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Just Climate de Al Gore reúne US$ 375 milhões para descarbonização em países emergentes

A Just Climate, plataforma global de investimentos cofundada pelo ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore, concluiu nova rodada de captação que trouxe US$ 200 milhões adicionais para sua estratégia voltada a setores de difícil transição energética. O montante eleva o total comprometido para US$ 375 milhões desde março de 2025, quando foram anunciados os primeiros US$ 175 milhões.

A estrutura desenvolvida pela gestora destina até 30% dos recursos para economias em desenvolvimento, priorizando Ásia e América Latina. Entre os mercados-alvo, Índia e Brasil aparecem como destinos centrais da alocação prevista.

Entre os novos participantes estão Achmea Investment Management, dos Países Baixos, Environmental Agency Pension Fund, do Reino Unido, e Royal Bank of Canada. Eles se juntam aos investidores iniciais CalSTRS, fundo de pensão dos professores da Califórnia, e Microsoft. A base de apoiadores inclui ainda family offices e instituições da Europa, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Eduardo Mufarej, co-diretor de investimentos da Just Climate e sócio da Generation Investment Management para a América Latina, observa que o apetite institucional por ativos climáticos cresceu.

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Clara Barby, sócia sênior da gestora, destaca que grandes investidores vêm ajustando portfólios diante da constatação de que riscos e oportunidades relacionados ao clima e à natureza tornaram-se mais concretos. Essas questões concentram-se justamente em setores que historicamente recebem pouca atenção dos fundos tradicionais dedicados à temática.

Barby esclarece que a Just Climate não opera um fundo convencional, mas uma estratégia capaz de receber aportes de forma contínua, com planos de expansão nos próximos meses. Paralelamente à estratégia global com alocação para mercados emergentes, a gestora trabalha com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para criar um veículo dedicado à América Latina, no qual a instituição multilateral seria investidora fundadora.

Just Climate mira setores negligenciados

Mufarej avalia que o Brasil tende a ocupar posição central nessa agenda tanto pelo tamanho do mercado agroalimentar, responsável por parcela significativa das emissões de gases de efeito-estufa, quanto pela relevância para a expansão global das empresas investidas. As companhias do portfólio já consideram o país entre os mercados prioritários.

A atuação local da gestora concentra-se em três eixos que respondem por parte relevante das emissões globais, mas ainda recebem pouca alocação climática. O primeiro abrange sistemas agroalimentares, especialmente agricultura de baixo carbono. O segundo envolve restauração florestal e uso do solo. O terceiro foca água e resíduos, com ênfase em gestão hídrica e aproveitamento de biomassa.

Segundo Mufarej, agricultura, florestas e resíduos somam entre 25% e 33% das emissões globais, mas respondem por apenas 5% a 10% da alocação em clima dos grandes investidores institucionais. A estratégia busca preencher essa lacuna, colocando recursos em modelos escaláveis que permitam impactos mensuráveis.

A Just Climate já realizou três investimentos desde o lançamento da estratégia. Embora a gestora não tenha divulgado os nomes das empresas, os aportes seguem a linha de atuação anunciada, privilegiando negócios que endereçam setores de difícil descarbonização em mercados emergentes.


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Fonte Oficial: https://startupi.com.br/just-climate-capta-us-200-milhoes/

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