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Alckmin e Cappelli anunciam na COP30 expansão de plataforma de rastreio de materiais recicláveis

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, e o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, anunciaram nesta segunda-feira (17/11), no Pavilhão Brasil da COP30, a ampliação do Recircula Brasil, plataforma que rastreia e certifica a circularidade de materiais reciclados no país. Além da adesão da Associação Brasileira do Alumínio (Abal) à plataforma por meio de um Acordo de Cooperação Técnica assinado com a ABDI, o Recircula Brasil passa a contemplar outras cadeias industriais, como vidro, papel e têxtil.

A medida fortalece a logística reversa e a economia circular no Brasil com impactos positivos não apenas no meio ambiente, mas também na economia e no comércio internacional. Benefícios que, segundo Alckmin, se aplicam igualmente à redução do consumo de energia pela indústria, como exemplificou na cadeia do alumínio.

“À medida que eu pego a latinha e faço a reciclagem, ela precisa de muito menos energia para virar a lata de novo. Ela vai virar a lâmina de alumínio, a bobina, depois, e essa latinha vai ficar muito mais barata”, projetou.

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“No caso do alumínio, pode ser reciclada em infinitas vezes. Ela não perde o material do produto. Você pode fazer essa reciclagem n vezes, gerando emprego em toda a cadeia, economizando energia, tornando o produto mais barato e ajudando o meio ambiente, com menor emissão”, acrescentou o vice-presidente e ministro.

Para Cappelli, a ampliação do Recircula Brasil para o alumínio e outros segmentos consolida a plataforma, que já permitiu o rastreamento e a certificação de cerca de 50 mil toneladas de plástico reciclado com base em notas fiscais eletrônicas. “Esse é um momento muito importante porque a gente dá mais um passo na consolidação de uma plataforma que é referência, hoje, nacional.”

Paralelamente à redução de resíduos no meio ambiente, a ferramenta de rastreio, agora ampliada, reforça o posicionamento da indústria brasileira no comércio internacional. Segundo o presidente da ABDI, com igual controle da reciclagem em diferentes cadeias, a produção nacional ganha margem de ação para obter vantagens e proteção a eventuais barreiras não tarifárias. “A plataforma também garante um diferencial competitivo para a indústria, para os produtos brasileiros e um selo de sustentabilidade, um certificado para a nossa indústria.”

“Ao mesmo tempo”, prosseguiu o presidente da ABDI, “vai garantir produtos que, segundo pesquisa recente feita pela ABDI, cada vez mais o consumidor está atrás, usando a sustentabilidade como critério de escolha na hora da compra dos produtos”, complementou, com referência à pesquisa da ABDI e da Nexus divulgada em outubro, segundo a qual mais da metade dos brasileiros adota sustentabilidade como critério de compra.

Declaração de Belém

Também presente ao anúncio, a diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida, celebrou a ampliação do Recircula Brasil mencionando a Declaração de Belém, lançada na COP30 na última sexta-feira (14) – com adesão de 35 países e organizações internacionais, o documento consolida a agenda global de industrialização verde como caminho para enfrentar a crise climática.

“A plataforma Recircula é hoje patrimônio do Estado brasileiro e servirá ao planeta. Nasceu para enfrentar um problema estrutural que é de todos na economia”, disse a diretora. “A rastreabilidade, de dados confiáveis e de certificação independente que permitam ao Brasil avançar em circularidade, descarbonização e competitividade, é solução concreta dessa nova fase da política industrial brasileira.”

O potencial da plataforma na nova fase mencionada por Perpétua é relevante: desenvolvido pela ABDI em parceria com a Abiplast e operacionalizado pela Central de Custódia, o Recircula Brasil envolve mais de 300 fornecedores e clientes dos setores alimentício, de bebidas, da construção civil e de eletroeletrônicos, entre outros, apenas na cadeia do plástico.

Um dos principais atores envolvidos no processo – os catadores – foram lembrados pelo secretário Nacional de Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Adalberto Maluf. “A gente precisava de uma boa plataforma de rastreabilidade, uma plataforma transparente, que vai facilitar o trabalho da indústria e, ao mesmo tempo, garantir que a gente consiga monitorar desde a cooperativa”, disse, com atenção à inserção socioprodutiva de catadores cooperados.

Nova governança

A expansão da ferramenta também marca a inauguração de um novo modelo de governança de dados com a centralização das informações pela ABDI, medida que reforça a soberania e a governança pública sobre dados industriais estratégicos.

A nova estrutura assegura interoperabilidade nacional e um ponto único e padronizado de acesso para a fiscalização ambiental (MMA) e para a fiscalização da circularidade industrial (MDIC). Uma nova governança que prepara o caminho para que o Recircula Brasil seja reconhecido, ainda em 2025, como instrumento oficial de verificação das metas regulatórias de circularidade do plástico.

“Isso é um passo que demonstra que existe uma grande convergência e que ela é inédita nas agendas ambiental, industrial e também comercial do país. E é justamente essa convergência que o Recircula Brasil simboliza. O Brasil está dando um passo histórico, não só saindo na frente de forma pioneira na rastreabilidade nacional, mas também internacionalmente”, enfatizou a presidente da Abal, Janaína Dornas.

Para Janaína, a experiência do Recircula Brasil com o segmento do plástico – um caso de sucesso, segundo ela – promete atender ao grande desafio da cadeia de alumínio: a rastreabilidade, de que forma obter, de forma transparente, números a respeito de origem e de performance da cadeia de custódia.

“Ela [a plataforma] é uma referência não só pelo desenho, pelo monitoramento, pela fiscalização de políticas públicas de circularidade, mas também porque ela é uma ferramenta tecnológica. Ela é um instrumento de coerência entre políticas. Isso é algo realmente inédito”, completou Janaína.

ABDI na COP30

A ABDI participa da COP30 com uma programação voltada a evidenciar o papel da indústria na agenda climática. Com apoio da Daikin, a Agência apresenta um pavilhão de 70 m² na Green Zone, que promoverá 42 painéis temáticos sobre economia circular, bioeconomia, eficiência energética e instrumentos de financiamento para a transição produtiva, entre os dias 10 e 21 de novembro. O espaço conta com infraestrutura para recepção de delegações e atividades técnicas, incluindo conexão de alta velocidade via satélite de média órbita disponibilizada pela Telebras.

Além da atuação no pavilhão próprio, a ABDI integra debates no Pavilhão Brasil e na Zona Azul (Blue Zone), área onde ocorrem as negociações oficiais e a Cúpula de Líderes Mundiais, reforçando a colaboração institucional com ministérios, entidades empresariais, universidades e organizações dedicadas ao desenvolvimento sustentável.

Sobre a ABDI

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e tem como missão promover a transformação digital, a inovação e o desenvolvimento produtivo sustentável no Brasil. A ABDI atua conectando governo, empresas e academia para a construção de uma nova economia verde e inclusiva, baseada em conhecimento, tecnologia e sustentabilidade.

Foto: Cadu Gomes/VPR

Fonte Oficial: https://www.abdi.com.br/alckmin-e-cappelli-anunciam-na-cop30-expansao-de-plataforma-de-rastreio-de-materiais-reciclaveis/

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