Em meio ao aumento generalizado dos preços de insumos, energia e transporte, empresários brasileiros estão enfrentando um desafio crucial: renegociar contratos com fornecedores sem comprometer a operação do negócio. A pressão sobre as margens de lucro exige mais do que cortes — exige habilidade estratégica.
Negociar melhores termos se tornou uma necessidade, e não uma opção. Para muitos empreendedores, o primeiro passo é entender detalhadamente a própria demanda: saber quais produtos ou serviços são essenciais, quais têm maior impacto no orçamento e onde há espaço para flexibilizar volumes, prazos ou condições. Com essas informações em mãos, a conversa com fornecedores ganha outro peso.
No centro dessa mudança de postura está a busca por relações mais colaborativas. Marcos Soares, jornalista do VIP CEO, destaca que a negociação não pode mais ser encarada como um duelo. “Empresários que se posicionam como parceiros estratégicos e não apenas como clientes conseguem condições mais vantajosas, mesmo em tempos difíceis. Quando o fornecedor percebe que há continuidade e confiança na relação, ele também se abre para ceder”, afirma Soares.
Esse tipo de abordagem tem ganhado força especialmente entre pequenos e médios negócios, que dependem mais da estabilidade nos insumos para manter preços competitivos. Além disso, o uso de dados se tornou uma ferramenta poderosa. Mostrar histórico de compras, volume recorrente ou previsibilidade de demanda pode ser decisivo para conseguir melhores condições.
Empresas que adotam uma comunicação mais transparente e flexível também têm conseguido propor soluções criativas, como contratos de médio prazo com preços fixos, pagamento antecipado com desconto ou até trocas de serviços que agreguem valor aos dois lados. Em alguns setores, a diversificação de fornecedores e a busca por produtores locais também têm se mostrado estratégias eficientes para evitar dependência excessiva e reduzir custos logísticos.
A habilidade de negociar bem, mais do que nunca, se tornou uma competência estratégica para manter a competitividade em tempos de instabilidade econômica.