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Carreira global começa com planejamento financeiro inteligente

*Por Eduardo Garay

Cada vez mais brasileiros sonham em ampliar suas fronteiras profissionais. Para se ter uma ideia, uma pesquisa divulgada no The Developers Conference (TDC) revelou que mais de 60% dos profissionais de TI do país têm interesse em trabalhar no exterior. As motivações são diversas: flexibilização da rotina, contato com novas culturas organizacionais e, claro, salários em dólar ou euro, que resultam em ganhos mais robustos quando comparados aos vencimentos em real. No entanto, por trás da promessa de maiores rendimentos, existe um terreno cheio de detalhes e riscos que não podem ser ignorados.

Um dos principais problemas está na forma como muitos começam a receber seus rendimentos. É comum que profissionais iniciem a jornada internacional como pessoa física, sem formalizar a relação por meio de contratos ou emissão de notas fiscais. Essa escolha, apesar de parecer mais simples no início, pode sair cara, já que o Imposto de Renda da Pessoa Física pode chegar a 27,5%, dependendo da renda total.

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Uma alternativa mais vantajosa, na maioria dos casos,é abrir um CNPJ e emitir notas fiscais como exportação de serviços. Essa decisão traz vantagens importantes, como a alíquota mais baixa do Simples Nacional, que começa em 6%, além da isenção de tributos como PIS, Cofins e ISS. A carga tributária, nesse modelo, costuma ser significativamente menor que a da pessoa física.

Receber em moeda estrangeira também não significa automaticamente ganhar mais. Flutuações cambiais podem impactar bastante a renda mensal e, em alguns casos, corroer a sensação de estabilidade. Por isso, é essencial escolher canais de pagamento transparentes, buscar reduzir taxas de conversão e considerar estratégias para minimizar a volatilidade.

Mesmo quando o pagamento vem de uma empresa estrangeira, a declaração no Brasil continua obrigatória. A boa notícia é que, como a receita é registrada como exportação de serviços, não há cobrança de impostos no país contratante, evitando assim a dupla tributação. Para garantir tranquilidade, contar com uma contabilidade especializada pode fazer toda a diferença, trazendo clareza sobre regimes tributários e ajudando a evitar erros comuns.

Outro ponto positivo vem do setor financeiro. Nos últimos anos, o Banco Central flexibilizou regras de câmbio, permitindo a entrada de fintechs no mercado. O resultado foi uma concorrência saudável, que reduziu custos e simplificou processos. Hoje já é possível receber pagamentos do exterior de forma 100% digital, com menos burocracia e mais agilidade, algo que antes até grandes bancos tradicionais tinham dificuldade em oferecer.

A internacionalização da carreira sem sair do Brasil é um passo importante e o sonho de muitos profissionais. Mas esse movimento precisa ser encarado com planejamento, consciência e pés no chão. Ganhar em moeda forte só se traduz em vantagem real quando se evitam as armadilhas escondidas entre impostos, câmbio e burocracia. Com informação e estratégia, trabalhar para o exterior pode deixar de ser apenas um desejo distante e se tornar um caminho sólido para crescimento profissional e financeiro.

*Eduardo Garay é CEO e fundador da TechFX, principal plataforma de câmbio para brasileiros que trabalham para empresas do exterior. Com mais de 10 anos de experiência, o executivo acumula passagens por grandes companhias financeiras, como a XP Investimentos, sendo responsável por desburocratizar serviços com a aplicação da tecnologia e inovação.


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Fonte Oficial: https://startupi.com.br/carreira-global-planejamento-financeiro/

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