*Por Ricardo Longa
O mercado de delivery brasileiro vive um novo capítulo de sua história. Depois de anos marcado pela hegemonia de uma única grande plataforma, o setor começa a se abrir para novos players, trazendo uma disputa que promete mudar completamente o jogo. Até o fim de 2025, veremos empresas com alto poder de investimento entrando com força no país, um movimento que impactará diretamente os três principais agentes dessa cadeia: o consumidor, o restaurante e o entregador.
De um lado, o consumidor passa a ter mais opções e, com isso, mais poder. É ele quem vai determinar quem sairá vencedor dessa disputa. A expectativa é de uma verdadeira guerra de preços, tornando o delivery ainda mais acessível e presente no dia a dia, inclusive em momentos menos óbvios, como o café da manhã ou o lanche da tarde. Ao mesmo tempo, cresce a busca por conveniência: quanto mais rápida e fluida for a experiência, maior será a fidelidade do usuário.
Para os restaurantes, esse novo cenário representa tanto oportunidade quanto desafio. Mais canais de venda significam mais possibilidades de alcançar o cliente, mas também mais complexidade operacional e pressão sobre as margens. Não existe gratuidade, as promessas de taxas reduzidas ou condições especiais muitas vezes escondem custos indiretos. Imagine um restaurante recebendo dez pedidos ao mesmo tempo, de diferentes plataformas. Quem coordena o fluxo na cozinha? Quem define as prioridades e garante que cada entrega siga no tempo certo? Sem inteligência logística e controle de operação, a chance de erro aumenta de forma considerável.
Já para os entregadores, a multiplicação de plataformas abre espaço para escolhas mais estratégicas. Com o avanço de modelos de agendamento e previsibilidade de ganhos, tende a haver maior estabilidade financeira e eficiência nas entregas. Mas a competição também exige atenção: escolher onde e quando atuar pode se tornar um fator decisivo na rentabilidade individual.
No fim do dia, essa disputa não será vencida apenas pelo menor preço. O verdadeiro diferencial estará na experiência completa de entrega, da interface tecnológica ao suporte ao parceiro, passando pela agilidade e pela confiança de quem depende do serviço.
Eu e minha equipe, acreditamos que o futuro do delivery não pertence a quem anuncia mais alto, mas a quem constrói relações sustentáveis e sólidas com todos os envolvidos. A guerra dos marketplaces pode até dominar as manchetes, mas, na prática, quem vai vencer é quem transformar a logística em um ativo estratégico, e não apenas em um campo de batalha.
*Ricardo Longa é CEO da voa.delivery
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Fonte Oficial: https://startupi.com.br/o-novo-capitulo-da-guerra-dos-marketplaces/