Especial para o JC*
Está chegando a época das bandinhas típicas, jogos, alegria, e principalmente muita comida alemã – como pretzel, chucrute, eisbein, entre outras iguarias. Mas, nada supera a marca registrada das Oktoberfests: cerveja e chope. As festas que celebram a cultura germânica já começam a acontecer a partir da segunda quinzena de setembro e se estendem até o final de outubro. Hotéis, restaurantes, lojas e indústrias se preparam para o boom. Santa Cruz do Sul, por exemplo, estima receber cerca de 500 mil visitantes e repetir os números do ano passado, quando movimentou mais de R$ 60 milhões.
A tradição alemã de música, dança, chope e muita gastronomia está chegando. As Oktoberfests estão em contagem regressiva para levar milhares de turistas a se perderem por dias de comemoração com um copo na mão e passos ensaiados ao som de bandas típicas.
Originária da região da Baviera alemã, a festa, atualmente, é realizada entre a segunda quinzena de setembro e o final de outubro. Esse calendário é acompanhado em diversos lugares do mundo, onde a colonização alemã é forte, como o caso do Rio Grande do Sul. A festa que é marcada pela alegria e confraternização nasceu em 1810, no casamento do príncipe bávaro Ludwig – que viria a ser o rei Ludwig I – com a princesa Therese Von Sachsen-Hildburghausen. A festividade começou com uma grande corrida de cavalos no parque Theresienwiese, em homenagem à noiva, e o sucesso e encantamento dos súditos foi tão grande que se tornou uma tradição repetida anualmente, expandindo-se com o tempo para incluir exposições agrícolas, carrosséis e, eventualmente, a cerveja, que hoje se tornou a protagonista da festa.
No Brasil, o berço foi Porto Alegre. Pesquisas demonstram que a primeira Oktoberfest foi realizada no dia 8 de outubro de 1911. Na época, um grupo de imigrantes da Sociedade Die Haberer em parceria com a Sociedade Ginástica Turnerbund (atual Sogipa) promoveu uma festa no Parque São João para celebrar e manter vivas as tradições bávaras. Mais de duas mil pessoas participaram e acabaram sendo responsáveis por uma nova tradição em terras brasileiras: as Oktoberfests foram incorporadas ao calendário cultural e turístico, com ênfase para a região Sul.
O titular da Secretaria de Turismo do Rio Grande do Sul (Setur), Ronaldo Santini, confirma a consolidação das festas de outubro como um dos grandes atrativos do Estado. “São celebrações que resgatam tradições, fortalecem a identidade das comunidades e colocam em evidência a diversidade cultural que marca a história do RS. Essa autenticidade é um diferencial que atrai visitantes de várias regiões do Brasil e até de outros países, reforçando o caráter único do turismo gaúcho como referência nacional e internacional“, enfatiza Santini. Para ele, o impacto dessas festas, no entanto, vai muito além da preservação cultural. Elas representam uma alavanca econômica importante para os municípios que as sediam, como Santa Cruz do Sul, Igrejinha e Cerro Largo, nas Missões, que já transformaram suas Oktoberfests em referências nacionais.
Além dessas cidades, outras, sejam de origem alemã ou não, também promovem eventos na mesma linha, ampliando a força no calendário turístico gaúcho. Durante o período das festas, cresce a procura por hospedagem, gastronomia, comércio, transporte e serviços em geral, gerando um movimento expressivo para a economia local e fortalecendo especialmente micro e pequenas empresas que encontram em datas festivas uma oportunidade estratégica de crescimento. Diante desse cenário, Santini enfatiza que outro aspecto fundamental é o envolvimento das comunidades. “As festas só alcançam tal dimensão porque contam com a dedicação de entidades, voluntários, prefeituras e parceiros que mantêm viva a tradição e, ao mesmo tempo, inovam na programação para atrair mais público”, explica o Secretário ao acrescentar que o engajamento comunitário garante que cada edição seja, também, uma expressão de pertencimento e orgulho, fortalecendo o vínculo entre identidade cultural e desenvolvimento econômico. Para o titular da Setur, cada Oktoberfest contribui para ampliar a visibilidade do Rio Grande do Sul como destino turístico, diversificando a oferta de experiências e consolidando a imagem de um estado acolhedor, vibrante e dinâmico, que une tradição e inovação em benefício de sua gente.
