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Soprano ruma a R$ 1 bilhão em 2025

Com mais de três décadas de experiência em cargos de liderança em grandes companhias nacionais e multinacionais, Cyro Gazola inicia um novo capítulo à frente da Soprano, empresa que carrega 70 anos de história na indústria brasileira. O executivo assume a posição de CEO em um momento decisivo para a companhia, que projeta superar a marca de R$ 1 bilhão em receita em 2025 e aposta em inovação, sustentabilidade e fortalecimento da cultura organizacional para sustentar seu crescimento.

Graduado em Administração pela PUC-Rio e com MBA pela Northern Illinois University (EUA), Gazola traz em sua bagagem passagens por empresas como Procter & Gamble, Philips Caloi e Grupo Skala, sempre com foco em resultados sustentáveis, valorização de pessoas e excelência em gestão. À frente da Soprano, ele terá o desafio de conduzir um portfólio diversificado, reforçado pela incorporação da Tipi e da marca Friven, ao mesmo tempo, em que navega pelas transformações do mercado industrial brasileiro.

Em entrevista para o Empresas e Negócios, o executivo compartilha sua visão sobre os rumos da empresa, os desafios da indústria no país e as oportunidades que se abrem em um cenário cada vez mais competitivo e orientado pela inovação.

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Empresas & Negócios – O senhor construiu sua carreira em grandes multinacionais e nacionais. Quais mudanças mais significativas observou no mercado brasileiro nas últimas décadas e como pretende trazer essa visão para a gestão da Soprano?

Cyro Gazola – Nas últimas décadas, vimos uma evolução significativa no mercado brasileiro e no comportamento dos consumidores. Para a Soprano, isso significa estar focada em três pilares: excelência no atendimento a distribuidores, lojistas, indústrias, construtoras, instaladores, profissionais influenciadores e consumidores; manter um ritmo constante de inovações relevantes, seja em produtos ou soluções vindas de nossas unidades de negócios; e reforçar nosso propósito de promover confiança em tudo o que fazemos, com excelência industrial, logística e comercial.

E&N – O setor industrial brasileiro vive desafios ligados à competitividade, custos logísticos e inovação. Como avalia esse cenário hoje e quais oportunidades enxerga para empresas que atuam em diferentes segmentos, como é o caso da Soprano?

Gazola – A excelência industrial só se alcança quando as operações atendem com qualidade e eficiência as necessidades de lojistas e consumidores. A Soprano tem um portfólio amplo e diversificado, o que exige atenção a diferentes públicos: balconistas, eletricistas, chaveiros, marceneiros, instaladores elétricos, solares e de refrigeração, além dos consumidores finais no caso das utilidades térmicas. As oportunidades estão em fortalecer esse relacionamento com influenciadores e lojistas, investindo em marketing direcionado, treinamentos e execução em loja, além de lançamentos que tragam inovações realmente relevantes para os segmentos em que atuamos.

E&N – O que pesou na sua decisão de aceitar esse desafio em uma empresa que, apesar de consolidada, busca crescer em um mercado cada vez mais dinâmico e competitivo?

Gazola – O processo foi de muita reflexão. Conversamos durante quatro meses para alinhar expectativas e visões de futuro. Fiquei positivamente impressionado pela senioridade e diversidade de experiências do Conselho da Soprano, além da clareza em relação às ambições do grupo. Enxerguei uma oportunidade real de acelerar a transformação e o crescimento, buscando maior relevância nos segmentos de atuação, com mais agilidade e proximidade dos clientes e consumidores.

E&N – Em um contexto de transformação digital e de novas exigências dos consumidores, que tipo de cultura empresarial considera indispensável para o futuro das indústrias?

Gazola Fizemos uma revisão importante de nossos pilares culturais há pouco mais de um ano. Hoje, eles se estruturam em cinco frentes essenciais: “Juntos pelo Cliente”; “Confiança é a nossa chave”; “Inconformismo que impulsiona”, para sermos mais inovadores e ágeis; “Pessoas que constroem”, com foco no desenvolvimento de talentos e na transformação digital; e “Sustentabilidade para o futuro”, que conecta a empresa às novas exigências do mercado e da sociedade.

