in

eficiência energética e créditos de carbono no Comércio


No Comércio, a energia utilizada corresponde a cerca de 20% de toda a energia usada no País

Por José Goldemberg e Cristiane Cortez*

Aproximadamente 5% de toda a energia consumida no Brasil está no setor comercial, que inclui comércios varejista e atacadista (lojas, supermercados, shopping centers etc.), serviços em geral (bancos, escritórios, lavanderias, hotéis, restaurantes, bares, academias etc.), educação privada (escolas, universidades etc.), saúde privada (hospitais, clínicas, consultórios, laboratórios etc.) e outros estabelecimentos de prestação de serviços não industriais. Note que serviços de educação e saúde oferecidos pelas diversas instâncias de governo entram nas emissões do setor público.

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

No Comércio, energia é usada principalmente em iluminação, ar-condicionado, refrigeração e computadores — o que significa consumo elétrico, correspondendo a cerca de 20% de toda a energia usada no País. Como quase 80% da eletricidade no Brasil é proveniente de fontes renováveis, as emissões de carbono são relativamente baixas. O consumo de combustíveis fósseis ocorre nos geradores de emergência de estabelecimentos — shopping centers e hospitais, por exemplo — e em atividades como transporte de mercadorias e resíduos sólidos.

Aqui está um quadro-resumo das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) típicas do setor por escopo, com exemplos e porcentuais médios de contribuição.

A participação relativa nas emissões da cadeia depende do tipo de atividade. Por exemplo, nos escritórios e lojas, o maior peso vem do escopo 2 (eletricidade), enquanto em hotéis e hospitais, do escopo 1 (gás natural, diesel). Nas redes de varejo/shopping, por sua vez, o escopo 3 é bastante relevante (resíduos orgânicos, logística, uso das lojas arrendadas).

Apesar de as emissões de carbono dependerem do tipo de estabelecimento, no conjunto, o Comércio contribui com cerca de 2% das emissões totais de GEE. Por essa razão, medidas de eficiência energética no setor poderão originar créditos de carbono a serem vendidos para outros setores — como o Siderúrgico, grande emissor com dificuldade de redução. O sistema brasileiro de comércio de emissões seria altamente benéfico, com renda extra pela venda de créditos. Por isso, a regulamentação dessa comercialização é importante para que parcela significativa das empresas do Comércio se sinta encorajada a adotar práticas de descarbonização em prol do cumprimento das metas nacionais, como defendido na Agenda Verde da FecomercioSP.

* José Goldemberg é presidente do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e Cristiane Cortez é assessora do mesmo conselho.

Artigo originalmente publicado no jornal Diário do Comércio em 20 de outubro de 2025.

Inscreva-se para receber a newsletter e conteúdos relacionados

Fonte Oficial: https://www.fecomercio.com.br/noticia/a-nova-fronteira-do-lucro-eficiencia-energetica-e-creditos-de-carbono-no-comercio

CONTINUA APÓS A PUBLICIDADE

Recurso de Bolsonaro cita cerceamento da defesa e pede revisão de pena

Câmara debate regulamentação do trabalho por aplicativo