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Bioindústria amazônica e inovação encerram debates da ABDI desta sexta-feira, na COP30

Bioindústria, valorização da biodiversidade, agregação de valor e fortalecimento das cadeias produtivas regionais foram alguns dos assuntos levados a debate no painel de encerramento desta sexta-feira, 14/11, no Pavilhão da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) na COP30.

O tema “Bioindústria Amazônica: Inovação com Identidade para uma Nova Economia” foi conduzido pela diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida.

Integraram a mesa de debate a pesquisadora chefe-adjunta do Centro de Pesquisa Embrapa Maranhão, Guilhermina Cayres Nunes; o presidente da Tetra Pak Brasil, Marco Dorna; o CEO da Tropical Inc., Victor Wanderley; a representante das quebradeiras de coco de Palmeirândia (MA) e sócia da Reflyta, Cornélia Rodrigues, conhecida como Nelinha do Babaçu; e o secretário de Agricultura Familiar do Maranhão, Pira do Pindaré.

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“A bioindústria amazônica é uma estratégia de soberania, inovação e justiça climática. O Brasil tem condições de liderar uma economia global baseada em natureza, ciência e tecnologia, desde que invista em políticas consistentes e na escuta ativa das comunidades”, disse Perpétua, antes de apresentar dados de um levantamento inédito realizado pela ABDI sobre a bioindústria na Amazônia.

A pesquisa da Agência mapeou mais de 11 mil empreendimentos, todos com potencial de atuação sustentável. De acordo com a diretora da ABDI, o cenário é promissor, pois na floresta reside um enorme potencial de geração de riqueza.

Não por acaso, o foco da Agência é transformar os milhares de empreendimentos identificados em bioindústrias consolidadas, gerando “uma economia que transforma a floresta, podendo gerar emprego, renda e dignidade, alinhando a conservação com o desenvolvimento de uma nova economia”, acrescentou Perpétua.

Os próximos passos para consolidar a bioindústria amazônica incluem novos estudos sobre espécies nativas, bioprocessos para agregação de valor e modelos de governança que unam ciência, empresas e comunidades.

Território, tradição e ciência

Como case de sucesso, o painel apresentou a experiência de Cornélia Rodrigues na transformação de uma receita tradicional de bebida do babaçu, presente há gerações em sua família, em um produto com potencial de escala industrial.

Nelinha compartilhou a história de superação que hoje se traduz no fortalecimento das quebradeiras de coco. Seu empreendimento transforma o babaçu em produtos como o leite vegetal atualmente comercializado pela marca do bem.

“Eu não faço caridade. Eu fiz negócio. A Reflyta não só garante a compra das amêndoas, mas também garante que as mulheres quebradeiras de coco, que mantêm uma tradição de mais de 400 anos, possam ter dinheiro no bolso para sobreviver, para ter dignidade”, explicou.

Dorna, por sua vez, detalhou o papel do Centro de Inovação ao Cliente da Tetra Pak Brasil no desenvolvimento da formulação e nos testes industriais. Ressaltou, também, os desafios técnicos para preservar a identidade sensorial da bebida durante a produção em larga escala.

O presidente da empresa tratou igualmente da busca por soluções que integrem inovação, sustentabilidade e apoio a sistemas alimentares mais inclusivos e da necessidade de as empresas assumirem compromissos de longo prazo com os territórios de origem da matéria-prima.

Foto: Bruna Mello

Fonte Oficial: https://www.abdi.com.br/bioindustria-amazonica-e-inovacao-encerram-debates-da-abdi-desta-sexta-feira-na-cop30/

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