Isenção unilateral beneficia o turismo ao incluir os passageiros que decidem por impulso e motivados por promoções
(Arte: TUTU)
A volta da exigência de vistos para passaportes estadunidenses, australianos, japoneses e canadenses é tida como preocupante pelo Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que lamenta a deliberação e afirma que vai trabalhar para revertê-la. Por isso, vai contribuir com dados e argumentos que serão direcionados aos principais agentes públicos do turismo: a ministra do Turismo, Daniela Carneiro, e ao presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Marcelo Freixo, além da Frente Parlamentar do Turismo no Congresso Nacional, a fim de sensibilizar o presidente da República para a revisão da decisão.
O argumento para a revogação da isenção, política adotada em 2019, se baseia em dois pontos: o da reciprocidade e dos efeitos nulos da medida. De acordo com a FecomercioSP, quanto à reciprocidade, a avaliação que deve ser feita é referente à competitividade com outros países da América do Sul, uma vez que Chile, Colômbia, Peru e Argentina não exigem visto dos cidadãos norte-americanos, por exemplo.
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Consequentemente, menos burocracia atrai mais turistas e mais gastos para a cadeia. De acordo com dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), economias do G20 tem potencial de atrair um adicional de 122 milhões de turistas e gerar uma exportação no turismo de US$ 206 bilhões em simplificações dos processos de vistos.
Atualmente, os Estados Unidos são o segundo país com desembarcados no Brasil, principalmente por meio aéreo – e fica atrás somente da Argentina. Em 2022, entraram no País 441 mil estadunidenses, 54,2 mil canadenses, 25 mil australianos e 17,6 mil japoneses, os quais respondem por cerca de 15% do total de turistas que ingressam em terras brasileiras. Frente aos números, a FecomercioSP afirma que é preciso ter um olhar atencioso a estes países.
Ainda segundo a Federação, é necessário avaliar a alegação de que a isenção não conseguiu elevar o número de visitantes. Isso, porque a desobrigação ocorreu um ano antes da pandemia, e, assim, foram três anos seguidos em situação atípica. Por isso, esse período não deve ser considerado para tomar uma decisão tão relevante quanto essa.
Além disso, o Conselho de Turismo destaca que a medida vai no sentido contrário das políticas do Ministério do Turismo e da Embratur: recuperar a imagem do País no exterior, ampliar os investimentos na promoção nacional em países como os Estados Unidos, fomentar os aportes financeiros para a ampliação da estrutura turística, entre outros.
Para Guilherme Dietze, assessor técnico do Conselho de Turismo, a isenção unilateral beneficia o turismo ao incluir os passageiros que decidem por impulso e motivados por promoções. “O visto é uma barreira, especialmente nestes casos. Outros países com interesses comercial e turístico no País devem ser avaliados, para que se alinhe este tipo de ação com outras de comércio exterior e parcerias estratégicas”, finaliza.
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Fonte Oficial: FecomercioSP