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Unindo tradição com inavação Petry Sabores completa 60 anos de história

Diretamente de Presidente Lucena (RS), a Petry Sabores completa 60 anos em 2025. Fundada em 1965, por um casal de origem germânica, a produção, inicialmente artesanal de schimier (chimia) de batata doce e melado de cana, era vendida para vizinhos e pequenos comerciantes da região. Em 2003, a empresa decidiu diversificar seus produtos, com o lançamento de novos sabores de doces.

Já nos próximos anos, a marca focou muito em inovação, diversos sabores e parcerias foram desenvolvidos, além de novas linhas lançadas. Hoje, já se pode dizer que o “carro chefe” da marca é a linha das conservas, que representa mais de 50% do faturamento da empresa.

No Com a Palavra desta semana, o Empresas & Negócios conversou com Luciano Ricardo Fick, diretor administrativo e financeiro da Petry Sabores, sobre inovação no ramo alimentício e conexão com o Rio Grande do Sul.

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Empresas & Negócios – Como foi a sua trajetória na Petry Sabores?

Luciano Ricardo Fick – Estou há 10 anos na empresa, hoje sou diretor administrativo e financeiro. Então, desses 60 anos de história, eu participei dos últimos 10. Não sou da família, que hoje, na empresa, já está na segunda geração, preparando para a terceira, já dentro da companhia, mas em cargos mais baixos.

E&N – Como começou a Petry Sabores?

FickEm primeiro lugar, a Schmier (chimia), é um produto bem específico aqui da região (Presidente Lucena), foi uma cultura trazida pela colonização alemã, que então para não perder a fruta, se cozinhava com açúcar e fazia o doce. Então daí nasceu a expressão Schmier, que na tradução seria espalhar, algo que se espalhe no pão. A família Petry produzia para o seu consumo e também passou a produzir para vender. Por mais de 30 anos era produzido apenas um produto, a schmier colonial de batata doce e melado, que era comercializado em baldes de 20 kg, para que pudesse ser vendido a granel nos estabelecimentos comerciais da grande Porto Alegre. No começo as matérias primas eram oriundas da própria propriedade da família, não tinha insumos de fora, a não ser o açúcar. Era algo familiar e artesanal. A partir de 2003, um passo importante na história da Petry, começou a ser fabricado demais sabores, principalmente de frutas como morango, abacaxi, goiaba e uva

E&N – A Petry Sabores atua apenas no Rio Grande do Sul?

Fick – Temos uma única fábrica, em Presidente Lucena, e locamos um centro de distribuição de quatro mil m², na cidade vizinha, Dois Irmãos, que representa um pulmão para nós. Nossos produtos ainda não chegam em todo o Brasil, são comercializados no sul do país, o doce vai melhor nas regiões colonizadas por alemães, italianos, pelo interior dos estados.

E&N – Além das clássicas chimias, a empresa trabalha com quais outros produtos? 

FickHoje destacamos as conservas, que foram introduzidas na nossa linha em 2015. As conservas fizeram a marca ser bastante conhecida em todo o sul do Brasil, isso pelo fato do consumo delas ser muito grande do Paraná para baixo. Esse projeto fez a marca se espalhar, e hoje as conservas já representam mais de 50% do faturamento da empresa. Além disso, uma terceira categoria, a linha do food service, que é uma linha para padarias e confeitarias. São aqueles recheios para cucas, para tortas e coberturas. Com essa linha o objetivo não é chegar no consumidor final, mas sim no industrializador, e a gente acredita que será esse produto que vai fazer chegarmos no Sudeste, Nordeste, antes das conservas e dos doces de frutas.

E&N – A Petry Sabores tem relação com o suco Petry?

FickNão, apesar de sermos de cidades vizinhas, nós da Petry Sabores em Presidente Lucena, eles em Ivoti. É um sobrenome, mas nem parentes são. Até por isso estamos procurando chamar a Petry Sabores dessa forma, também para diferenciar.

E&N – Com 60 anos de história no mercado, qual aspecto você destaca para os produtos estarem na mesa dos gaúchos?

Fick – Em primeiro lugar destaco a qualidade que nós conseguimos imprimir hoje nos produtos. Também pela tradição, pela história da empresa, que estamos cada vez mais divulgando e contando essa história nas redes sociais. Além disso, acredito que pela questão de inovação, em sentido de produtos novos. Talvez esse 2025 esteja marcando a história como o ano em que mais lançamentos teve. Acredito que é isso que marca, que faz o produto chegar e ser lembrado na mesa e na mente dos consumidores. 

E&N – Como a Petry Sabores trabalha com inovação de seus produtos?