Para Gustavo Cunha, executivo da Associação Gaúcha de Microcervejarias (AGM), a retomada das Oktoberfests e demais festejos pelo Estado é uma prova viva da força do setor cervejeiro gaúcho. “Mais do que celebrar a cultura, esses eventos movimentam a economia local, atraem turistas, geram empregos e fortalecem toda a cadeia, do campo ao copo”, destaca Cunha. Para ele, mesmo após as enchentes históricas de 2024, nossas microcervejarias seguem resilientes e inovadoras, consolidando o Rio Grande do Sul como o segundo maior polo do Brasil e líder em densidade cervejeira, com Porto Alegre despontando como referência nacional.
Santa Cruz do Sul celebra 40 anos de festejos
Remonta ao final dos anos de 1970 o início da tradição das Oktoberfests comunitárias no Brasil. A de Itapiranga, Oeste de Santa Catarina, nasceu em 1978 e é a mais antiga. No Rio Grande do Sul, Santa Cruz do Sul – município distante 152 km de Porto Alegre – é considerado o pioneiro.
No ano em que celebra quatro décadas de história, a Oktoberfest de Santa Cruz do Sul terá como tema central ‘Reviva as Memórias, Celebre as Tradições’ e acontecerá de 9 a 12, 16 a 19 e 23 a 26 de outubro, no Parque da Oktoberfest.
O evento contará com uma diversificada programação artística e cultural, com desfiles de carros alegóricos, apresentações de danças folclóricas alemãs, bandinhas típicas itinerantes, jogos germânicos abertos ao público, olimpíadas rurais, encontro de corais de sociedades, além de farta gastronomia, distribuída em 50 pontos de alimentação. Ao todo, mil bailarinos – da própria cidade e de outras regiões do estado e até da Argentina – devem participar das apresentações de dança. De acordo com Mathias Bertram, presidente da festa, em paralelo acontecem outros eventos de grande importância comunitária.
Um deles é a Feira Sul – evento destinado a empresas do comércio, indústria, serviços e agronegócio, com mais de 120 expositores da cidade, região e Estado. Outro é a Feira da Agroindústria Familiar, com 40 expositores, que vai mostrar as delícias produzidas no interior, com destaque para embutidos, queijos, doces, pães, cucas, sucos, além de flores e artesanato. Bertram estima que Santa Cruz vai receber um público próximo de 500 mil visitantes e repetir os números do ano passado, quando movimentou mais de R$ 60 milhões.
“Somente na geração de empregos, diretos e indiretos, foram estimados cinco mil postos”, analisa ao frisar que a festa movimenta a economia santa-cruzense, com a lotação da rede hoteleira, bem como ampliação da geração de renda e empregos no parque e na cidade. Neste contexto, conforme explica o presidente, o fluxo de visitantes também impacta no movimento dos restaurantes, das lojas e de transportes, como táxi e aplicativos.
Para bem receber os turistas, a 40ª Oktoberfest de Santa Cruz terá nomes do sertanejo nacional como Zé Neto & Cristiano, Gustavo Lima, Leonardo, Israel & Rodolffo e o grupo de pagode Menos é Mais. Além dos shows, os visitantes também vão encontrar ambientes especialmente preparados para momentos de alegria e descontração, como é o caso do Centro Cervejeiro, no Pavilhão Central – que vai abrigar um restaurante típico e bailes diários – e a Escola de Culinária, com aulas de gastronomia gratuitas, ensinando o preparo de diversos pratos. Em 2024, durante os 12 dias de festa, foram comercializados mais de 203 mil itens de alimentação e 186 mil litros de chope.
Igrejinha tem a maior festa voluntária do Brasil
Considerada a maior festa voluntária do Brasil, a Oktoberfest de Igrejinha foi criada em 1988 pelo então prefeito Lauri Auri Krause. O objetivo era homenagear os imigrantes alemães que colonizaram a região e promover o resgate cultural. Inspirada na Oktoberfest de Munique, a festa se transformou em um dos maiores eventos populares do Rio Grande do Sul, atraindo milhares de turistas e sendo reconhecida como Patrimônio Cultural do Estado. Atualmente, é uma festa comunitária organizada com foco no caráter solidário e na divulgação das tradições germânicas.
