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As consequências da mudança climática já são uma realidade na Amazônia

Em debate promovido pelo MCTI, pesquisador do Inpa alerta para os prejuízos que o bioma apresenta, como seca do Rio Negro, aumento da temperatura e escassez de chuvas

 

A Amazônia está vulnerável diante das mudanças climáticas, e as consequências do desmatamento na floresta já estão visíveis e chegando a um ponto não recuperável. A medição anual do Rio Negro, o maior afluente do Rio Amazonas, tem registrado a maior seca da história em 121 anos, um padrão que se repete no bioma amazônico com períodos de estiagem cada vez mais longos. O alerta foi dado pelo pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) Philip Fearnside, durante palestra na Casa da Ciência, em Belém (PA), na segunda-feira (18).

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Em sua apresentação na sede simbólica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), o especialista afirmou que, com temperaturas elevadas e escassez de chuvas, “nenhuma floresta tropical aguenta”. Segundo ele, baseado em pesquisas, o cenário mais crítico é o risco de a Amazônia entrar em colapso e atingir um ponto de não retorno em seu ecossistema no ano de 2050.

A floresta pode suportar um desmatamento de até 20% a 25% e conseguir se regenerar. Porém, a Amazônia já atingiu este patamar, especialmente no lado Leste. O pesquisador também alertou que os incêndios podem ser tão devastadores quanto o desmatamento, pois, com as temperaturas elevadas e a grande estiagem, o solo pode não conseguir se recuperar dos danos causados pela mudança climática.

Durante a palestra, o especialista ressaltou o perigo da mudança climática, desmatamento e incêndios combinados com a invasão biológica de espécies como o bambu do gênero Guadua. Essa planta se aproveita das alterações climáticas e se infiltra no ecossistema matando as árvores nativas. “O grande problema é que, quando há incêndios, ela se propaga como cipó. Ela forma grandes acúmulos que quebram os galhos e matam a árvore.”

O alerta de Fearnside se estende a todo o País, o pesquisador aponta que, se nada for feito pela preservação do bioma, a população pode sofrer com índices alarmante de altas temperaturas e mortalidade em massa em diversas regiões do Brasil devido ao calor extremo. Ele citou estudos que indicam a possibilidade de uma instabilidade crítica no clima e na vida dos brasileiros em 50 anos, caso as condições do bioma da Amazônia não se estabilize.

Casa da Ciência

A Casa da Ciência do MCTI, no Museu Paraense Emílio Goeldi, é um espaço de divulgação científica, com foco em soluções climáticas e sustentabilidade, além de ser um ponto de encontro de pesquisadores, gestores públicos, estudantes e sociedade. Até o dia 21, ela será a sede simbólica do ministério e terá exposições, rodas de conversa, oficinas, lançamentos e atividades interativas voltadas ao público geral. 

Fonte: gov.br/mcti/pt-br

Imagem: Internet

Fonte Oficial: https://portaldocomercio.org.br/diario-executivo/as-consequencias-da-mudanca-climatica-ja-sao-uma-realidade-na-amazonia/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=as-consequencias-da-mudanca-climatica-ja-sao-uma-realidade-na-amazonia

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