FickSão pesquisas de mercado, que nossa equipe de P&D juntamente com o comercial e a própria direção da empresa fazem. Através dessas pesquisas buscamos acompanhar as tendências do mercado, e fazer o lançamento de produtos, buscando atender a necessidade do consumidor, seja ela de produto, sabores, variações novas ou embalagens que façam sentido pela questão de gramagens. Entender que as famílias estão reduzindo de tamanho e talvez precise ao invés de oferecer um vidro com 300 gramas de pepino, eu preciso oferecer uma embalagem mais prática, com uma quantidade menor que, por exemplo, sirva para uma janta de duas pessoas. 

E&N – Ainda no ramo de inovação a Petry Sabores recentemente fez uma parceria com o Sport Club Internacional. Como foi o processo até chegar ao produto final dessa parceria?

FickNós entendemos que possuímos um excelente produto, e gostaríamos que esse produto tivesse um alcance maior do que ele tem. Então, fizemos a provocação, não só pro Inter, mas também para o Grêmio. O Internacional de primeira topou, e projetamos o produto também para chegar na mesa de mais consumidores, aproveitando essa paixão pelo futebol. A Petry quer estar junto nesses momentos de comemoração e de união, em família.

E&N – Qual a conexão da marca com o Rio Grande do Sul?

FickA marca é daqui e sempre esteve aqui. Eu acredito que ela defende muito a cultura do Rio Grande do Sul, por ser um produto que é nosso. O maior consumidor do Brasil, no ramo das conservas, é o Rio Grande do Sul, o próprio doce de frutas, as geleias, então a gente sabe, nós produzimos um patrimônio cultural gaúcho. A gente mantém viva uma tradição, um hábito do gaúcho do café da manhã, de passar no pão o produto, e em diversos outros momentos do dia a dia. E destacar também os produtos que são característicos nossos, a exemplo da geleia de bergamota, para valorizar ainda mais essa ligação cultural com o nosso estado.

E&N – Como é o processo de produção dos produtos?

FickHoje nós compramos matérias-primas e embalagens. As matérias-primas são de produtores rurais, mas, a grande maioria, de produtores locais, aqui da região. Então, dessa forma, também se ajuda a desenvolver a comunidade local. O produtor a partir de uma parceria, de uma demanda,  quando ele tem disponibilidade das frutas, traz para a empresa, e o setor de qualidade atua. Temos os nossos fornecedores parceiros que nos abastecem. O processo produtivo é todo aqui dentro, é feito desde a fruta, chegando aqui in natura, até o produto sair embalado, todo processo é feito na fábrica.

E&N – Esse processo atualmente já é automatizado? 

Fick – Ele é semi automatizado, ainda dependemos da mão de obra humana, das pessoas colocando a mão, principalmente por termos uma diversidade muito grande de produtos, possuímos mais de 300 itens em linha. Precisamos da mão de obra humana, até porque tem alguns produtos que ainda não tem uma demanda tão grande que possa automatizar. Alguns produtos funcionam de formas mais automatizadas, pelo fato de ter uma escala maior de produção, mas, para manter a variedade de produtos, precisamos de interação humana. Ainda é uma escolha nossa fazer dessa forma, para garantir um produto final de melhor qualidade, acredito que ainda não temos tecnologia para automatizar por completo, a não ser que tenha poucas linhas, um produto padrão, e isso não é a Petry.

E&N – Como se manter no topo em um mercado como o do ramo alimentício?

FickInvestir em pessoas, tanto pela mão de obra, mas também pessoas que ajudam a pensar, a desenvolver novos produtos, a garantir a qualidade do produto, fazer a parte de pesquisa, inovação, qualificação de fornecedores e da matéria-prima e estudo de mercado. O segredo são pessoas que vão te ajudar a manter o alto padrão de exigência e de qualidade que a empresa tem.

E&N – Como você imagina o mercado nos próximos anos?

Fick – Eu acredito que é um mercado que tende a crescer muito. O ramo de alimentos como um todo vai se manter em crescimento à medida que também cresce a população, que vai dando mais valor à sua alimentação e a consumir um produto de qualidade. O consumidor nos passa isso, ele quer produtos de qualidade, quer saber o que tá consumindo, então se torna mais exigente e nós temos que acompanhar esse movimento. A alimentação como um todo vai ser muito valorizada, além da alimentação, o produtor rural também, vai começar a entender o que é necessário e vai querer produzir produtos de maior qualidade.

Fonte Oficial: https://www.jornaldocomercio.com/cadernos/empresas-e-negocios/2025/11/1224409-unindo-tradicao-com-inavacao-petry-sabores-completa-60-anos-de-historia.html

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