Neste ano, a 36ª edição vai acontecer de 17 a 26 de outubro e, segundo Falcon Luiz Jost, presidente, a estimativa é repetir o mesmo sucesso de anos anteriores recebendo 200 mil visitantes. Durante dez dias, os turistas vão beber mais de 200 mil litros de chope e se divertir em uma festa com seis palcos, totalizando 120 apresentações com diferentes estilos musicais e para todos os gostos.
Além disso, será criada uma vila repleta de atividades, apresentações culturais, jogos germânicos, desfile e uma gastronomia com diferentes pratos típicos – como joelho de porco, linguiça, cuca, bolinhos de batata. Entre as atrações shows nacionais com Lauana Prado, Reação em Cadeia, Zé Neto e Cristiano, Israel e Rodolffo, além de nomes locais como Nenhum de Nós e mais de 70 atrações entre bandinhas típicas, tradicionais, de baile e DJs.
Com a rede hoteleira da cidade e região aumentando a sua capacidade e qualificando profissionais para receber os visitantes, Jost estima que a Oktoberfest pode contribuir com cerca de R$ 5 milhões de forma direta para a economia local.
Com mais de 70% da população atingida pela enchente de maio do ano passado, Igrejinha se recuperou. O presidente observa que graças ao esforço e espírito comunitário, que está muito ligado ao voluntariado da Oktoberfest, rapidamente a cidade conseguiu se reconstruir do cenário de ‘guerra’. Ele salienta que a Oktober de Igrejinha é organizada por três mil voluntários. “Além disso, o resultado financeiro da festa é revertido para a própria comunidade, contribuindo com mais saúde, segurança, educação e cultura para a região“, enfatiza.
Imigrantes deixaram também a tradição também nas Missões
Muitas vezes se imagina que a colonização alemã se estabeleceu apenas na Serra gaúcha e suas proximidades. No entanto, Cerro Largo – distante 495 km de Porto Alegre – é reconhecida como um berço dessa colonização nas Missões. Os imigrantes chegaram na região no início do século XX, e o solo fértil impulsionou o destaque da localidade no cultivo agrícola e na fabricação de maquinário relacionado. Então, nada mais justo do que também ter sua comemoração.
De 8 a 12 de outubro, a cidade se contagia com a carreata da alegria e os tradicionais bailes de chope, gastronomia típica, festival de canto em língua alemã e exposições de feira industrial e artesanal que marcam a 29ª Oktoberfest Missões. Com a estimativa de receber 40 mil pessoas durante os cinco dias, Felipe Grings, presidente da Associação Comercial e Industrial de Cerro Largo e a festa, lembra que o evento tem um impacto muito grande no comércio local e no turismo regional, movimentando a rede hoteleira, restaurantes, lojas de roupas e afins.
“É, também, de extrema relevância para a indústria local”, comenta Grings citando como exemplo o desempenho da cervejaria Uzzina da Cerveja, que produziu na edição passada mais de 45 mil litros de chope servidos no Parque Municipal de Exposições. “Pelo empenho dos voluntários e grande expectativa do público, esperamos esse ano ultrapassar esse número”, antecipa o dirigente.
Ao contrário de outras Oktoberfests que investem em shows com nomes nacionais, a festa das Missões aposta no slogan ‘A festa da cultura e da alegria’ e concentra as atrações na tradição dos dois grandes bailes do chope, comida típica, apresentações de dança, teatro, show de humor, jogos germânicos e atrações musicais em um palco cultural. Além disso, a cidade que ainda possui algumas casas em estilo enxaimel preservadas é toda decorada em estilo alemão, como forma de reverenciar os ancestrais que ali chegaram.
A vida é uma festa em Maratá
A autodenominada “maior Festa Alemã do Vale do Caí e Oktoberfest mais animada do Rio Grande do Sul” tem como tema principal ‘A vida é uma festa’ em sua 18ª edição que acontece nos dias 4, 5, 11 e 12 de outubro. Maratá – 84 km de Porto Alegre – é procurada por turistas graças às suas belezas naturais formadas por cascatas e morros, além da arquitetura tipicamente alemã, com pórtico de entrada, casas e prédios públicos em formato enxaimel.
