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ABDI debate desafios do Brasil na corrida tecnológica

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, participou nesta terça-feira, 5/8, do primeiro dia do seminário on-line Neoindustrialização e Transformação Digital Soberana no Brasil, realizado pela ABDI e a Revista Fórum. Cappelli integrou o painel “Os Rumos da Industrialização Diante da IA” ao lado dos economistas Helena Lastres (UFRJ) e Marcio Pochmann, também presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e do sócio-fundador da OMTX Tecnologia, Manoel Fonseca Neto.

“Não são desafios só do Brasil”, disse o presidente da ABDI, sobre os avanços tecnológicos, como Inteligência Artificial (IA), e seus impactos nos meios de produção, mecanismos de geração de valor e mundo do trabalho. “Quando a gente olha o cenário global, boa parte das questões levantadas também está sendo enfrentada pela Europa”, lembrou, sem excluir os desafios da regulação de novas aplicações.

Cappelli destacou a necessidade de o Brasil investir em tecnologia para não ficar atrás da corrida tecnológica global. Como exemplo, comparou o orçamento de uma empresa internacional com os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT).

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“A Huawei investiu, só em 2023, US$ 23 bilhões em pesquisa e desenvolvimento. Se a gente for lembrar que o FNDCT, agora descontingenciado, tem R$ 13 bilhões para o Brasil inteiro, a gente começa a ter a dimensão do tamanho do desafio que tem pela frente”, analisou.

O FNDCT é fundo de natureza financeira que tem o objetivo de financiar a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico com vistas a promover o desenvolvimento econômico e social do País.

Mudança de era

Ao destacar a necessidade da ampliação de investimentos em inovação, o presidente da ABDI citou o ex-presidente do Uruguai José “Pepe” Mujica, falecido em maio deste ano: “Não estamos vivendo uma era de mudanças. Estamos vivendo uma mudança de era”.

Para Cappelli, a velocidade dos avanços tecnológicos reforça a necessidade de uma política de Estado voltada à pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&DI) e à centralidade da soberania digital.

Apesar dos desafios, ele destacou experiências bem-sucedidas no setor público que demonstram a capacidade nacional de inovação. Entre elas, o desenvolvimento do Pix pelo Banco Central e iniciativas da Receita Federal, como a nota fiscal eletrônica, que contribuem para a digitalização e modernização do Estado Brasileiro.

Entre as inovações impulsionadas pela nota fiscal eletrônica, Cappelli destacou a plataforma Recircula Brasil, desenvolvida pela ABDI em parceria com a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) e operada pela Central de Custódia.

Reconhecida pela ONU em 2023 e considerada pioneira no setor, a ferramenta ajuda a promover a reciclagem, uma das vertentes da economia circular, além de permitir o mapeamento da cadeia produtiva do plástico.

“A gente, aqui, na ABDI, montou uma plataforma para certificar o uso de material reciclado pela indústria a partir da nota fiscal eletrônica. A indústria insere a nota fiscal, a gente vai na base da receita, cruza uma série de dados e consegue certificar a quantidade de material reciclado, a massa e o volume que a indústria está utilizando em sua cadeia produtiva”, explicou.   

Banda Larga, 5G e conectividade

Realizado pela ABDI e pela Revista Fórum, o encontro volta a debater o tema no próximo dia 12, às 15h, no painel “Quais infraestruturas faltam ao Brasil para a virada tecnológica?”.

O debate reunirá Renata Mielli (CGI.br), Eduardo Parajo (Abranet) e Sergio Amadeu (UFABC) em reflexões sobre banda larga, 5G e conectividade como bases para a indústria 4.0. Tratará, também, de financiamento e modelos público-privados para infraestruturas estratégicas e críticas, como data centers, redes seguras e sistemas de armazenamento em nuvem, e da formação de mão de obra para a economia digital.

Fonte Oficial: https://www.abdi.com.br/abdi-debate-desafios-do-brasil-na-corrida-tecnologica/

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