E&N – O Grupo projeta superar R$ 1 bilhão em receita em 2025. Para além dos números, quais são os grandes vetores estratégicos que diferenciam a Soprano da concorrência?

Gazola – A Soprano carrega uma reputação construída ao longo de 70 anos, marcada pela confiança nos produtos e soluções que oferece. Isso reflete o senso de dono, a dedicação e o inconformismo de seus colaboradores, valores que vêm desde Adelino Miotti, fundador da empresa. Temos protagonismo em diversas linhas — materiais elétricos, disjuntores e dispositivos de proteção, fechaduras, ferragens, além de caixas, pratos e garrafas térmicas. Essa combinação de solidez, cultura e liderança de mercado é o que nos diferencia e dá força para os próximos passos.

E&N – Nos últimos anos, o mercado tem exigido maior inovação em produtos e soluções. Quais tendências o senhor considera decisivas para os próximos anos no setor em que a Soprano atua?

Gazola – A inovação precisa ser ágil e conectada ao que há de mais relevante nos mercados global e nacional. Temos um escritório de gestão de produtos e fornecedores na China há 20 anos, o que nos permite antecipar tendências. Agora, reforçaremos parcerias estratégicas para capturar ainda mais oportunidades no Brasil e na América Latina. Entre as tendências, destaco a industrialização da construção civil, que exige soluções práticas diante da escassez de mão de obra; a valorização do lar e do home office, que acelerou a demanda por produtos funcionais; e a busca por saúde e conveniência, que fortalece o mercado de utilidades térmicas. Em todas essas frentes, nosso portfólio já oferece respostas, seja com fechaduras digitais, materiais elétricos, ferragens ou soluções térmicas.

E&N – A incorporação da Tipi e da marca Friven amplia o portfólio da empresa. Como esse movimento se conecta a um cenário de consolidação do mercado e quais novas oportunidades de atuação surgem a partir disso?

Gazola – A Tipi, com a marca Friven, cresceu muito nos últimos três anos e agora ganha ainda mais potencial ao se integrar ao nosso guarda-chuva de negócios. Passa a contar com todo o apoio da Soprano em planejamento de produtos, parcerias com fornecedores, importação com agilidade e gestão de estoques para atender bem a cadeia de clientes. Além disso, abre espaço para novas inovações, como as que estamos apresentando na Febrava 2025, em São Paulo.

E&N – A sustentabilidade deixou de ser diferencial e passou a ser exigência de mercado. Quais práticas ou investimentos acredita que serão determinantes para manter a competitividade das empresas nesse aspecto?

Gazola Sustentabilidade é um pilar central da Soprano. Criamos um Comitê de ESG em 2021 e já estamos na segunda edição de nosso relatório, baseado nas diretrizes da GRI. Isso orienta compromissos, objetivos e indicadores claros em frentes como gestão de água e efluentes, resíduos, eficiência energética e emissões de gases de efeito estufa. O mais importante é garantir consistência e continuidade nessas ações, incorporando-as ao dia a dia dos processos fabris. Não basta falar em sustentabilidade: é preciso praticá-la de forma coerente.

E&N – O Brasil vive um momento de debates sobre reindustrialização e produtividade. Na sua visão, que caminhos a indústria nacional precisa trilhar para se reposicionar no cenário global?

Gazola – Precisamos perseguir ganhos consistentes de produtividade industrial, ao mesmo tempo em que criamos diferenciais em produtos e soluções que atendam clientes globais. Só assim será possível expandir dentro e fora do Brasil. A Serra Gaúcha já mostra bons exemplos de empresas que conquistaram espaço internacional em seus segmentos, provando que temos capacidade para competir em escala global.

E&N – Como líder, além de resultados, qual marca pessoal gostaria de imprimir nessa gestão?

Gazola – Quero liderar a transformação da Soprano com foco no desenvolvimento de líderes que pavimentarão o crescimento da empresa. Minha marca será equilibrar olhar interno e externo: fortalecer a cultura e, ao mesmo tempo, reforçar a proximidade com clientes e consumidores. Quero que a Soprano seja cada vez mais reconhecida como companhia que traduz confiança em tudo o que faz.

Fonte Oficial: https://www.jornaldocomercio.com/cadernos/empresas-e-negocios/2025/09/1217483-soprano-ruma-a-rs-1-bilhao-em-2025.html

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