Jeniffer Stein Follmann Dilli, secretária de Turismo e Desporto de Maratá e presidente da Oktoberfest, conta que esta é uma festa feita pelos marataenses e também para os marataenses.
“Temos a participação de entidades locais, como associações, escolas, sindicato dos trabalhadores rurais e grupos que recebem retorno financeiro com a venda de bebidas, souvenir e comidas nas bancas espalhadas pelo parque”, elenca Jeniffer ressaltando que além disso, a festa divulga o potencial cultural e turístico da região. A estimativa dos organizadores é receber, aproximadamente, 25 mil pessoas e comercializar 20 mil litros de chope. Embora Maratá não possua rede hoteleira, a secretária de Turismo aponta como opções a estrutura de pousadas e locações por plataformas online. Ela informa que a cidade fica ao lado de Montenegro, onde há maior quantidade de acomodações.
“Ademais, nossos empreendedores anfitriões, juntamente com empreendedores de outras áreas estão participando do Programa de Estruturação do Produto Turístico Maratá em uma parceria entre município e Sebrae”, observa a executiva ao salientar que, a partir das ações teóricas e práticas, os setores comércio e serviços locais se preparam para atendimento com excelência ao público.
Maratá aposta em nomes como grupo Traia Véia, bandas Corpo e Alma e Os Montanari, entre outras atrações culturais, além da gravação do DVD de 10 anos da Super Banda 0800 que acontecerá durante o show programado no Parque Temático da cidade. Como atrações gastronômicas, Jeniffer destaca o pretzel – tipo de biscoito assado com um formato característico de nó ou laço torcido -, a produção de cucas coloniais no próprio parque, durante a festa, cuca com linguiça, além do restaurante Canecão que serve um buffet com pratos típicos como bolinho de batata, chucrute, carne de porco, bolinho de carne e salsichas alemãs.
Gramado promove sua primeira Oktoberfest
De 25 de setembro a 5 de outubro, acontece a Oktoberfest e Edição Extra da Festa da Colônia de Gramado de 2025. Com shows nacionais de nomes como Alexandre Pires, Clayton & Romário, Danilo e Davi e Maiara & Maraísa, o evento também aposta em uma maratona musical com mais de 25 bandas de baile e típicas alemãs, como Rainha Musical, Banda Cavalinho, Corpo e Alma e Orquestra La Montanara. “O grande diferencial desta primeira edição é a realização simultânea de uma edição extra da Festa da Colônia, que acontecerá na área externa do Expogramado com acesso gratuito“, informa Marcos Slongo, diretor da Oktoberfest de Gramado.
Com a expectativa de receber mais de 100 mil visitantes, o evento, no entanto, aposta em uma programação robusta, prometendo uma imersão completa na cultura germânica da região. Além da música, a Oktoberfest Gramado oferecerá uma série de atividades interativas. Um dos destaques será o Concurso da Melhor Cuca, que contará com a curadoria de Bisa – famosa influenciadora de receitas de Gramado com milhões de seguidores nas redes sociais. A programação também resgata as competições tradicionais, como o animado concurso de chope em metro. A celebração irá além dos portões do Expogramado, com circuitos de chope espalhados pela cidade, integrando hotéis e estabelecimentos parceiros à atmosfera da festa.
De acordo com Eliezer Lima, secretário de Agricultura de Gramado, o impacto desta festa será significativo, principalmente para a comunidade do interior. “A realização da edição extra da Festa da Colônia beneficiará diretamente cerca de 200 famílias de produtores rurais, que terão um importante ponto de venda para seus produtos, gerando renda extra em um período de alto fluxo turístico” avalia. A parceria é vista como um marco que visa alavancar a economia através de oportunidade de renda para os produtores rurais. Outro impacto estimado é o grande número de visitantes que devem chegar.
