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Seminário debate monitoramento e avaliação de impacto para políticas industriais no Brasil

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com instituições nacionais e internacionais, participou nesta terça-feira (2/10), na sede da Confederação da Indústria (CNI), em Brasília, do seminário “Monitoramento e Avaliação de Impacto para Políticas Industriais: Ferramentas para o Desenvolvimento do Brasil”. O encontro reuniu representantes do governo, do setor produtivo, de organismos multilaterais e de centros de pesquisa para debater como a produção e o uso de evidências podem aprimorar o desenho, a execução e a efetividade das políticas industriais brasileiras.

A mesa de abertura contou com a presença do diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Jefferson Gomes; do economista sênior do Banco Mundial Caio Piza; do gerente de Monitoramento e Avaliação da ABDI, Roberto Sampaio Pedreira (foto); do secretário de Desenvolvimento Industrial, Inovação, Comércio e Serviços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Uallace Moreira Lima; do subsecretário de Avaliação de Políticas Públicas e Assuntos Econômicos do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), Daniel Grimaldi; e do superintendente de Desenvolvimento Produtivo e Inovação do BNDES, João Paulo Pieroni.

Um dos assuntos levados inicialmente a debate foi a importância de um processo contínuo de avaliação e aprendizado no campo da política industrial. Para Jefferson Gomes, “o sucesso dos programas não é fruto de ideias isoladas, mas do aprimoramento constante, resultado de acertos e correções ao longo do tempo. Monitorar é coletar e analisar dados para otimizar processos; controlar é agir de forma direcionada. Essa combinação é fundamental para a perenidade das iniciativas industriais no Brasil”.

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Experiências e desafios no Brasil

Os debatedores ressaltaram que a institucionalização da cultura de avaliação ainda é um desafio no Brasil, mas que avanços importantes têm sido alcançados. Entre os exemplos citados estão o uso de ferramentas digitais para consolidação de informações, como o Power BI, que, segundo o BNDES, ampliou a transparência e o acompanhamento de políticas de crédito voltadas ao setor produtivo.

De acordo com Pieroni, a prática de avaliação é parte da estratégia do banco há mais de uma década. “Desde 2010, o BNDES mantém uma unidade dedicada ao monitoramento e à avaliação. Isso nos permite definir padrões lógicos, medir resultados e dar transparência às operações de crédito”, explicou. “Cada projeto financiado hoje traz um quadro de resultados, explicitando os benefícios para a sociedade, como a redução de emissões no Fundo Clima. Essas informações fortalecem a previsibilidade, essencial para atrair investimentos de longo prazo.”

Roberto Pedreira, por sua vez, reforçou que a Agência tem buscado consolidar uma metodologia de avaliação que seja capaz de orientar políticas industriais mais eficazes, baseadas em evidências. “O monitoramento e a avaliação de impacto constituem ferramentas essenciais para o sucesso das políticas industriais. Funcionam como pilares de uma gestão equilibrada, transparente e consistente, que fortalece a confiança e garante a perenidade das iniciativas”, disse o gerente da ABDI. “O objetivo é construir uma política industrial duradoura, que transcenda governos e ciclos temporais, mirando horizontes de longo prazo como a ANIB 2050.”

Pedreira ressaltou ainda a importância da integração entre instituições. “Acreditamos na força de uma rede sólida de atores que trabalham em conjunto para estruturar políticas industriais sustentáveis. Essa união é fundamental para que possamos não apenas discutir o futuro, mas garantir que ele seja construído com base em evidências e transparência”, completou.

Avaliação de impacto

A importância de dados consistentes voltou a ser tratada pelo economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina, William Maloney, no painel “Evidências como Fundamento para o Desenho de Políticas Industriais”. Maloney reforçou que a formulação de políticas industriais precisa estar alicerçada em evidências sólidas. Segundo o representante do Banco Mundial, países que conseguiram estruturar estratégias industriais duradouras e eficazes priorizaram sistemas robustos de monitoramento e avaliação de impacto.

Ao longo do evento, os participantes também destacaram a necessidade de ampliar o acesso a informações sobre políticas públicas e instrumentos de apoio à indústria, como crédito, inovação e descarbonização. Segundo os debatedores, ainda existem barreiras significativas relacionadas à burocracia e ao desconhecimento por parte das empresas, o que exige maior difusão de conhecimento e fortalecimento da comunicação com o setor produtivo.

Fotos: Gabriel Pinheiro / CNI

Fonte Oficial: https://www.abdi.com.br/seminario-debate-monitoramento-e-avaliacao-de-impacto-para-politicas-industriais-no-brasil/

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