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cenário exige cautela, resiliência e eficiência do setor de Serviços


Luis Cesar Bigonha, presidente do Conselho de Serviços da FecomercioSP (Foto: Edilson Dias)

*Por Luis Bigonha

O ano de 2025 reserva desafios aos empresários do setor de Serviços. Isso porque o ano passado foi marcado por um crescimento econômico robusto, com alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,4%, uma das maiores taxas desde 2011. Como era de se esperar, quando o PIB cresce acima do seu potencial, estimulado pela demanda (e não por investimentos), surgem os desequilíbrios econômicos. O principal reflexo desse crescimento tem sido a inflação, que acelerou final do ano passado. Com isso, iniciou-se o ciclo de aperto monetário, que deve chegar em 15% ainda no primeiro semestre do ano. 

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Os Serviços, que têm maior peso no PIB, mostraram-se o principal motor da economia ano passado, beneficiados pelo baixo nível de desemprego e pelo crescimento da renda da população. O setor fechou o ano de 2024 com alta acumulada de 3,1%, marcando o quarto ano consecutivo de expansão. Entretanto, o ano de 2025 tem projeções mais moderadas para todos os setores da economia e o de serviços também entra nessa estimativa. 

Esse ano deve trazer alguns vetores de desaquecimento, principalmente no segundo semestre. Os juros mais altos e a necessidade do governo em brecar a expansão fiscal (estima-se que ano passado tivemos mais de R$ 300 bilhões em expansão líquida dos gastos do governo) são sinais claros de que não haverá espaço para um crescimento próximo ao ocorrido em 2024. 

Um cuidado que deve ser tomado é em relação à dinâmica do cenário econômico. Como ainda temos um mercado de trabalho muito aquecido, com a abertura de 137 mil novos empregos, em janeiro – de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) –, entre os quais 45 mil postos pertenentes aos Serviços, é bem possível que o início de 2025 ainda registre sinais de aquecimento. O mercado de trabalho no Brasil enfrenta uma inércia acentuada em razão da rigidez de suas leis, portanto, demora mais do que as outras varáveis para desaquecer. A grande armadilha pode estar aí: a ilusão frente a um primeiro semestre mais forte. 

Diante desse cenário, o Conselho de Serviços da FecomercioSP orienta o empresário do setor para que tenha cautela, e reserve um fundo para potencial desaquecimento, eliminando custos e investimentos não estratégicos. Dessa forma, é possível liberar recursos e aplicá-los em atividades que promovam aumento de vendas com melhores margens e que sejam de retorno fácil e exijam menor capital investido. É preciso ter equilíbrio nas decisões e crescer de maneira saudável, sem comprometer a saúde financeira da empresa. 

Os impactos da atual conjuntura macroeconômica de custos financeiros e monetários mais elevados tendem a atingir as empresas do setor, pressionando suas margens de lucro. Paralelemente, a carestia dos alimentos e de produtos essenciais impacta a renda das famílias e diminui espaço no orçamento familiar para o consumo de serviços. 

Se as preocupações sobre a dinâmica da economia são grandes do lado de fora das empresas, do lado de dentro, a resiliência organizacional é o melhor caminho para reduzir os efeitos das suas consequências. Entender a realidade financeira do negócio é fundamental para não correr riscos. Além disso, garantir um atendimento de qualidade, investir em digitalização e fidelização dos clientes são essenciais para aumentar a competitividade. Essas ações melhoram a eficiência operacional da empresa e diminuem perdas, fazendo com que o empresário aproveite da melhor forma o potencial do seu negócio. 

*Luis César Bigonha, presidente do Conselho de Serviços da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP)

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Fonte Oficial: https://www.fecomercio.com.br/noticia/juros-altos-e-inflacao-elevada-cenario-exige-cautela-resiliencia-e-eficiencia-do-setor-de-servicos

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