Em um ambiente digital cada vez mais saturado, muitas empresas — especialmente startups e pequenos negócios — ainda acreditam que engajamento em redes sociais é sinônimo de sucesso. Mas curtidas, compartilhamentos e visualizações, sozinhos, não pagam boletos. Criar uma estratégia de conteúdo que realmente gere receita exige mais do que criatividade: é preciso pensar como negócio.
O ponto de partida está no entendimento claro do funil de vendas. Conteúdo precisa estar conectado com uma jornada: atrair, engajar, converter e reter. Um vídeo viral pode até trazer visibilidade, mas se não direcionar para uma ação estratégica — como um cadastro, um teste gratuito ou uma conversa com o time comercial — dificilmente vai gerar impacto financeiro. O objetivo do conteúdo não é apenas ser visto, mas criar uma ponte entre o interesse e a compra.
Outro aspecto essencial é a segmentação. Produzir conteúdo para “todo mundo” é um erro clássico. Estratégias que funcionam são aquelas que falam com um público específico, com dores reais e linguagem alinhada. Um blogpost técnico pode ter baixo engajamento, mas converter muito bem se atingir tomadores de decisão. O mesmo vale para e-books, newsletters e webinars: o conteúdo precisa resolver um problema, não apenas entreter.
Tecnologia e dados também entram como aliados nesse processo. Plataformas de automação e CRM ajudam a mapear o comportamento do usuário, permitindo que o conteúdo certo chegue na hora certa. Isso transforma o marketing de conteúdo em um canal de aquisição qualificado e previsível, e não apenas em uma vitrine de vaidade digital.
Para Marcos Soares, jornalista do VIP CEO, o grande erro de muitas empresas é “produzir conteúdo para agradar o algoritmo e esquecer do cliente. O conteúdo que vende é aquele que responde dúvidas reais e mostra como sua solução melhora a vida do outro. Métrica de vaidade é like. Métrica de verdade é boleto pago”. Segundo ele, o conteúdo mais poderoso é o que gera confiança — e confiança, por sua vez, gera vendas.
Muitas startups de sucesso começaram com estratégias de conteúdo simples, mas muito bem direcionadas. Ao invés de tentar viralizar, focaram em educar o mercado, construir autoridade e gerar leads qualificados. Essa é a diferença entre ser popular e ser relevante.