As maiores companhias brasileiras já se movimentam para adaptar suas operações à Reforma Tributária. Uma pesquisa realizada pela Omnitax com empresas de setores como varejo, indústria, e-commerce, serviços e farmacêutico mostra que 35,8% ainda avaliam o impacto das mudanças, mas a maioria já busca alternativas tecnológicas para mitigar riscos e manter eficiência operacional. Por outro lado, 70% das empresas menores não tiveram tempo para avaliar os impactos da Reforma Tributária , esse é um dado alarmante detectado pela pesquisa da Omnitax.
O estudo revela ainda que 53,5% das empresas preferem manter suas operações tributárias integradas ao ERP e outros 21,4% priorizam a adoção de motores de cálculo externos, enquanto 20,3% planejam apostar em plataformas modulares, escaláveis conforme a necessidade.
Quando questionadas sobre soluções imediatas, 19,8% indicaram manter tudo dentro do ERP, porém relatam que a maioria dos ERPs ainda não está preparado para tratar dos requerimentos e especificidades requeridas pela reforma tributária, enquanto outra parcela equivalente (19,8%) pretende adotar soluções híbridas, combinando ERP com automação externa em áreas críticas. Já 15% pretendem investir em consultorias especializadas e projetos sob demanda, e 9,6% priorizam motores de cálculo externos para maior agilidade e segurança.
Os custos com adaptação dos ERPs a reforma tributária tem assustado a maioria das empresas e muitas buscam por inovações que sejam capazes de garantir a conformidade sem grandes e custosos projetos de customização de tabelas de cálculos. No estudo realizado foi constatado que o custo para uma pequena empresa adequar seu ERP está em torno de 200 mil reais enquanto nas maiores empresas ele ultrapassa a cifra de milhões.
As incertezas na legislação e nas regulamentações da reforma tributária impõe uma dinâmica cruel as empresas ao mesmo tempo em que exigem o cronograma apertado que inicia com a emissão de todos os documentos eletrônicos adaptados aos novos tributos em janeiro de 2026, sem saber com precisão qual a normativa e instrução a ser seguida. Um exemplo é a PL 108 ainda em discussão no congresso nacional e todas as normativas infralegais como aquelas esperadas pelo Comitê Gestor do IBS que normatiza a operação dos tributos estaduais e municipais.
Para o levantamento mostra uma clara tendência: empresas encaram a tecnologia como pilar central na adaptação à Reforma Tributária, buscando reduzir a complexidade das mudanças e assegurar compliance em tempo real.
O CEO da Omnitax, Paulo Zirnberger, avalia que o dado central do levantamento é a velocidade com que a pauta tributária passou a fazer parte das decisões estratégicas de tecnologia das companhias. “A Reforma Tributária trouxe para a mesa de decisão a necessidade de alinhar conformidade com iinovação. As empresas perceberam que não se trata apenas de calcular tributos, mas de integrar inteligência fiscal às operações, reduzindo riscos e custos no longo prazo”, afirma.
O movimento reflete também uma mudança de postura no setor privado. Se antes a gestão tributária era vista como área de suporte, agora passa a ocupar papel estratégico nas decisões de investimento em tecnologia, especialmente em companhias com operações complexas e alto volume de transações.
O levantamento ouviu cerca de 200 executivos na última semana de agosto, em sua maioria de grande porte. Do total de entrevistados, mais da metade da amostra (51,9%) atua em grandes empresas com mais de mil funcionários. Outros 15,5% contam com 500 a mil colaboradores e 21,4% de 50 a 500. A pesquisa completa pode ser acessada no aqui.
Fonte Oficial: https://www.contabeis.com.br/noticias/73004/reforma-tributaria-empresas-buscam-solucoes-tecnologicas-para-adaptacao/