O interesse pela adoção da Inteligência Artificial Generativa (IA) entre as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) e startups está em alta, mas a adoção ainda enfrenta barreiras significativas.
Pesquisa encomendada pela Dell Technologies ao Instituto Caldeira mostra que 59% das empresas ouvidas declararam que estão no estágio inicial de implementação, mesmo que 83% já façam uso da tecnologia em algum nível. O levantamento ouviu 121 empresas de pequeno e médio porte (incluindo startups) da comunidade do hub de inovação do Rio Grande do Sul.
De acordo com o estudo, 45% das PMEs e startups utilizam a IA Generativa de forma esporádica, enquanto 28% possuem uso integrado e apenas 10% trabalham no desenvolvimento ou fornecimento de serviços de IA. Já 17% dos entrevistados não utilizam ou não sabem o nível de adoção da tecnologia.
“As PMEs e startups estão ansiosas para inovar com IA, mas a jornada é complexa e exige mais do que apenas tecnologia. É fundamental que essas empresas, especialmente aquelas com recursos mais limitados, façam as escolhas certas de infraestrutura e soluções”, orienta o diretor de vendas para pequenas e médias empresas na Dell Technologies, Marcelo Pereira. Isso, segundo ele, vai ajudar a garantir que cada investimento traga o máximo retorno e acelere sua transformação digital sem desperdícios.
“Os dados mostram que a vontade de inovar com IA já existe, mas barreiras técnicas e de confiança ainda limitam PMEs e startups”, analisa a diretora de novos negócios e comunidade do Instituto Caldeira, Carolina Cavalheiro.
A gestora comenta que a capacitação é um ponto crítico, e cita iniciativas como o Ebulição IA, lançado em 2025 em parceria com Dell e Sebrae, que apoia startups no uso estratégico da tecnologia. Outra iniciativa nessa direção é a trilha de IA e Dados do Geração Caldeira, que prepara jovens do ensino público para as competências da nova economia.
O estudo mostra ainda que a otimização de processos é a principal motivação para o uso da IA Generativa, citada por 79% das startups, 71% das micro/pequenas empresas e 84% das médias empresas.
Para mitigar os desafios, 50% das médias empresas e 44% das micro e pequenas empresas afirmam estar investindo na melhoria da qualidade dos dados. Já entre as startups, a principal medida apontada é garantir escalabilidade suficiente das soluções (49%).
“A IA pode não ser o seu produto, mas ela vai impulsionar o seu propósito. Estamos diante de uma oportunidade única na história. É a maior reinvenção tecnológica das últimas décadas. Para PMEs e startups, este é o momento de ser pioneiro, destacando-se na adoção e integração da IA, pois o impacto para o negócio será imenso”, complementa Marcelo Pereira.
Os principais desafios enfrentados:
Segurança e proteção de dados: a cibersegurança é vista como o principal risco na adoção de IA por 31% das médias empresas, enquanto a preocupação ronda 15% das micro/pequenas e 18% das startups. O temor reflete uma possível imaturidade na área de dados e a necessidade de soluções confiáveis.
Falta de competência técnica: para as microempresas, a maior preocupação (33%) é com a falta de competência para lidar com IA, um desafio também presente em médias empresas (22%) e startups (26%). De acordo com o estudo, isso aponta para a demanda por capacitação e ferramentas mais acessíveis.
Acurácia e confiabilidade: startups temem mais a possível falta de acurácia (28%) das respostas fornecidas pelas ferramentas de IA – uma preocupação consistente entre todos os tipos de empresa (21% das micro ou pequenas e 28% das médias empresas), evidenciando a necessidade de modelos mais precisos e dados de qualidade.