O crescimento do comércio eletrônico e o acesso facilitado a fornecedores internacionais têm levado muitos empreendedores a considerar a importação como estratégia para diversificar o portfólio e aumentar a margem de lucro. Mas será que realmente vale a pena apostar nesse modelo de negócio?
Importar produtos pode oferecer preços mais competitivos em relação ao mercado interno, além de permitir que o vendedor tenha acesso a itens exclusivos, ainda pouco explorados no Brasil. É o caso de eletrônicos, acessórios de moda e artigos de decoração, que muitas vezes chegam ao país com grande apelo junto aos consumidores.
Por outro lado, existem riscos importantes a serem avaliados. O primeiro deles está nos custos de frete e tributação, que podem transformar um produto barato em uma mercadoria pouco lucrativa. Além disso, a demora na entrega pode comprometer a experiência do cliente, especialmente quando o empreendedor trabalha com estoque reduzido. Outro ponto delicado é a garantia: muitos fabricantes estrangeiros não oferecem suporte no Brasil, deixando o lojista responsável por eventuais trocas ou reparos.
Para Marcos Soares, jornalista do VIP CEO, a importação pode ser uma boa estratégia, mas exige cautela. “O empreendedor precisa fazer contas reais, não apenas se basear no preço de vitrine. Um produto pode parecer lucrativo no papel, mas quando entram impostos, transporte, taxas alfandegárias e até variação cambial, a margem pode encolher drasticamente. É preciso profissionalizar o processo para transformar a importação em oportunidade e não em dor de cabeça”, afirmou.
Especialistas do setor apontam que a chave está no planejamento: entender o perfil do público, analisar concorrentes e calcular todos os custos envolvidos antes de fechar um pedido internacional. Também é importante construir relacionamento com fornecedores confiáveis, preferindo aqueles que já tenham histórico de exportação para o Brasil.
Enquanto alguns empreendedores relatam sucesso com importação em pequena escala, outros destacam que a estratégia só se torna realmente viável quando há volume suficiente para diluir custos. Nesse cenário, a importação pode representar tanto um diferencial competitivo quanto um risco capaz de comprometer o fluxo de caixa do negócio.