“Espera-se turistas do Uruguai, Argentina, e de vários Estados do Brasil, que não costumam visitar a Serra Gaúcha no mês de setembro, mas estão comprando ingressos para o período e planejando suas viagens“, admite Slongo. Gramado conta com disponibilidade de mais de 30 mil leitos. “Com toda certeza a cidade e seus equipamentos turísticos estão preparados e atenderão com sobras, a demanda”, afirma o diretor da Oktoberfest ao informar que a organização fechou parceria com as principais e maiores redes hoteleiras da cidade com foco em divulgação, recebimento e atrativos para o período da festa. Além disso, foi planejada uma política de acesso para que todos possam aproveitar. A área externa terá entrada franca durante todos os dias. O acesso aos pavilhões principais da Oktoberfest também será gratuito nas quintas-feiras (a partir das 16h). A cobrança de ingresso aos pavilhões ocorrerá apenas nas sextas, sábados e domingos.
As Kerbs em sintonia com as Oktobers
Kerbfest é uma comemoração mais antiga do que Oktoberfest. Trazida pelos imigrantes alemães, ela celebra a inauguração da igreja ou o dia do padroeiro católico. É uma festividade da comunidade para fortalecer seus laços e exaltar as tradições em um contexto mais familiar e local. Ainda neste mês, a cidade de Dois Irmãos – na região do Vale dos Sinos e a 60 km de Porto Alegre – promove a 196ª edição do Kerb de São Miguel.
O festejo iniciou em 1829 com a chegada dos primeiros imigrantes. Durante a viagem, devido às dificuldades, fizeram uma promessa de que o santo do dia de sua chegada seria celebrado por eles e pelas futuras gerações: a data acabou sendo 29 de setembro, dia de São Miguel Arcanjo.
Segundo a Prefeitura, o município deve receber de 40 a 50 mil visitantes que vão em busca de tradição, gastronomia, grupos folclóricos, bandas típicas e regionais. O ponto alto será a procissão de integração das três religiões: católicos, evangélicos e luteranos se unem em uma procissão no dia de São Miguel – feriado municipal.
Outra cidade que comemora seu padroeiro é São Vendelino, chamada carinhosamente de O Pequeno Paraíso. Localizada no Vale do Caí, promove sua 19ª Kerbfest nos dias 17, 18, 19, 23, 24, 25 e 26 de outubro. O município tem, hoje, pouco mais de 2,3 mil habitantes e espera receber cerca de 20 mil visitantes.
Segundo Claudia Steffen, assessora de Comunicação, o evento é uma vitrine da cultura, gastronomia e tradição da cidade. “É uma festa típica, onde o maior destaque é a valorização das raízes culturais“, argumenta ao acrescentar que é importante destacar o impacto positivo na economia a curto e médio prazo, movimentando entidades, comércio, serviços e indústria.
“A realização deste evento contribui muito na autoestima da comunidade”, avalia o Relações Públicas Marcos Pellenz, que presta consultoria ao município. A festa que homenageia o dia de São Vendelino (20 de outubro) – padroeiro dos lavradores e criadores de animais – também se refere à Reforma Luterana, comemorada em 31 de outubro. Ou seja, une as duas religiões de maior predominância em uma festa que também se configura como confraternização familiar e homenagem às origens germânicas.
Quem resolver pegar a estrada para conferir, vai encontrar muita diversão, com jogos germânicos, bandinha típica e música o tempo todo. A festa vai significar um incremento direto, nas entidades, de cerca de R$ 300 mil. Segundo a Prefeitura da cidade, há também uma grande movimentação nas empresas, indústrias e prestadores de serviços locais, que certamente movimentarão mais de R$ 600 mil.
Porto Alegre entra no circuito de outubro
Pela primeira vez, Porto Alegre, terá uma Oktoberfest oficial, com apoio da prefeitura e presença garantida no calendário de eventos da cidade. Com organização do Hub Criativo Quarto POA, a estreia está prevista para o dia 5 de outubro, em formato gratuito e de rua, ocupando a Sete de Setembro, no Centro Histórico (CH).
O evento inova ao aliar tradição e diversidade cultural: além das clássicas bandinhas alemãs, sobem ao palco o grupo de samba e pagode Volto Pra Te Ver e a banda de rock Vera Loca. Já a Praça de Alimentação ganha espaço especial na Rua dos Andradas, reconhecida como polo gastronômico da capital, onde os restaurantes e empresários locais terão vez na comercialização. Com essa proposta plural e acessível, Porto Alegre passa a integrar oficialmente o circuito das grandes Oktoberfests do Rio Grande do Sul.
