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Desaceleração da economia requer prudência por parte das empresas varejistas


Empresários devem ajustar seus procedimentos internos para atender à nova norma

O quadro econômico mais lento e as incertezas internas e externas reforçam a necessidade de prudência das empresas neste fim de ano. Com crescimento moderado do Produto Interno Bruto (PIB), inflação ainda acima da meta e consumo em retração, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) ressalta que o momento exige equilíbrio para garantir a sustentabilidade financeira dos negócios.

Nas reuniões das regionais realizadas em outubro pelo Conselho do Comércio Varejista, foram apresentados sinais consistentes de perda de fôlego da economia. De acordo com o IBGE, o PIB cresceu 2,5% no primeiro semestre de 2025, mas desacelerou para 0,4% no segundo. Quanto aos preços, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses até setembro (5,17%) permanece acima do teto da meta, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) avançou 5,10% no mesmo período — referência direta para negociações salariais. O custo do dinheiro segue elevado, com a Selic em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006, o que encarece capital de giro e alonga a recuperação do consumo.

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De acordo com Kelly Carvalho, assessora da FecomercioSP, os empresários precisam olhar para esse contexto antes de avançar em decisões de investimento. “A combinação de juros altos, endividamento recorde e perda de confiança do consumidor forma um ambiente delicado. O momento requer bom senso na condução das atividades das empresas, inclusive identificando a reavaliação do seu planejamento”, orienta.

Ela lembra que, em setembro, o endividamento das famílias atingiu 72,7% na capital paulista, com quase 3 milhões de lares com algum tipo de dívida, conforme dados da Pesquisa de Endividamento e inadimplência dos Consumidores (PEIC) da FecomercioSP. Além dessa alta, 22,7% estão com dívida em atraso, representando 932 mil lares. “Esses números mostram um consumidor cada vez mais cauteloso, com tíquete médio pressionado e mais seletividade nas compras, fatores que impactam diretamente o fluxo de caixa do varejo e a capacidade de absorver custos adicionais permanentes”, explicou Kelly.

Novas regras trabalhistas

Outro destaque das reuniões foi a recente alteração nas legislações trabalhista e previdenciária referente à licença-maternidade. A nova Lei 15.222/2025 modificou o artigo 392 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), introduzindo o parágrafo 7º, que amplia o prazo do benefício em situações específicas.

Paulo Igor de Souza, também assessor da Federação, destacou que a mudança traz consigo um impacto social relevante nos casos de internação prolongada. “A nova redação da CLT prevê que, quando houver internação da mãe ou do recém-nascido por mais de duas semanas, o período de licença poderá ser estendido em até 120 dias após a alta médica da mãe e do recém-nascido, desde que comprovado o nexo com o parto. No entanto, há de se destacar também os efeitos econômicos indiretos, especialmente aos micros e pequenos estabelecimentos.”

O assessor ainda afirmou que os empresários devem ajustar seus procedimentos internos para atender à nova norma. “É importante que as empresas acompanhem essas atualizações legais, pois o cumprimento das regras trabalhistas é essencial para garantir segurança jurídica nas relações de trabalho”, reforçou.

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Fonte Oficial: https://www.fecomercio.com.br/noticia/desaceleracao-da-economia-requer-prudencia-por-parte-das-empresas-varejistas

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