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Capital de impacto é destaque no Rec’n’Play 2025

O ecossistema de inovação e tecnologia do Nordeste recebeu um debate crucial sobre a intersecção entre finanças e transformação social durante o Rec’n’Play 2025. O painel “Capital para Impacto: Como Investir em Futuros Regenerativos” reuniu líderes do setor para discutir como o capital de impacto pode impulsionar negócios que geram alto retorno financeiro ao mesmo tempo em que promovem impacto social e ambiental profundo.

Participaram do encontro Tarcila Sugiyama, da Vox Capital, a primeira gestora de investimento de impacto no Brasil , Mila Ladeira, Gerente e Partner de Investimentos Sênior na Yunus, e Erica Fridman, fundadora da Sororitê, fundo focado em empreendedorismo feminino.

Investidoras falam sobre potencial competitivo do capital de impacto

A discussão começou com um olhar histórico sobre o desenvolvimento do capital de impacto no Brasil. Tarcila Sugiyama destacou o papel pioneiro da Vox Capital, que iniciou suas atividades em 2009. Naquela época, o venture capital (VC) e o investimento de impacto, eram conceitos nascentes no país.

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A Vox Capital, que hoje está em seu oitavo fundo e conta com três unidades de negócio (Venture Capital, Mercados de Capitais de Renda Fixa e a nova área de Soluções Baseadas na Natureza), opera com a convicção de que os produtos de VC podem oferecer um retorno financeiro igual ou superior às médias do mercado.

Mila Ladeira apresentou o trabalho da Yunus, uma iniciativa global fundada pelo professor Muhammad Yunus, laureado com o Nobel da Paz e conhecido como pai do microcrédito. No Brasil, a Yunus atua com captação e originação local, focada em preencher uma lacuna: o crédito para pequenas e médias empresas (PMEs) que não possuem balanço auditado ou garantias, e que buscam crédito paciente e assistido.

A Yunus investe primariamente via dívida/empréstimo. Este modelo, em que o dinheiro é emprestado e retorna para ser reinvestido, é metaforicamente chamado de “dinheiro infinito”. A gestora apoia negócios que, por meio de suas operações, geram impacto social ou ambiental positivo. Mila detalhou o Programa Zuni, que opera no Norte e Nordeste, um projeto que exemplifica a cooperação entre organizações que poderiam ser consideradas competidoras. 

Erica Fridman trouxe o foco para o investimento em mulheres empreendedoras através da Sororitê. Ela sublinhou que, no Brasil, existe uma dificuldade significativa em convencer o mercado financeiro de que mulheres oferecem retornos extraordinários.

A fundadora da Sororitê apresentou dados que reforçam a tese de oportunidade: apenas 31% das startups no Brasil têm pelo menos uma mulher fundadora, e menos de 3% do capital total de VC é direcionado a essas startups. Para Erica, essa discrepância representa uma “mega oportunidade” de encontrar projetos excelentes e gerar retornos financeiros muito altos.

A Sororitê, que é um Fundo de Investimento em Participações (FIP), é agnóstica de setor, mas exige que o negócio tenha pelo menos uma mulher no time de fundadoras e utilize tecnologia para escalar rapidamente. A missão é se tornar a primeira opção para fundadoras, o que garante acesso aos melhores projetos e, consequentemente, altos retornos para os cotistas. A Sororitê destaca-se por ter a maioria de seus 55 cotistas sendo mulheres (50).

Erica ressaltou que a tese de que o recorte de gênero proporciona eficiência e retorno financeiro é comprovada por fundos internacionais. Seu desejo para o futuro é ter “muitas mulheres bilionárias brasileiras” através de exits incríveis e incontestáveis, provando o sucesso da tese com números.

Desafio de furar a bolha e o olhar para 2030

Ao final do painel, as participantes compartilharam sua visão para o ano de 2030, focando nas conexões necessárias para uma sociedade mais justa. Tarcila Sugiyama expressou o desejo de aumentar a diversidade no portfólio da gestora, não apenas em termos de gênero, mas também de raça e geografia. Ela afirmou que é um privilégio estar em Recife, fora do eixo habitual do investimento, reforçando a necessidade de o dinheiro não ficar concentrado apenas em São Paulo.

Mila Ladeira enfatizou a necessidade de “furar a bolha” e não tratar o ecossistema de impacto como algo à parte do mercado comercial. Ela defendeu programas territoriais, como o Zuni, e iniciativas como o programa Ecoa, que visam destravar a lógica e trazer negócios de impacto para serem fornecedores de grandes empresas, escalando o ecossistema como um todo.

Erica Fridman concluiu reiterando a importância de sair da zona de conforto de São Paulo. Seu desejo é ver o Brasil mais integrado dentro do ecossistema de inovação e, principalmente, com números de retorno financeiro incontestáveis que comprovem que investir em mulheres é uma tese de sucesso.


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Fonte Oficial: https://startupi.com.br/capital-de-impacto-destaque-no-recnplay-2025/

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