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Projeto de Confeitaria e Panificação transforma a realidade de comunidades em vulnerabilidade

Com seu início em 2018, o projeto social Confeitaria e Panificação, promovido pela Universidade Feevale, qualifica 41 pessoas ao final deste semestre. Com o apoio de 17 instituições da região do Vale do Sinos, semanalmente os participantes atuam em oficinas práticas, realizadas no Laboratório de Nutrição e Gastronomia, localizado no Câmpus II da Feevale, em Novo Hamburgo. 

Ao todo, mais de 500 pessoas já contemplaram o projeto, que iniciou a partir de demandas de instituições que procuravam a Feevale sinalizando que muitas pessoas atendidas por elas estavam desempregadas. As instituições queriam ver até que ponto a Feevale poderia auxiliar em alguma capacitação técnica, para que eles conseguissem a partir desse conhecimento gerar renda.

Durante o projeto, os partícipes envolvem-se em 10 oficinas, algumas teóricas, mas a maioria práticas, dentro dos Laboratórios de Gastronomia e Nutrição da Feevale. Lá, eles aprendem noções sobre higiene, técnicas específicas de panificação e confeitaria, e passam por oficinas sobre precificação e empreendedorismo. As atividades têm um objetivo claro, passar segurança para quem participa e fazer com que saiam com uma base sólida, para lidar com o mercado de trabalho.

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Com o auxílio dos professores, as oficinas são ministradas pelos próprios alunos da graduação, para que também sejam os protagonistas do projeto. Entre professores e alunos, a equipe normalmente gira em torno de 13/14 pessoas, sendo quatro professores, e o restante alunos.

Quem distribui as vagas para participar são as próprias instituições parceiras, que, em diálogo com a Feevale, comunicam quantas vagas teriam interesse. Normalmente, são oferecidas entre 30 e 40 vagas para o projeto. 

“Nós chamamos os diretores ou os assistentes sociais dessas instituições no início do semestre e cada instituição nos sinaliza quantas vagas teria interesse. As instituições distribuem essas vagas e são elas que vão nos seus territórios selecionar as pessoas. Nós, como projeto, não escolhemos quem vai participar. Quem vem são as pessoas que foram indicadas”, explica Simone Weschenfelder, líder do projeto e professora dos cursos de nutrição, gastronomia e farmácia

Segundo Simone, a ideia principal do projeto é qualificar a mão-de-obra, para que tenham acesso a uma qualificação técnica gratuita na área de confeitaria e panificação. Mas ao final do projeto, percebem que o atingido vai muito além disso.

Na conclusão do semestre, é realizada uma cerimônia de formatura com quem finalizou as atividades, Simone explica que escuta muitos relatos do tipo: “Nunca me imaginei dentro de uma universidade, através da participação desse projeto eu recuperei minha autoestima, vi que agora eu posso, que eu sou capaz”. Trabalhando com pessoas em estado de vulnerabilidade, Simone trata todos de maneira igual: “aqui dentro não tratamos ninguém de forma diferente, muito pelo contrário, tentamos acolher todo mundo independente do contexto. E isso é uma coisa que os componentes enaltecem muito “, diz.

Mesmo abordando todos de maneira igual, por se tratar de pessoas em situação de vulnerabilidade, são encontradas algumas necessidades especiais. “Conversamos com as instituições, até para entender melhor o contexto dessas pessoas que seriam integradas ao curso, para daí montar a metodologia. Quando a gente trabalha com uma comunidade em vulnerabilidade, muitas vezes há pessoas que não sabem ler e escrever, que às vezes não tiveram afeição naquele dia ainda. São pessoas com necessidades diferentes”, explica Simone.

Uma das instituições parceiras é a Ação Encontro, localizada no bairro Santo Afonso, em Novo Hamburgo, bairro com alto índice de vulnerabilidade e violência, a entidade é um serviço de convivência e fortalecimento de vínculos, focada no público adolescente, mas atuando também com suas famílias. A instituição atua dentro da rede política do SUAS (Sistema Único de Assistência Social).

O projeto Confeitaria e Panificação passa uma boa perspectiva para o empreendedorismo e para o incentivo à empregabilidade. “A Feevale é uma grande parceira nossa e já há algum tempo vem desenvolvendo e oferecendo projetos, cursos e capacitações. Nós confiamos muito no trabalho que desenvolvem, pensam no desenvolvimento de pessoas e visam sempre dar acesso a pessoas em situação de vulnerabilidade. Os participantes aqui do bairro, por vezes precisam de uma qualificação para o mercado de trabalho, incentivam também o empreendedorismo e a geração de empregos para as famílias atendidas”, diz José Felipe Fabiano da Silva, Diretor da Ação Encontro, que complementa, sobre as pessoas indicadas ao projeto: “nós compartilhamos por meio das redes e também nos contatos que temos, analisamos alguns perfis, e analisamos também quem poderia ter disponibilidade de continuar no projeto. Então, por vezes são pessoas que já têm algum vínculo conosco, que aí nós priorizamos, mas quando não têm, nós abrimos para a comunidade”, diz.

A parceria entre o projeto e a instituição é de longa data, durante um tempo, uma das formações ocorria semanalmente dentro da padaria da Ação Encontro. “A intenção dessas pessoas de saírem do nosso território para ir para universidade é uma outra temática, uma outra perspectiva que é muito boa também”, fala José.

 

Fonte Oficial: https://www.jornaldocomercio.com/cadernos/empresas-e-negocios/2025/11/1225870-projeto-de-confeitaria-e-panificacao-transforma-a-realidade-de-comunidades-em-vulnerabilidade.html

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