquanto reaproveitamento e gestão de resíduos e descarte alcança 6,51 por cento. Promoção do varejo responde por 6,30 por cento; tecnologias para produção, 6,09 por cento; e gestão de processos foodservice, 5,25 por cento. Alimentação em casa e no trabalho e farm to table aparecem com 4,41 por cento cada.

Marketplace B2B representa 3,99 por cento; gestão do varejo, 3,78 por cento; serviços em bebidas, 3,36 por cento; cadeia agropecuária e qualidade e monitoramento, 3,15 por cento cada. Novos canais de vendas somam 2,94 por cento; informação e orientação, 2,73 por cento; dados e promoção no foodservice, 1,89 por cento cada. Relacionamento com fornecedores marca 1,68 por cento; gestão financeira no foodservice e marketplace para produção, 1,47 por cento cada; e shoppers, 0,84 por cento.

Daniel Grossi, cofundador da Liga Ventures, afirma que o setor passa por reorganização após expansão marcada por surgimento de marcas e linhas de produtos. Ele observa que muitas estruturas enfrentaram dificuldades para alcançar escala por causa de margens estreitas e disputas em nichos restritos. Grossi destaca que, diante desse contexto, ganham força soluções que lidam com logística, rastreabilidade e comercialização, abrindo espaço para tecnologias capazes de gerar previsibilidade e reduzir perdas.

O relatório aponta ainda 60 iniciativas que aplicam inteligência artificial em funções como otimização de suprimentos, monitoramento de ambientes e produtos, personalização de ofertas, gestão de inventário, análise de sentimento, avaliação de retorno de clientes e práticas relacionadas a sustentabilidade.

A distribuição geográfica indica concentração em São Paulo, com 52 por cento do total. Na sequência aparecem Paraná e Minas Gerais, ambos com 9 e 8 por cento respectivamente; Rio de Janeiro, 8 por cento; Rio Grande do Sul, 6 por cento; Santa Catarina, 6 por cento; Espírito Santo, 3 por cento; Ceará, Goiás e Pernambuco, todos com 1 por cento.

A análise de maturidade mostra que 43 por cento são emergentes, 26 por cento estão estáveis, 19 por cento são nascentes e 12 por cento atuam com caráter disruptor. Entre tecnologias mais aplicadas, destacam-se API, Data Analytics, geolocalização, marketplace e banco de dados. O público-alvo predominante é o mercado B2B, com 55 por cento.

Juliana Bechara, fundadora e diretora executiva do Bioma Foodhub, afirma que o ambiente atual apresenta barreiras maiores que no passado recente. Ela ressalta que mudanças de hábitos do consumidor exigem informação clara e que, no B2B, ganham força soluções que ampliam agilidade operacional e capilaridade nacional.

Os dados utilizados no levantamento foram extraídos da ferramenta Startup Scanner, plataforma desenvolvida pela Liga Ventures para acompanhamento de indicadores de iniciativas brasileiras e latino americanas.


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Fonte Oficial: https://startupi.com.br/investimentos-foodtechs-somam-r-877-milhoes/

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