O desenvolvimento econômico passa, necessariamente, por um olhar de longo prazo. E isso significa desenvolvermos a capacidade de focar não apenas os modelos de negócios, tecnologias e mentalidade que nos trouxeram até aqui, mas vislumbrar os próximos passos que precisam ser dados na direção dessa construção de futuro.
Mais de 300 lideranças empresariais e políticas participaram na semana passada do encerramento da terceira temporada do Mapa Econômico do RS, projeto liderado pelo Jornal do Comércio. O encontro aconteceu na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), e a necessidade de o Rio Grande do Sul avançar a sua competitividade a partir da inovação e das novas tecnologias esteve na pauta.
A diretora de Ambientes de Inovação da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Andréia Dullius, destaca que, para isso acontecer, é fundamental mobilizar não apenas os atores econômicos, mas também a sociedade civil, o próprio governo e todas as estruturas da sociedade.
“Precisamos pensar juntos nas soluções que existem e ainda não existem para, justamente, atender essas demandas. O desenvolvimento econômico passa por inovação tecnológica, para que a gente consiga dar os saltos necessários, mas também por um olhar humano, de forma que tudo esteja conectado”, analisa.
O desafio, comenta Andréia, é conseguir conectar esses diferentes olhares. “Precisamos sentar à mesa juntos, reunir essas diferentes visões e focar na decisões e investimentos que precisam ser feitos olhando para o médio e longo prazo. É complexo, mas necessário, e eventos como esse, que olham para o que está acontecendo no Estado de forma ampla são cruciais”, aponta a gestora.
Para a diretora-geral do Sesi-RS, Senai-RS e IEL-RS, Susana Kakuta, o futuro está na inovação e nas novas competências que precisam ser construídas no Rio Grande do Sul. É um dos pilares disso são os talentos.
“De um lado precisamos recapacitar a indústria tradicional, que nos trouxe até aqui e que é exportadora e diversificada, com esses novos conhecimentos e também introduzir novas economias do Estado, essas baseadas na economia do conhecimento, como a biotecnologia, a nanotecnologia e a Inteligência Artificial”, avalia.
O CEO da Cigam e presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de NH, EV,CB,DI, Robinson Oscar Klein, destaca o fato de o Rio Grande do Sul ser, conforme diversos rankings, um dos estados mais inovadores do Brasil. “Temos bons predicados aqui e uma cultura muito forte de realizar, sermos disciplinados e uma mão de obra de muita qualidade”, diz, citando os diversos ambientes de inovação espalhados pelo RS.
O que falta? Melhorar a questão de infraestrutura. “Tivemos um problema grave com as enchentes, passou um ano e muitas coisas não foram resolvidas. Para atrair grandes investimentos para o Estado, não podemos, por exemplo, correr o risco de novamente ficarmos olhados, sem aeroporto. É fundamental ter mais agilidade para resolver essas questões”, alerta.
O empreendedor Marcelo Klarmann, CEO da Rede&Imagem Tecnologias, destaca os movimentos que precisam ser acelerados. “Se não olharmos para o desenvolvimento do RS a partir das novas tecnologias, da inovação e de uma nova mentalidade para os negócios, vamos ficar para trás”.
O diretor presidente do Badesul, Claudio Gastal, comentou que está se formando na Região Metropolitana de Porto Alegre uma espécie de cinturão de tecnologia. “Temos empresas de data centers, operações de chips e os ambientes de inovação como Tecnopuc, Tecnosinos e Instituto Caldeira, além dos próprios investimentos do Badesul nas startups gaúchas. Há uma convergência de fatores que hoje faz com que essa região e a Região dos Sinos nesse tema da tecnologia”, analisa.
Fonte Oficial: https://www.jornaldocomercio.com/colunas/mercado-digital/2025/11/1224936-saltos-no-desenvolvimento-passam-por-inovacao-e-pessoas.html