Serviços enfrentam cenário de cautela, mas tecnologia segue em alta

O setor de Serviços iniciou 2025 com o freio de mão puxado. Depois de fechar 2024 com desempenho positivo, os primeiros meses deste ano mostraram desaceleração: o crescimento entre fevereiro (0,9%) e abril (0,2%) ilustra o ritmo mais lento, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (IBGE).

O principal obstáculo ainda é o ambiente macroeconômico desafiador — juros altos, inflação resistente e custo de vida elevado seguem pressionando o consumo. Dentre os segmentos pesquisados, apenas informação e comunicação mostram força, com expansão de 6,5% em 12 meses, promovida pela demanda por tecnologia, digitalização e inovação.

Além disso, a atividade de transporte, armazenagem e correios — fortemente ligada ao consumo — avançou apenas 0,2% no acumulado de 12 meses, sinalizando o impacto do custo elevado de combustíveis e insumos sobre margens e investimentos.

Outro tópico de atenção é a confiança. O Índice de Confiança de Serviços (ICS) segue baixo, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). O leve repique recente não foi suficiente para afastar o clima de cautela, que deve pautar decisões mais conservadoras no curto prazo.

A inflação elevada é outro alerta. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumula a alta que pressiona custos operacionais e folha de pagamento, dificultando o repasse aos consumidores.

Apesar de tudo, os Serviços mantêm o seu papel como maior empregador formal do País. Foram 136 mil novas vagas até abril, principalmente em tecnologia, finanças e administração — prova de que a transformação digital segue gerando oportunidades.

Para os próximos meses, a expectativa é de crescimento lento e gradual, condicionado ao comportamento da economia e à evolução da inadimplência das famílias, que segue em níveis elevados.

Recomendações para atravessar o período com segurança:

• tenha controle rigoroso de custos e garanta liquidez;
• mantenha o capital de giro saudável;
• invista em inovação e digitalização, priorizando retorno rápido;
• fique atento às mudanças de comportamento do consumidor;
• negocie condições com fornecedores e parceiros.

Leia a Carta Setorial na íntegra, elaborada pelos especialistas do Conselho de Serviços da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), e planeje as suas estratégias com informação de qualidade.