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misturar dá confusão (e pode custar o seu CNPJ!)


Se a empresa cresce e a renda se aproxima do teto, separar as finanças é o primeiro passo para planejar a transição para ME

Para muitos MEIs, a pergunta é frequente: “Posso usar o dinheiro da empresa para pagar a conta do supermercado?”. A resposta, na prática, é “não”, pois esse é um dos hábitos mais perigosos para a saúde do negócio. Além disso, agora, pode pôr o próprio CNPJ em risco.

É importante lembrar que o Fisco acompanha todas as movimentações eletrônicas feitas por Pessoas Físicas (PFs) e Pessoas Jurídicas (PJs), como pagamentos por PIX ou por cartão de débito/crédito. No caso do PIX, sempre que o montante transferido ultrapassar R$ 2 mil para PF ou R$ 6 mil para PJ, os bancos são obrigados a informar esses valores ao Fisco.

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Como vimos na matéria anterior, com a nova regra da Receita Federal, que possibilita o cruzamento da renda da PF com o faturamento do MEI dentro do limite de R$ 81 mil anuais, separar o que é seu do que é da empresa deixou de ser uma mera recomendação e virou uma necessidade urgente.

Por que separar?

Misturar as contas parece inofensivo no dia a dia, mas gera uma série de prejuízos. Veja a seguir.

Você não sabe se o negócio é lucrativo: quando tudo está numa conta só, é impossível saber se a empresa está dando lucro de verdade ou se você está simplesmente “comendo” o próprio capital de giro.

Descontrole financeiro total: sem saber o quanto a empresa gastou e o que foi gasto pessoalmente, fica inviável fazer um planejamento para investir, comprar estoque ou pagar impostos.

Dificuldade em obter crédito: bancos e fintechs avaliam a saúde financeira da empresa. Se não há movimentação consistente numa conta jurídica, fica muito mais difícil conseguir um empréstimo ou aumentar um limite.

Risco de ultrapassar o limite do MEI (e cair na malha fina): este é o ponto mais crítico. Se você tem outras fontes de renda e não faz essa separação, fica difícil comprovar à Receita que o dinheiro que entrou não é só do negócio. A soma de tudo pode ser considerada como de sua atividade econômica, que não pode passar de R$ 81 mil por ano. Se passar, você será obrigado a se desenquadrar e virar uma Microempresa (ME).

Na prática: como fazer essa separação?

A regra de ouro é simples: o MEI tem uma identidade jurídica própria, diferente da sua pessoa física.

Tenha uma conta corrente jurídica: é fundamental que o dinheiro do seu negócio (o que você recebe de clientes) caia em uma conta PJ, preferencialmente a conta MEI gratuita que os bancos são obrigados a oferecer.

Estabeleça um “pró-labore”: defina um valor fixo para retirar da empresa como a sua “folha de pagamento”. Esse dinheiro, sim, você transfere para a sua conta pessoal e usa para despesas do dia a dia.

Compre apenas com o CNPJ: todo gasto relacionado ao negócio (matéria-prima, internet, combustível para entregas) deve ser pago com o dinheiro da conta PJ ou com um cartão de crédito cadastrado no CNPJ. Isso organiza as despesas e ajuda na hora de declarar.

Mantenha as rendas separadas: sua renda de salário, aluguel ou outros trabalhos deve ir para a sua conta pessoal — já o faturamento do seu negócio, para a conta PJ.

O caminho é planejar

Se o seu negócio está crescendo e sua renda total está se aproximando do teto, a separação financeira é o primeiro passo para tomar a decisão certa: planejar a transição para ME, de forma organizada, sem sustos com multas ou desenquadramentos retroativos.

Manter as contas separadas não é burocracia, mas uma ferramenta de gestão. É o que permite ao empreendedor enxergar com clareza o caminho da sua empresa e crescer com segurança.

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Fonte Oficial: https://www.fecomercio.com.br/noticia/conta-mei-conta-pessoal-misturar-da-confusao-e-pode-custar-o-seu-cnpj

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