Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) subiu 3,1% em novembro, com boas expectativas para vendas e para a economia, reduzindo pessimismo acumulado ao longo de 2025
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) cresceu 3,1% em novembro, na comparação com outubro, e atingiu 99,2 pontos, maior patamar desde agosto. O resultado positivo é impulsionado pela expectativa de vendas na Black Friday e nos efeitos da data em toda a economia nacional. Porém, o pessimismo acumulado ao longo de 2025 ainda ronda o setor, que acumula queda de 8,1% no índice, na comparação de novembro de 2025 com novembro de 2024.
As intenções de investimento voltaram à zona de otimismo, com 100,1 pontos, alta de 0,7% no mês, mas ainda em queda de 3,4% em relação ao ano anterior. A intenção de contratação de funcionários alcançou 114,2 pontos, avanço de 1,5% em novembro, e 70% dos empresários declararam pretender contratar, o maior percentual desde dezembro do ano passado, em linha com o reforço de mão de obra temporária típico do período.
A CNC destaca que a melhora de novembro está associada à sazonalidade das festas de fim de ano e ao aumento da Intenção de Consumo das Famílias (ICF), especialmente em “momento para compra de duráveis” (+3,1%) e “acesso ao crédito” (+0,7%). “A taxa Selic ainda elevada e os altos índices de endividamento continuam limitando a expectativa de consumo e de investimentos por parte dos empresários, que temem por uma instabilidade no mercado de trabalho em 2026.
Assim, o avanço na confiança visto em novembro é pontual, vinculado à Black Friday, e não reverte, por si só, o quadro de desaceleração observado ao longo do ano atual”, pontua o economista-chefe da Confederação, Fabio Bentes.
Evolução por setores
Entre os segmentos, empresários de supermercados, de farmácias e de lojas de cosméticos demonstraram o maior avanço mensal na confiança (+4,5%), com Icec de 95,0 pontos, ainda em terreno pessimista (abaixo de 100) e 6,7% abaixo de novembro do ano passado.
Roupas, calçados, tecidos e acessórios voltaram ao campo otimista, com 100,7 pontos (+2,0% no mês), enquanto bens duráveis (eletrônicos, eletrodomésticos, móveis, material de construção e veículos) registraram 103,0 pontos, alta de 1,4% no mês, mas a maior queda anual entre os segmentos (-9,7%), evidenciando maior sensibilidade aos juros altos.