*Por Renan Caixeiro
Durante muito tempo, o diferencial de agências de marketing estava na sua capacidade de fazer tudo, desde a gestão de redes sociais até o gerenciamento de mídia paga, SEO, criação de estratégias de branding e promoção de eventos. A lógica era simples: quanto mais serviços, maior o alcance e as oportunidades. Porém, com o passar dos anos, o que era sinônimo de versatilidade se tornou sinal de dispersão.
Um estudo recente do Reportei, que analisou 8 mil agências entre julho de 2023 e junho de 2025, mostrou que as agências que atuam em nichos específicos cresceram, em média, 25% mais que as generalistas. O dado não é apenas estatístico, ele traduz uma mudança estrutural.
O mercado não se expande mais na horizontal, mas na vertical. A lógica da quantidade cedeu espaço à profundidade. Em vez de tentar falar com todos, as agências que mais crescem são as que dominam um segmento, pois conhecem suas dores, sua linguagem e seus códigos culturais.
O setor de saúde é um exemplo. Ele representa metade das agências de nicho que mais cresceram no período. E não é por acaso. Entender as restrições éticas da comunicação médica, os fluxos de jornada do paciente e as normas do Conselho Federal de Medicina (CFM) é o que diferencia quem entrega resultado de quem apenas posta conteúdo.
Essa virada revela que a profissionalização definitiva das agências é mais do que uma tendência. O modelo “fazemos de tudo para todos” deixou de ser sustentável porque o próprio público mudou. As pessoas vivem em micro comunidades digitais, com linguagens, referências e dores muito específicas. As marcas, por consequência, exigem de seus parceiros o mesmo grau de personalização.
O levantamento do Reportei também identificou cinco padrões entre as agências que mais cresceram em receita:
- especialização vertical;
- estratégias de tráfego pago com ROI bem definido;
- atendimento ágil (muitas vezes via WhatsApp);
- conteúdo autoral;
- e automação de relatórios.
Ou seja, não basta escolher um nicho, é preciso operar como especialista. A autoridade nasce da profundidade, e a profundidade exige método.
Isso não quer dizer que as agências generalistas estão condenadas. Há espaço para quem mantém uma atuação mais ampla, mas a previsibilidade de crescimento vem, cada vez mais, da especialização. Para novos negócios, ela é o atalho entre ser apenas mais uma e se tornar referência.
O mercado de agências, portanto, deixou de ser uma avenida larga para se tornar um mosaico de caminhos estreitos e bem definidos. A pergunta que fica é: em um mundo onde todo mundo faz marketing, o que faz a sua agência ser realmente especialista em alguém?
*Renan Caixeiro é CMO e cofundador do Reportei
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