Durante painel realizado no RD Summit 2025, em São Paulo, os comandantes de duas gigantes tecnológicas com operação no Brasil detalharam os critérios utilizados por suas organizações na seleção de profissionais. Dennis Herszkowicz, CEO da TOTVS, e Cléber Morais, diretor-geral da AWS no país, participaram do debate “Do Brasil Para o Brasil: Liderar, Inovar e Traduzir o Futuro”, mediado pela jornalista Christiane Pelajo, da CNBC Times Brasil, na quinta-feira (6).
Os executivos foram unânimes ao afirmar que, embora a capacidade técnica dos candidatos seja relevante, as características comportamentais e o alinhamento com os princípios organizacionais representam os fatores decisivos para uma admissão exitosa.
Perfil buscado pela TOTVS
Herszkowicz, que recebeu cumprimentos da plateia por seu aniversário durante o evento, explicou que a empresa nacional busca prioritariamente “gente boa que quer coisa grande”. O executivo enfatizou que a corporação valoriza indivíduos cordiais no cotidiano profissional e movidos por ambições expressivas.
A retenção prolongada de colaboradores emerge como característica marcante da companhia. Segundo o CEO, encontrar funcionários com 15, 20 ou até 25 anos de vínculo empregatício tornou-se comum na organização.
“A única forma de você ter gente que está há tanto tempo dentro de uma empresa tão bem-sucedida… E que você vê que as pessoas estão lá porque elas querem”, conta Herszkowicz. O executivo ressaltou que a TOTVS funciona como vitrine no mercado, permitindo que seus profissionais migrassem para outras corporações caso desejassem.
Por se tratar de uma organização nacional de capital aberto, a empresa procura um perfil específico: profissionais dispostos a assumir autonomia elevada e poder decisório significativo. “Você precisa ser alguém que está a fim de ter muita responsabilidade”, completou o comandante da companhia.
Metodologia da AWS
Na multinacional de computação em nuvem, o processo seletivo segue o “padrão Amazon”, centrado no cliente. Morais detalhou que, após a validação das competências técnicas — momento em que o candidato comprova aptidão para a função —, a seleção concentra-se nas características pessoais alinhadas aos princípios de liderança corporativos.
“Um dos elementos que nós temos, por exemplo, é a obsessão pelo cliente”, exemplifica o diretor-geral.
O executivo revelou um diferencial no recrutamento da gigante tecnológica: o “Bar Raiser”, expressão que, em tradução livre, remete a alguém que eleva o patamar. Trata-se de um colaborador experiente, profundo conhecedor dos princípios da empresa, que participa da entrevista final com o postulante à vaga.
Investimentos em inteligência artificial
Além dos critérios de contratação, Herszkowicz abordou os investimentos da TOTVS em recursos de inteligência artificial generativa integrados aos produtos de software de gestão empresarial (ERP). O CEO manifestou convicção de que não existe “bolha de investimentos” neste segmento.
“A IA não é uma bolha. Ela veio para ficar. É uma tecnologia gigantesca, horizontal, então, lá, no final do dia, vai impactar tudo, vai impactar o nosso custo, e também gerar produtos novos”, afirma o executivo.
Embora a receita proveniente de inteligência artificial nos produtos de ERP ainda não apresente visibilidade, a organização segue ampliando a criação de agentes de IA generativa na divisão de negócios de gestão.
Após o lançamento de uma loja de agentes de inteligência artificial em junho, o comandante informou que a corporação tem investido internamente nesta tecnologia e trabalha para integrar diferentes modelos de linguagem (LLMs, na sigla em inglês) disponíveis no mercado em seu sistema de gestão.
Herszkowicz acrescentou que a empresa elevou seu aporte em infraestrutura para sustentar o avanço das aplicações de IA em seus produtos. “Esse é um investimento super importante, que é silencioso, é mais difícil de ser visto por quem está de fora, mas eu não tenho dúvida, é o maior trabalho de infraestrutura de AI hoje no Brasil”, informa o executivo.
O debate ocorreu em momento de transformações no modelo laboral das empresas tecnológicas brasileiras. Recentemente, o Nubank definiu retorno ao formato híbrido a partir de 2026, após cinco anos operando remotamente. A WK, por sua vez, abriu vagas híbridas e presenciais para ampliar sua operação em tecnologia.
As declarações dos líderes de TOTVS e AWS evidenciam uma tendência do setor: a valorização de aspectos comportamentais e culturais nos processos seletivos, posicionando a adequação aos valores corporativos como elemento central na construção de equipes duradouras e produtivas.
O RD Summit 2025 reúne lideranças empresariais, empreendedores e profissionais de diversas áreas para discutir tendências em negócios, marketing, vendas e tecnologia. O painel com os executivos de TOTVS e AWS integrou a programação dedicada a inovação e liderança corporativa no cenário nacional.
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Fonte Oficial: https://startupi.com.br/rd-summit-2025-ceo-da-totvs-e-diretor-geral-da-aws/