Para Cezar Schirmer, Secretário de Planejamento e Gestão de Porto Alegre, embora com fortes investimentos na revitalização do CH, a região ainda tem reduzido movimento de pessoas à noite e aos finais de semana. Para ele, o evento em si – que contará com apoio do governo do Estado e prefeitura da Capital – vai aumentar o movimento de bares e restaurantes e, eventualmente, hotéis e lojas. Para o Secretário, um evento das proporções de uma Oktoberfest também vai contribuir com a geração de empregos temporários, além do estímulo ao turismo cultural e histórico.
Precursora das Oktoberfests no Rio Grande do Sul, a Sogipa mantém sua tradição. A edição deste ano está chegando e promete movimentar o clube e Porto Alegre ao longo do mês de outubro, sendo reconhecida como a maior festa sogipana e o ponto alto do calendário anual. Todos os anos, milhares de pessoas participam da festa, que combina tradição, música, gastronomia típica, chope e muita alegria.
Em 2025, a programação reúne momentos marcantes para todas as idades. Inicia em 4 de outubro com o Baile de Abertura. Um evento em grande estilo, com jantar típico, chope à vontade, pista de dança animada pela Super Banda Hopus e a escolha da nova corte da festa. A Cantina Germânica com happy hour ao estilo alemão é outra atração.
O principal momento é a Oktoberfest no Parque, que acontece no domingo, 19 de outubro, a partir das 11h. Esta é uma grande festa ao ar livre, nos jardins da Sogipa, com música da Super Banda Hopus, apresentações culturais, jogos, brincadeiras, comidas típicas e chope. Nesta edição, também será escolhida a corte mirim da Oktoberfest.
Cervejarias da Capital apostam na data
Em Porto Alegre, duas cervejarias já se preparam para promover atrações especiais para a Oktoberfest. Uma das maiores promete ser a da 4Beer. Segundo um dos sócios, Caio de Santi, nos dias 27 de setembro e 25 de outubro, a ‘Oktoberfest mais cervejeira de Porto Alegre’ vai tomar conta do Quarto Distrito. Entusiasmado com a data, ele anuncia bandinha típica, jogos germânicos, DJs, área kids e, claro, muita cerveja fresca direto das torneiras. Além disso, promete shows de Izmália & Os Incansáveis e Comunidade Nin Jitsu Na Pista.
Na Zona Sul, a Cervejaria Pohlmann divulga o lançamento oficial do novo cardápio de gastronomia alemã, que inclui receitas como currywurst (salsicha ou linguiça fatiada, cozida ou grelhada, servida num molho de curry e ketchup, e frequentemente polvilhada com mais curry em pó), bretzel com salsicha bock artesanal e o esbein. Segundo o mestre cervejeiro e proprietário da casa, Luciano Pohlmann, durante todo mês haverá uma programação que inclui promoções especiais de dose dupla de cervejas, burger e pizza em dobro, shows com música ao vivo e brincadeiras com os jogos germânicos. As novidades serão comunicadas pelo site e redes sociais da cervejaria.
No interior, outras 12 cervejarias já estão organizando programações para outubro e também devem anunciar as atrações. Em Caxias do Sul, a cervejaria La Birra – eleita a segunda melhor cervejaria do Brasil no festival brasileiro do setor – promove sua 10ª edição. No dia 11 de outubro, a festa terá atrações como Banda Passarela e Last Fun Rock. Além disso, quem comprar ingresso terá liberado vários estilos de cerveja, e open de batata frita.
“Com diversidade de estilos, uso de ingredientes regionais e inovação em produtos – como cervejas sem glúten, sem álcool e de baixas calorias, nossas microcervejarias representam a cultura local, o turismo e o desenvolvimento“, assegura Gustavo Cunha, da AGM. Segundo o executivo, elas são um símbolo de identidade que, apoiado pelo trabalho da Associação, segue transformando comunidades e impulsionando o protagonismo do RS no cenário cervejeiro nacional.
*Carmen Carlet, jornalista formada pela Famecos, Pucrs. Atuou como colunista, repórter e correspondente de veículos especializados em propaganda e marketing. Atualmente, trabalha com assessoria de comunicação, produção de conteúdo e conexões criativas.