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Pavilhão da ABDI destaca inovação e rastreabilidade no quarto dia da COP30, em Belém

A rastreabilidade como instrumento de desenvolvimento sustentável e valorização de territórios foi o tema da palestra “Plataforma Origem Controlada: rastreabilidade para produtos de indicações geográficas”, realizada na tarde desta quinta-feira (13), no pavilhão da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), durante o quarto dia COP30, em Belém.

O painel apresentou a Plataforma de Controle, Gestão e Rastreabilidade das Indicações Geográficas (IGs) de café, desenvolvida em parceria pela ABDI, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). O sistema, pioneiro no país, reúne dados sobre 15 regiões brasileiras produtoras de café reconhecidas pela qualidade e pela origem dos grãos.

“Estamos falando de sustentabilidade e de Amazônia no nosso olhar enquanto Brasil. É absolutamente factível a utilização dessa plataforma para que a gente tenha mais indicações geográficas, inclusive nos diversos biomas que a gente tem no Brasil, como a Amazônia. Para que a gente possa ter produtos que desfrutem desses benefícios, não da plataforma apenas, mas da própria proteção de indicação geográfica, para ter um diferencial no mercado e renda para aquele que produz ou participa da cadeia”, explicou Juliana Pires, diretora de Política de Propriedade Intelectual e Infraestrutura da Qualidade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço (MDIC).

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Lançada em 2024, a plataforma foi inicialmente voltada à cadeia do café, com o objetivo de permitir que produtores certificados tenham controle total sobre o processo produtivo, da origem ao consumidor final, sendo um instrumento de inclusão produtiva e valorização dos saberes locais.

A ferramenta permite o registro detalhado de produtores, lotes e processos, incluindo checagem socioambiental e controle de qualidade, com base em protocolos técnicos das próprias IGs. Por meio de QR Codes nas embalagens, o consumidor pode acessar informações sobre a origem, o modo de produção e até a história da família produtora, em diversos idiomas.

De acordo com Marina Zimmermann, assessora técnica do Instituto CNA, a sustentabilidade foi pensada como um eixo central do projeto, tanto no aspecto ambiental, quanto no social, sendo essencial a transparência proporcionada pela rastreabilidade. “Esse projeto traz uma sustentabilidade, que também é humana. Quando o produtor percebe valor no que faz e vê que pode deixar um ativo para o filho, que vai querer continuar produzindo com tecnologia e inovação, a gente cria continuidade e pertencimento. É isso que impede o esvaziamento das áreas rurais. Ou seja, a sustentabilidade se consolida com a confiança. Quando o consumidor tem acesso às informações e sabe exatamente o que está consumindo, isso quebra barreiras e fortalece as cadeias produtivas locais “, observou.

A plataforma foi concebida dentro de um acordo de parceria para pesquisa, desenvolvimento e inovação, com um processo seletivo que envolveu 34 empresas e resultou na escolha da AgTrace, empresa responsável pelo desenvolvimento tecnológico do projeto.

“O mais importante nesse projeto é o trabalho coletivo de política pública e de integração setorial. A rastreabilidade é como um varal vazio, ela só ganha sentido quando a gente começa a pendurar as informações, os dados, as histórias. Esse projeto é um exemplo raro no Brasil, porque conseguiu unir uma cadeia tão complexa como a do café, com diferentes níveis de maturidade tecnológica, em torno de um mesmo propósito”, concluiu André Maltz, CEO da AgTrace.

Lançamento do Portal Impacta Brasil

Mais cedo, pela manhã, o MDIC lançou, no pavilhão da Agência, o Portal Impacta Brasil, plataforma que conecta investidores, empresas e empreendedores a projetos sustentáveis e de impacto socioambiental positivo.

A iniciativa é resultado de parceria entre o Governo Federal, a Aliança pelo Impacto e a Climate Ventures, com apoio técnico da Caixa Econômica Federal, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Sebrae, da Quintessa e do Impact Hub.

Tecnologia e Sustentabilidade

O primeiro painel da tarde, realizado no pavilhão da ABDI, destacou como a infraestrutura da qualidade pode ser uma aliada estratégica na promoção da sustentabilidade e na adaptação às mudanças climáticas.

