De acordo com a FecomercioSP, o que tem influenciado a redução do custo de vida das famílias de baixa renda são os alimentos
(Arte: TUTU)
Pelo segundo mês seguido, o custo de vida das famílias na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) ficou menor para as classes mais baixas. Dados da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) mostram que, em agosto, o indicador caiu 0,21% para a classe E, além de retrair 0,17% para a classe D [tabela 1].
No entanto, a queda não se refletiu no período anual, que mostra aumentos no custo de vida de 2,35%, para a classe E, e 2,74%, para a classe D.
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Ainda assim, o resultado é positivo quando comparado ao acréscimo sentido pelas famílias de alta renda. Em agosto, a classe A lidou com uma alta de 0,35%, enquanto a classe B experimentou aumento de 0,23%. No acumulado de um ano [tabela 2], a classe A obteve um aumento de 5,04%, enquanto a classe B, de 4,33%.
TABELA 1
CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS)
RECORTE POR CLASSE (AGOSTO)
Fonte: FecomercioSP
TABELA 2
CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS)
RECORTE POR CLASSE (12 MESES)
Fonte: FecomercioSP
De acordo com a FecomercioSP, o que tem influenciado a redução do custo de vida das famílias de baixa renda são os alimentos, que caíram 0,70% para a classe D e 1,08% para a classe E. Os itens que mais baratearam foram o feijão, que sofreu redução de 7,9% nos preços, e a alcatra e a alface — ambas 4,5% mais em conta. Tanto o feijão quanto a alface estão com oferta equilibrada, mas com demanda fraca, o que tem pressionado os preços para baixo.
Outro item que impactou o custo de vida dessas famílias foi o grupo de transportes, que caiu 0,31% em comparação ao ano passado, com variações de -0,77%, para a classe D, e -1,12%, para a classe E. Pelos serviços, destaca-se a passagem aérea, que retraiu -11,1%, o que é tradicionalmente esperado, dado o fim das férias de julho. Pelo lado do varejo, o etanol chama a atenção com recuo mensal de 4%.
Na contramão, os preços dos itens que mais impactaram o bolso das classes mais ricas foram a saúde, que apontou aumento mensal de 0,76%, em razão da alta dos convênios médicos, e a habitação, que registrou crescimento mensal de 0,74%, puxado pelo aumento médio da energia elétrica residencial.
Vale destacar ainda que a maior variação em agosto foi observada no grupo de vestuário, com um aumento de 0,86% no geral. A influência refletiu em todos os segmentos da moda — masculina, feminina e infantil —, uma vez que o inverno traz valores mais elevados do que a temporada anterior.
TABELA 3
CUSTO DE VIDA POR CLASSE SOCIAL (CVCS)
GRUPOS DE PRODUTOS
Fonte: FecomercioSP
REAJUSTE NOS COMBUSTÍVEIS PODE TRAZER IMPACTOS
No mês de agosto, o óleo diesel subiu 6,1%. Esse reajuste exige atenção e deve ser monitorado, visto que o combustível é fundamental na cadeia logística nacional, além de ser bastante utilizado no campo, em tratores, caminhões, ônibus e outras máquinas. O aumento pode diminuir a magnitude da redução no preço dos alimentos, uma vez que há o repasse natural para o resto da cadeia.
Além disso, o preço do petróleo em alta no mercado internacional pode pressionar a Petrobras a aumentar o valor dos combustíveis nos próximos meses, o que também influencia os custos de produção e a logística de alimentos.
Apesar disso, no cômputo geral, a CVCS mostra uma estabilidade no avanço do custo de vida na RMSP, registrando 0,10%. No acumulado de 12 meses, porém, o aumento já é de 3,81%. Considerando apenas os sete primeiros meses de 2023, ficou 2,37% mais caro de morar em São Paulo e nas cidades da região metropolitana.
A FecomercioSP entende que os números do índice de agosto apresentam um cenário positivo e é um momento favorável para o bolso do consumidor da RMSP, com menor impacto ao orçamento, o que facilita a possibilidade da quitação de dívidas.
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Fonte Oficial: FecomercioSP