O Brasil dará início, em 2026, à maior transformação tributária das últimas décadas. A implantação do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) inaugura um novo modelo de tributação sobre o consumo que impactará a rotina de empresas de todos os portes. A promessa é de maior simplificação e padronização nacional, mas o período de adaptação exigirá cuidado redobrado para evitar falhas, inconsistências e prejuízos operacionais.
A partir de janeiro de 2026, os documentos fiscais eletrônicos, como a NF-e e a NFC-e passampassarão a incluir campos específicos para IBS e CBS. Dois códigos se tornam centrais nesse processo: o CST-IBS/CBS, que define a situação tributária da operação, e o cClassTrib, que classifica cada item de acordo com o tratamento tributário aplicável, seja tributação integral, alíquota reduzida, isenção, imunidade, diferimento ou regimes especiais. Todas as operações deverão ser registradas, mesmo quando não houver imposto devido, como em remessas para conserto ou demonstração, o que reforça a necessidade de revisão completa dos cadastros e rotinas internas.
Mesmo com a obrigatoriedade prevista na Lei Complementar nº 214/2025, a Receita Federal e o Comitê Gestor do IBS decidiram flexibilizar a validação técnica. A Nota Técnica 2025.002, versão 1.33, estabelece que os campos são obrigatórios, mas as notas fiscais não serão rejeitadas inicialmente caso estejam incompletas. Ainda não há data definida para que a rejeição automática passe a valer, e esse intervalo cria um período informal de adaptação durante o ano de 2026. Segundo Márcio Shimomoto, essa flexibilidade não deve ser interpretada como folga: “Esse período de transição é justamente o momento para testar processos, corrigir falhas e garantir que tudo esteja redondo quando a exigência passar a valer de forma plena.“
Nesse primeiro ano, contribuintes do regime normal ficam dispensados do recolhimento do IBS e da CBS, desde que cumpram rigorosamente as obrigações acessórias, incluindo o correto preenchimento dos documentos fiscais e o envio das informações necessárias para a apuração assistida. O não cumprimento dessas exigências pode resultar na perda da dispensa e em autuações, reforçando a importância de processos bem estruturados desde o início da transição.
A reforma exigirá uma revisão profunda das rotinas empresariais. Sistemas precisam ser atualizados, cadastros de produtos e serviços reclassificados item por item, e equipes treinadas para lidar com os novos parâmetros. A King Contabilidade alerta que erros de classificação podem gerar inconsistências, perda de créditos e retrabalho, o que torna fundamental a integração entre as áreas de contabilidade, fiscal, faturamento e tecnologia. Especialistas alertam que a preparação antecipada será determinante para minimizar problemas e aproveitar os benefícios do novo sistema. A adoção do IBS e da CBS abre um novo capítulo na modernização da tributação brasileira. Em 2026, as empresas enfrentarão um período de transição intenso, em que a organização e a capacidade de ajuste serão fundamentais. A complexidade inicial tende a dar lugar a processos mais simples e integrados, e aqueles que começarem a se adaptar desde já estarão mais preparados para operar em um ambiente mais claro, menos sujeito a divergências e com uma relação mais transparente com o fisco.
O alerta já foi dado por Márcio Shimomoto, presidente da King Contabilidade: “Quem se preparar desde já terá vantagem competitiva em um cenário que promete reduzir divergências, simplificar interpretações e modernizar a relação entre contribuintes e o fisco.
Fonte: Márcio Massao Shimomoto, presidente da King Contabilidade
Fonte Oficial: https://www.contabeis.com.br/noticias/74305/reforma-tributaria-2026-ibs-e-cbs-impactam-empresas/