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Reforma tributária e tendências globais transformam o setor de fretes no Brasil

Mercado enfrenta adaptações estratégicas e tecnológicas diante da Reforma Tributária e tendências globais, preparando-se para um cenário mais eficiente e competitivo

O setor de fretes e logística enfrenta atualmente um cenário de alta imprevisibilidade global, impulsionado por tensões geopolíticas, oscilações econômicas e pelo rápido avanço de novas tecnologias e modelos de negócios, o que transforma profundamente o ambiente operacional e logístico. No Brasil, esse contexto é ainda mais desafiador devido aos impactos da reforma tributária, que deve alterar o formato de benefícios fiscais das empresas, muitas vezes conectadoconectados com sua localização geográfica, além de exigir adaptações tecnológicas para atender às novas exigências legais. Esses fatores somam desafios adicionais à cadeia de suprimentos, exigindo das organizações uma capacidade cada vez maior de adaptação e planejamento estratégico.

Nesse cenário, o estudo “The future of freight”, da Deloitte, aponta seis tendências que impactam o mercado de transporte de cargas, de forma global, tanto atualmente quanto no futuro. São elas:

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No Brasil, a tendência de concentrar as unidades fabris e centros de distribuição mais perto das regiões consumidoras (nearshoring) tem ainda um componente adicional: as mudanças trazidas pela reforma tributária. “Devido aos incentivos fiscais oferecidos em determinadas regiões do Brasil, grande parte da indústria de consumo, incluindo o setor automotivo, de alimentos e bebidas ou eletroeletrônico, por exemplo, concentra suas operações em áreas estratégicas do país. Essa escolha geográfica impacta diretamente as margens de lucro das empresas, pois os benefícios tributários decorrentes da localização representam parcela significativa dos resultados financeiros dessas organizações”, explica Paulo de Tarso, Sócio-líder para a indústria de Consumer da Deloitte Brasil.

“Com a reforma tributária, a lógica de tributação será alterada: o imposto passará a ser recolhido no destino da mercadoria, e não mais em sua origem. Essa mudança traz impactos profundos para a cadeia logística. Por exemplo, atualmente uma indústria pode manter sua produção em um estado que oferece incentivos fiscais, mesmo que o principal mercado consumidor esteja em outro estado sem esse benefício. Com a nova regra, essa empresa não apenas terá o custo do frete, mas também perderá o benefício tributário, afetando diretamente sua competitividade. O mesmo raciocínio vale para os Centros de Distribuição (CDs). Nos últimos anos, muitas companhias concentraram seus CDs em localidades que possuíam incentivos fiscais. Agora, será essencial reavaliar essa estratégia, considerando a proximidade do mercado consumidor, o período de transição e o novo cenário de custos trazido pela reforma”, comenta Luiz Rezende, sócio-líder de Consultoria Tributária da Deloitte Brasil.

A tecnologia é outro componente importante para o futuro da indústria logística. De acordo com o estudo “The future of freight”, nos próximos anos é esperado um avanço contínuo em tecnologias como IA, machine learning, visão computacional e simulação em larga escala, entre outras. Estima-se que haverá mais de 30 bilhões de soluções de IoT (internet das coisas) conectadas ao redor do mundo em 2030, quase o dobro do registrado em 2023 (15,7 bilhões), segundo dados disponíveis na plataforma Statista. Já o estudo “Gen AI transforming transportation: Lessons from the frontier of an emerging technology”, também da Deloitte, revela que 75% dos 200 executivos participantes já têm ao menos um piloto de IA generativa implementado em seu negócio.

“Observamos, cada vez mais, uma integração entre empresas de tecnologia e empresas de transportes. Transportadoras têm investido ou mesmo adquirido startups de dados com o objetivo de otimizar rotas e ee obter vantagens competitivas em custos na cadeia estendida. O setor de transporte vem adotando essas inovações em um ritmo determinado por sua viabilidade econômica, e esse ritmo deve acelerar à medida que os ganhos aumentam e os custos diminuem”, afirma Giuliano Babbini, Sócio de soluções de Supply Chain & Network Operations da Deloitte Brasil.

Por aqui, a tendência de adoção de novas tecnologias também passa pelos impactos da reforma tributária. Além da exigência no novo modelo de nota fiscal eletrônica e de toda a conciliação contábil necessária enquanto os dois modelos estiverem convivendo, as empresas precisarão constantemente simular e analisar os impactos fiscais para planejar sua malha logística de transporte e armazenagem.

Já em relação à evolução das frotas, o relatório “Global Transportation Trends 2025”, também da Deloitte, corrobora a tendência de promoção do uso de veículos de zero e baixa emissão de carbono. De acordo com dados do estudo, o mercado global de veículos elétricos já supera 17 milhões de unidades comercializadas e o Brasil é apontado como referência, seja pelo uso de energia limpa no setor quanto pela longa trajetória do país com biocombustíveis e sua posição de liderança no uso do etanol.

Diante desse panorama de transformações, desafios e oportunidades, o setor de logística e fretes no Brasil está diante de um momento decisivo. A capacidade das empresas de se adaptarem rapidamente às novas exigências regulatórias, investirem em tecnologia e reavaliar suas estratégias operacionais será fundamental para garantir competitividade e crescimento sustentável. Acompanhar de perto as tendências globais e nacionais, bem como buscar parcerias estratégicas, permitirá que o setor esteja preparado para enfrentar as mudanças, explorar novos mercados e contribuir para o desenvolvimento econômico do país.



Fonte Oficial: https://www.contabeis.com.br/noticias/74312/reforma-tributaria-e-tendencias-globais-transformam-o-setor-de-fretes-no-brasil/

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