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Apenas 16% dos líderes já criaram agentes de inteligência artificial, aponta levantamento da Afferolab

A evolução acelerada da inteligência artificial tem exigido das empresas novas formas de adaptação, mas a maioria das lideranças ainda não demonstra preparo para transformar tecnologia em resultados concretos. Essa é a principal conclusão do levantamento SkillShot #1, realizado pela Afferolab, consultoria de aprendizagem corporativa. O estudo indica que apenas 16,7% dos executivos já criaram ou configuraram um agente de IA, evidenciando o estágio inicial de adoção nas organizações.

O mapeamento mostra que 68% dos entrevistados afirmam conhecer ferramentas de IA, porém sem aplicá-las de forma prática. Outros 11% declaram ter capacidade de planejar projetos e estimar impactos. A discrepância entre familiaridade e execução reforça que o avanço tecnológico ocorre em ritmo superior à capacidade de adaptação das lideranças.

Para Alessandra Lotufo, sócia e Managing Director da Afferolab, o cenário revela um descompasso entre o entusiasmo com a tecnologia e a habilidade de operá-la de maneira estratégica. Segundo ela, ensinar uma máquina envolve compreender a própria lógica de decisão e refletir sobre propósito e ética. A especialista afirma que o processo de treinar um agente inteligente exige das lideranças uma revisão da forma como tomam decisões e estruturam suas práticas.

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Mais da metade dos participantes relatou possuir algum grau de familiaridade com IA, mas sem gerar impacto direto nos resultados. Apenas um terço das empresas indicou ganhos mensuráveis com a tecnologia. Para Lotufo, esse dado reflete o “presente desorganizado” das estruturas corporativas, marcadas por dados fragmentados e processos pouco integrados. Ela ressalta que a IA espelha o comportamento humano, reproduzindo padrões, valores e até vieses de quem a alimenta.

O estudo introduz o conceito de Maturidade Algorítmica, definido como a capacidade de desenvolver e governar sistemas inteligentes com consciência organizacional. Segundo Lotufo, essa competência será central no perfil de liderança do futuro. Ela explica que um agente autônomo, sem compreensão dos valores da empresa, representa um risco operacional. Por isso, treinar IA implica formar líderes capazes de traduzir princípios corporativos em códigos e decisões estruturadas.

O levantamento também identificou resistência em delegar tarefas decisórias à tecnologia. Metade dos líderes afirmou sentir desconforto ao permitir que sistemas façam avaliações de desempenho, embora 80% não vejam problema em usar automação para calcular bônus. A diferença, segundo a executiva, reflete o receio de perder influência sobre questões humanas, que exigem interpretação contextual e empatia.

Lotufo avalia que o desafio está em equilibrar eficiência e identidade organizacional. A maturidade algorítmica, afirma, consiste em desenvolver gestores que saibam treinar, revisar e supervisionar agentes inteligentes, garantindo que decisões automatizadas mantenham coerência com a cultura interna.

Nova lógica de desenvolvimento profissional

Os resultados do SkillShot #1 reforçam uma tendência global: a transição para um modelo de trabalho skill-based, no qual o valor profissional depende das competências reais de gerar resultados. Nesse cenário, a habilidade de dialogar com sistemas inteligentes, compreender seus limites e estruturar jornadas de aprendizado mediadas por algoritmos torna-se um diferencial competitivo.

A Afferolab aponta que o uso produtivo da IA exige clareza de propósito, governança de dados e alinhamento entre estratégia e cultura. Lotufo destaca que, mesmo diante da sofisticação tecnológica, o papel humano permanece essencial. Segundo ela, a IA amplia o que está organizado, mas também expõe lacunas e incoerências das estruturas corporativas.

O levantamento conclui que a evolução da IA nas empresas dependerá menos da velocidade de adoção e mais da capacidade de traduzir conhecimento em prática. A transformação tecnológica, afirma a executiva, só será efetiva quando as lideranças aprenderem a treinar algoritmos com propósito, coerência e consciência organizacional.


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Fonte Oficial: https://startupi.com.br/inteligencia-artificial-levantamento-afferolab/

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