Com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviço (MDIC), Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o debate reforçou que normas técnicas, certificações e medições de precisão não são apenas instrumentos regulatórios, mas também ferramentas essenciais para impulsionar a economia verde, reduzir emissões e estimular a inovação sustentável.

A discussão evidenciou a importância da integração entre tecnologia, políticas públicas e padrões de qualidade para construir um modelo de desenvolvimento mais eficiente, competitivo e ambientalmente responsável.

“A população em geral entende a importância da agenda ambiental e de proteger o ambiente, mas talvez não entenda todos os esforços que o governo e outros entes fazem nessa direção. Compreender iniciativas de órgãos como o MDIC, o Inmetro e a ABNT traz mais consciência ao consumidor e o capacita a fazer escolhas mais responsáveis. É importante para difundir conhecimento e engajar a sociedade nessa agenda”, disse Alessandra Julião Weyandt, coordenadora de Regulação e Avaliação da Conformidade do Inmetro e uma as palestrantes do evento.

Programa DeepClimate Brazil

Encerrando o ciclo diário de debates do pavilhão da ABDI, o painel “Programa DeepClimate Brazil – Brazilian Science and technology for Climate”, destacou a iniciativa brasileira que conecta ciência de ponta, tecnologia e inovação, para enfrentar a crise climática no país.

O programa, promovido pela Organização Quintessa em parceria com o Cietec — incubadora ligada à Universidade de São Paulo (USP) — e outras entidades, foca na descarbonização da agricultura, da indústria e do setor de energia, além de soluções baseadas na natureza, por meio do Panorama DeepClimate Brasil, mapeamento nacional de soluções.

O debate destacou como o programa estimula o desenvolvimento de tecnologias voltadas à descarbonização, ao uso sustentável do solo, às soluções baseadas na natureza e à adaptação aos efeitos das mudanças do clima, reforçando o papel estratégico da pesquisa científica e da inovação tecnológica na construção de um futuro mais sustentável para o país.

Economia Circular

A programação contou, ainda, com a presença da empresária francesa Francisca Viudes, presidente da Futura Headquarter, filial brasileira da holding SEER Europe, que apresentou o trabalho da empresa na promoção da economia circular e da descarbonização. Em sua fala, Francisca destacou tecnologias inovadoras desenvolvidas pela companhia para a reciclagem de resíduos de biomassa, rastreabilidade de matérias-primas e sequestro geológico de carbono, além da plataforma Climate Investment (CLIIN), voltada à valorização de resíduos e geração de créditos ambientais. A executiva ressaltou o potencial da cooperação entre Brasil e França para impulsionar pesquisa, inovação e sustentabilidade em setores estratégicos, inclusive na Amazônia.

Com uma programação diversa e inspiradora, o pavilhão da ABDI reafirmou seu papel como espaço de diálogo sobre o futuro verde e digital da indústria, destacando a importância da inovação tecnológica e da integração entre governos, empresas e comunidades, na construção de uma economia mais sustentável e inclusiva.

ABDI na COP30

A ABDI participa da COP30 com uma programação voltada a evidenciar o papel da indústria na agenda climática. Com apoio da Daikin, a Agência apresenta um pavilhão de 70 m² na Green Zone, que promoverá 42 painéis temáticos sobre economia circular, bioeconomia, eficiência energética e instrumentos de financiamento para a transição produtiva, entre os dias 10 e 21 de novembro. O espaço conta com infraestrutura para recepção de delegações e atividades técnicas, incluindo conexão de alta velocidade via satélite de média órbita disponibilizada pela Telebras.

Além da atuação no pavilhão próprio, a ABDI integra debates no Pavilhão Brasil e na Zona Azul (Blue Zone), área onde ocorrem as negociações oficiais e a Cúpula de Líderes Mundiais, reforçando a colaboração institucional com ministérios, entidades empresariais, universidades e organizações dedicadas ao desenvolvimento sustentável.

Sobre a ABDI

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e tem como missão promover a transformação digital, a inovação e o desenvolvimento produtivo sustentável no Brasil. A ABDI atua conectando governo, empresas e academia para a construção de uma nova economia verde e inclusiva, baseada em conhecimento, tecnologia e sustentabilidade.

Foto: Fábio Viana/ABDI

Fonte Oficial: https://www.abdi.com.br/pavilhao-da-abdi-destaca-inovacao-e-rastreabilidade-no-quarto-dia-da-cop30-em-belem/

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