Uma nova parceria foi formalizada, neste ano, por meio do ecossistema Gerando Falcões, reconhecido pelo trabalho de transformação social em periferias e favelas de todo o País. Desta vez, a multinacional finlandesa Valmet estará colaborando com os projetos do Instituto Ascendendo Mentes nos municípios de Porto Alegre e Eldorado do Sul.
Como parte de seu programa de Responsabilidade Social, a empresa investirá cerca de R$90 mil e disponibilizará uma equipe de voluntários corporativos, que poderão auxiliar na mentoria de jovens no mercado de trabalho e também dos próprios profissionais do Instituto nos processos de governança.
“A Valmet acredita que é o conhecimento que vai transformar a vida das pessoas dessas comunidades. Por causa disso, a jornada de capacitação e compartilhamento de conhecimento para a nova geração é muito importante”, explica o vice-presidente de Serviços da Valmet na América Latina, Felipe Floriani.
Na mesma linha, a diretora do Instituto Ascendendo Mentes, Nina Cardoso, valoriza a importância do trabalho feito pelos voluntários. “O auxílio profissional do voluntariado corporativo na potencialização do processo de aprendizagem é fundamental para o crescimento e fortalecimento da organização”, conta.
Ainda segundo ela, a colaboração entre o Instituto e a empresa é benéfica para ambos. “É uma troca conjunta. Nós aprendemos com a Valmet, e eles aprendem conosco. Quando debatemos o processo de construir uma sociedade melhor para todos, falamos da união de esforços de todos os setores. Todo mundo tem algo para acrescentar, ensinar e conectar”, explica.
A origem do Instituto Ascendendo Mentes remete ao primeiro ano da pandemia de covid-19. Em um cenário de isolamento domiciliar, com escolas fechadas e projetos sociais interrompidos, Nina decidiu criar uma iniciativa que proporcionasse uma formação holística integral para jovens de baixa renda, especialmente adolescentes.
“Existem muitas políticas públicas voltadas para a primeira e segunda infância, mas não para os adolescentes. É uma faixa etária pela qual ninguém sabe muito bem o que fazer, então por isso se tornou o foco do Instituto“, conta.
A atuação do Ascendendo Mentes é dividida entre uma trilha obrigatória, que compreende cursos de cidadania e de educação pedagógica, socioemocional e financeira, e uma opcional, que pode incluir práticas de esportes e atividades de música, dança e teatro, por exemplo. O status de obrigatoriedade dos cursos pedagógico e financeiro serve para garantir o acesso dos adolescentes à educação e à geração de renda, que, na visão de Nina, são ferramentas essenciais no combate à pobreza.
A trilha opcional, por sua vez, oferece a oportunidade de cada jovem decidir com quais atividades se identifica mais. “A grande maioria dos adolescentes faz todos os cursos da trilha opcional, porque essa é uma idade de estar experimentando e se descobrindo. Quando eles têm um dom ou habilidade que gostariam muito de trabalhar, mas a equipe do Instituto não desenvolve, procuramos a nossa rede de parceiros para viabilizar”, explica Nina.
A equipe de profissionais do Ascendendo Mentes é bem variada e completa. Compreende desde psicólogos, responsáveis pelas atividades de educação socioemocional, até músicos formados, que dão aulas de percussão, de cordas e também de instrumentos de sopro. O corpo de voluntários, por outro lado, fica encarregado de ações mais pontuais e complementares.
Por conta da alta demanda de jovens, o Instituto Ascendendo Mentes passou a atuar também em algumas escolas de Porto Alegre, não só na sua sede. Nestes casos, a organização não governamental utiliza espaços reservados pelas escolas somente para a realização das atividades. Segundo Nina, não há diferença entre a atuação dentro das escolas e na sede do Instituto. “É a mesma metodologia, porque levamos tudo para as escolas. Se a aula é de música, nós levamos os instrumentos. Se é de informática, trazemos os computadores. É a mesma estrutura, só que dentro da escola”, conta.
As atividades são desenvolvidas no contraturno escolar, ou seja, os adolescentes participantes podem estudar em um turno e realizar os cursos no outro. O almoço é oferecido pela própria escola. “É um alívio para os pais, porque os seus filhos ficam dentro da escola, sem a necessidade de se locomover para casa para almoçar e depois ir para o Ascendendo Mentes”, explica.
Tendo beneficiado mais de 13 mil jovens em cinco anos de atuação, o Instituto continuará com sua missão de ascender jovens talentos da periferia para o mundo. “Existe uma infinidade de talentos dentro das comunidades, e nós sempre daremos suporte para que esses jovens possam se desenvolver”, completa Nina.