William Costa
Diretor de Engenharia, Reliability e Produto da UAPPI
Com a aproximação da Black Friday, um dos períodos mais esperados do varejo digital, o tema da cibersegurança ganha destaque. A data, marcada por um intenso volume de acessos e transações, também é acompanhada pelo crescimento expressivo das tentativas de golpe e ataques cibernéticos. Segundo projeções da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o setor deve movimentar R$ 234 bilhões em 2025 e alcançar R$ 343 bilhões até 2029, uma expansão média de 10% ao ano. Esse crescimento contínuo exige que a segurança acompanhe o ritmo da inovação. Investir em mecanismos de prevenção, auditorias técnicas e conformidade regulatória é uma estratégia para garantir a sustentabilidade dos negócios e a confiança do consumidor.
O cenário reforça a importância de preparar plataformas de comércio eletrônico para lidar não apenas com o aumento do tráfego, mas também com ameaças digitais cada vez mais sofisticadas. Para mitigar riscos e preservar a confiança dos consumidores, é fundamental adotar uma arquitetura de segurança em múltiplas camadas, monitoramento constante de acessos, autenticação multifator e conexões criptografadas. Sistemas antifraude integrados aos meios de pagamento também se mostram indispensáveis, uma vez que analisam padrões de comportamento, dispositivos e geolocalização antes da aprovação da compra. Esses mecanismos são muito relevantes em períodos de alto volume de transações, quando a pressão por rapidez pode abrir brechas para golpes e contestações.
A proteção de dados pessoais é outro pilar essencial. A conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) garante tratamento transparente, consentimento informado e rastreabilidade das operações. Medidas como anonimização de informações, controle rigoroso de acessos, auditoria de logins e uso de criptografia são práticas recomendadas para proteger informações sensíveis.
Com o avanço da digitalização e a expansão dos meios de pagamento eletrônicos, o Brasil figura entre os cinco países com maior número de tentativas de fraude online, especialmente no e-commerce. A segurança da informação deixa de ser apenas uma camada protetiva e passa a ser um fator estratégico, capaz de influenciar diretamente a performance e a reputação das empresas.
A Black Friday, mais do que uma vitrine de descontos, tornou-se também um grande teste de resiliência e credibilidade para o comércio eletrônico. As empresas que tratam a segurança como parte estrutural da experiência de compra demonstram compromisso com a privacidade e a proteção do cliente.