Como se manter relevante em uma sociedade desatenta e desconfiada? Márcio Callage, CMO da Vulcabrás, líder brasileira em tênis de corrida, apontou algumas direções para as marcas se manterem relevantes em um mundo em constante transformação, durante o seu painel nessa quarta-feira (1) durante a Semana Caldeira. O encontro acontece até essa sexta-feira, na sede do hub de inovação gaúcho.
“A aceleração tecnológica aniquila a atenção e a desconfiança pública exige verificação constante da realidade”, aponta.
Neste cenário, as marcas só constroem reputação ao entregar coerência inabalável entre o que pensam, falam e fazem, transformando seu propósito em ações concretas que melhoram a vida do indivíduo.
“Hoje se fala que o propósito vai do ‘nós para o eu’. As pessoas querem saber o que a marca vai fazer por elas”, enfatizou.
A principal tese defendida pelo CMO da Vulcabrás é que, para construir reputação e atenção, as marcas devem abandonar a comunicação centralizada e focar no propósito, e, fundamentalmente, em construir uma estrutura onde a comunidade e os consumidores falem pela marca.
“Não é mais a marca que fala dela, são as pessoas que falam da marca. A gente ganha confiança, não pelo que a gente está fazendo, mas pelo endosso que essa pessoa nos dá. A reputação é construída por meio da repetição que entrega consistência e propósito. A chave é a coerência entre o que se pensa, fala e faz”, ponderou.
Ele utilizou o case da Olympikus para ilustrar como a cocriação com a comunidade de corredores e o foco na democratização de produtos de alta performance transformaram a marca na mais usada por corredores brasileiros. O Strava Corre, iniciativa em parceria com o aplicativo de corrida Strava, o desafio foi desbloquear o tênis Corre Strava, produzido em parceria com a plataforma.
A marca propôs que os corredores somassem coletivamente 50 mil quilômetros no aplicativo para liberar a compra do novo modelo.
O que era para ser uma campanha de duas semanas, se tornou um case engajamento. Em poucas horas, foram mais de 4 milhões de quilômetros percorridos, o maior desafio colaborativo já realizado pela plataforma globalmente. Este não foi um lançamento tradicional, aponta.
“Foi a própria comunidade que colocou um produto no mundo. O resultado foi além da expectativa e o produto teve giro acima da média. Foi um fenômeno de venda”, celebra.
Para Callage, é a prova de que a construção de relevância cultural e engajamento é o caminho para o sucesso contemporâneo.
“Produzimos experiências. Somos coerentes com a nossa história e a gente é palco para que pessoas que fazem parte daquela comunidade gerem conteúdo da marca, acabando com aquela barreira da falta de confiança que uma marca teria”, finaliza.