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Turismo no Brasil: CNC, setor público e trade privado debatem caminhos para elevar o PIB e a sustentabilidade

Participação no encontro Caminhos do Brasil projeta agenda de inovação, mensuração econômica e ampliação das contas satélites do turismo

Nesta quarta-feira (26), a edição do Caminhos do Brasil reuniu, no Rio de Janeiro, representantes de entidades e do governo federal para discutir competitividade e sustentabilidade da indústria turística nacional. O diretor da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e presidente da Federação Brasileira de Hospedam e Alimentação (FBHA), Alexandre Sampaio, destacou, no encontro, a união do trade turístico e a necessidade de ampliar a mensuração do impacto do turismo no Produto Interno Bruto (PIB), especialmente por meio das contas satélites de turismo.

Os números recentes do setor deram o tom do encontro. Até novembro de 2025, o País registrou 8 milhões de turistas internacionais e mais de 83 milhões de viajantes domésticos, impulsionados por uma ampliação da malha aérea e pela escolha do Rio como um dos destinos mais disputados de 2026 em pesquisas globais.

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Sampaio falou sobre o episódio de preocupação do trade com a revisão de isenções de vistos pela política externa brasileira. “Isso acabou superado, e nós temos aí uma movimentação que explodiu de maneira fantástica, provando que não é um visto que vai dificultar a vida. Não dificultou”, afirmou.

Protagonismo do turismo no desenvolvimento econômico

Alexandre Sampaio também conectou o setor ao ciclo eleitoral de 2026. “Ano que vem, temos eleições. E através do Conselho Empresarial de Turismo e Hospitalidade, que tem mais de 26 entidades patronais que sentem o turismo dentro do possível, nossos recomeços, todas elas montaram conselhos de turismo agora em todo o Brasil e atuam de maneira importante”, reforçou.

Sampaio disse que o turismo precisa ganhar mais protagonismo na mensuração do PIB, envolvendo múltiplos ministérios e adotando as contas satélites em estudos oficiais. “Uma vez que temos 52 setores afetados pelo turismo ou impactados pelo turismo, se nós fizermos uma conta pela conta satélite, talvez tenhamos números muito mais expressivos e talvez já tenhamos os dois dígitos”, acrescentou.

Ministério do Turismo celebra integração

A secretária executiva do Ministério do Turismo, Ana Carla Lopes, celebrou a presença do turismo no centro da mesa econômica e ressaltou a governança integrada como diferencial atual. “Por muito tempo, a economia e o turismo não eram colocados na mesma mesa. […] Nós somos, sim, parte dessa economia no Brasil e no mundo”, disse.

Lopes detalhou a composição e abrangência do Conselho Nacional do Turismo. “Que luxo nós temos de ter um Conselho Nacional de Turismo com mais de 90 entidades, para ser exata, 93 entidades, que representam companhias aéreas, mas que representam também o turismo de base comunitária”, ressaltou.

Ela defendeu crescimento paulatino e estruturado, recusando saltos desordenados de fluxo. “Eu não quero sair de 8 milhões para 15 milhões em um ano. Eu quero, sim, de maneira organizada, fazer com que o turismo continue sendo reconhecido não só por quem é da área, mas por várias outras como uma das principais atividades dos principais setores do Brasil”, assegurou.

Abav alerta para a economia limpa

Representando o trade das agências, Ana Carolina Dias Medeiros de Souza, presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), concordou com a importância do planejamento responsável e ressaltou a resposta rápida do setor no pós-pandemia. “Turismo imediatamente, ele dá rentabilidade, dá empregabilidade e resultado para todos os envolvidos e para os não envolvidos”, pontuou.

Souza criticou o turismo de massa predatório e recorreu ao contexto climático global como balizador de um novo padrão de convencimento. “Aquele turismo que vem aquele monte de pessoas, sai levando tudo, devastando principalmente a natureza. Esse turismo de massa não existe mais, não é mais bem-vindo no mundo inteiro”, avaliou.

Ela destacou a transversalidade econômica do turismo, alcançando inclusive setores industriais aparentemente desconectados. “Você imagina o seguinte: o que uma empresa que fabrica uniforme tem a ver com turismo? Nada, mas tem uniforme de restaurante, uniforme de hotelaria, uniforme do guia de turismo, uniforme da portaria de qualquer evento”, explicou.

Ela reforçou a relevância da convergência entre hotelaria, alimentação e o trabalho de conexão realizado pelas agências. “A parceria é muito intensa, e a agência de viagem é muito feliz de poder fazer toda essa conexão principalmente com hotelaria e restaurante, que são fundamentais para um turismo de sucesso”, concluiu.

A programação foi transmitida pelos canais do Valor Econômico, de O Globo e da Rádio CBN, veículos idealizadores da iniciativa, que conta com o patrocínio do Sistema Comércio, via Sesc e Senac, além das Federações Estaduais.

Assista à íntegra do debate:

Fonte Oficial: https://portaldocomercio.org.br/acoes-institucionais/turismo-no-brasil-cnc-setor-publico-e-trade-privado-debatem-caminhos-para-elevar-o-pib-e-a-sustentabilidade/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=turismo-no-brasil-cnc-setor-publico-e-trade-privado-debatem-caminhos-para-elevar-o-pib-e-a-sustentabilidade

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