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Nobel de Economia diz que Brasil pode liderar economia digital aberta com instituições públicas fortes, retenção de talentos e diversidade

Paul Romer abre o CNC Global Voices 2025 com propostas para o futuro dos países emergentes

O economista Paul Michael Romer, vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2018, inaugurou, nesta terça-feira (14), o CNC Global Voices 2025, realizado no Grand Hyatt São Paulo, com uma análise dos desafios e das oportunidades dos países emergentes na economia digital.

Para ele, o Brasil tem condições de se tornar uma potência em inovação aberta, ciência e regulação tecnológica, desde que fortaleça suas instituições públicas e adote políticas firmes contra os monopólios digitais.

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“O Brasil ainda pode manter o controle sobre o seu futuro digital. Vocês têm talento, diversidade e uma tradição científica que podem inspirar o mundo. Mas precisam de um governo capaz de dizer ‘não’ quando os riscos são altos”, afirmou.

Ele propôs o investimento em identidade digital inclusiva, inspirada no sistema indiano Aadhaar, responsável por integrar milhões de pessoas ao sistema financeiro, e o desenvolvimento de programas de formação e defesa cibernética, como o modelo israelense, voltado à capacitação de jovens em linguagens de código e segurança digital.

O economista enfatizou a importância de apoiar a ciência e o software de código aberto, garantindo que tecnologias como a inteligência artificial sejam tratadas como bens públicos, acessíveis a todos. Para isso, enfatizou um Estado profissional e eficiente. Do mesmo modo, ressaltou a necessidade de fortalecer órgãos independentes dedicados à transparência e à divulgação de fatos, como forma dinâmica de acompanhamento contínuo que resulte em proteção da sociedade.

Romer ressaltou que os países emergentes têm hoje uma oportunidade rara: usar a regulação e a inovação pública para moldar um capitalismo mais justo e sustentável, em vez de simplesmente importar modelos tecnológicos prontos. Em sua exposição, o economista alternou análises históricas e exemplos contemporâneos para ilustrar o poder e o perigo das ideias. Relembrou episódios em que a ciência e o Estado foram decisivos para avanços da sociedade, como a proibição da gasolina com chumbo e dos clorofluorcarbonetos (CFCs), que salvaram milhões de vidas e ajudaram a recuperar a camada de ozônio, respectivamente, nos últimos 30 anos.

O Nobel norte-americano reforçou ainda o papel das metaideias — a escrita, a imprensa, a matemática e agora o código — como instrumentos que permitem à humanidade compartilhar conhecimento e gerar crescimento. Por outro lado, advertiu que a atual era digital exige uma nova ética global das ideias, em que o progresso dependa mais da cooperação científica do que da competição por lucro.

“A inovação só cumpre sua função quando é usada para o bem comum. O Brasil pode liderar esse novo paradigma se unir o espírito empreendedor à responsabilidade pública”, concluiu Romer, na palestra que abriu oficialmente o CNC Global Voices 2025, promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com apoio do Sesc e do Senac.

Fonte Oficial: https://portaldocomercio.org.br/acoes-institucionais/nobel-de-economia-diz-que-brasil-pode-liderar-economia-digital-aberta-se-enfrentar-monopolios-tecnologicos/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=nobel-de-economia-diz-que-brasil-pode-liderar-economia-digital-aberta-se-enfrentar-monopolios-tecnologicos

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