O Pavilhão ABDI voltou a receber, nesta sexta-feira (14), quarto dia da COP30, em Belém, especialistas para debater agendas cruciais para o meio ambiente. As oportunidades e os desafios para que municípios amazônicos acessem recursos climáticos, aprimorem a governança e implementem ações de mitigação e adaptação às mudanças do clima integraram o primeiro debate do dia.
O painel “Do internacional ao local: próximos passos para o financiamento climático subnacional” tratou da urgência de fortalecer capacidades técnicas, estruturas institucionais e mecanismos de financiamento para que cidades amazônicas consigam transformar demandas locais em projetos financiáveis.
Para a assessora técnica da Diretoria de Planejamento do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Juliana Castro, uma das principais barreiras a financiamentos é a falta de projetos maduros, especialmente em municípios pequenos e médios. “A dificuldade de acesso não é só financeira. Muitas cidades ainda não têm estrutura técnica para elaborar projetos compatíveis com os protocolos internacionais”, afirmou.
Juliana discutiu o assunto com o professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e membro do Centro de Financiamento Climático para o Sul Global, Marcelo Diniz, a representante regional para América Latina e Caribe do Fundo Mundial para o Desenvolvimento das Cidades, Gabriella Ferreira, e a secretária de Planejamento de Jacareacanga (PA), Edileuza Viana.
Os painelistas reforçaram que o financiamento climático é essencial não apenas para reduzir drasticamente as emissões de CO₂, mas também para aprimorar a governança local, promover capacitação técnica contínua, criar modelos de financiamento mais flexíveis e valorizar o conhecimento territorial.
Mercado de carbono, financiamento climático e descarbonização
Os painéis seguintes trataram dos temas “Mercados de carbono e financiamento climático: instrumentos para a ação climática no Sul Global” – tema central no contexto da transição energética – e “Descarbonização no transporte: desafios e oportunidades na rota tecnológica do etanol, Waste-to-Energy como vetor de descarbonização e redução de emissões de metano”.
Os palestrantes pontuaram que transição energética não pode depender apenas da precificação de carbono ou de mecanismos de compensação. É necessária uma eletrificação ampla dos sistemas produtivos, acompanhada da substituição das fontes fósseis por energia renovável.
Fonte Oficial: https://www.abdi.com.br/pavilhao-abdi-na-cop30-debate-financiamento-climatico-na-amazonia/