*Por Aluísio Cirino
Todos os anos, quando a Black Friday se aproxima, vejo marcas correndo para oferecer o menor preço. É como se, em poucas semanas, todo o trabalho de um ano inteiro se resumisse a uma disputa de cifras. Mas será que isso é o suficiente para conquistar e reter clientes?
Eu acredito que não.
A relação entre consumidores e empresas não se sustenta apenas no preço. Desconto atrai, claro, mas também é facilmente substituído: amanhã pode haver uma promoção ainda maior em outro lugar. O que realmente permanece é a experiência que o cliente vive em cada interação.
Quando falo em experiência, não me refiro apenas a um bom atendimento no ponto de venda ou a uma entrega rápida. Falo de algo mais profundo: confiança, conexão e relevância. O consumidor de hoje quer sentir que a marca o conhece, o respeita e o valoriza. Quer fazer parte de uma história que vá além de uma compra pontual.
É por isso que vejo a Black Friday como uma oportunidade muito maior do que liquidar estoques. É o momento de criar experiências que encantem e fidelizem, que façam o cliente voltar mesmo depois que a temporada de descontos terminar. É oferecer um atendimento personalizado, pensar em benefícios contínuos, em programas que recompensem a lealdade, em construir uma relação de longo prazo.
Alguns exemplos que funcionam são:
- Programas de fidelidade bem estruturados: em vez de oferecer apenas descontos agressivos, o varejista pode transformar cada compra da Black Friday em pontos ou benefícios que o cliente acumula e utiliza ao longo do ano. Assim, a atração de novembro se estende em forma de recompensas contínuas.
- Experiências exclusivas para clientes fiéis: criar categorias especiais dentro do programa de fidelidade que ofereçam acesso antecipado a promoções, brindes personalizados ou convites para eventos. O cliente sente que faz parte de um grupo valorizado, e isso aumenta a percepção de pertencimento.
- Personalização baseada em dados: não se trata de mandar o mesmo cupom para todos, mas de usar inteligência para oferecer vantagens relevantes para cada perfil de cliente. Se eu compro mais no setor de tecnologia, faz sentido receber benefícios nessa categoria, e não em moda, por exemplo.
- Benefícios que extrapolam o momento da compra: cashback em novas aquisições, cupons válidos para outros períodos do ano ou até experiências que unem varejo e serviços (como acesso a streaming, delivery ou academias).
No fim das contas, um desconto qualquer um pode dar. Mas experiência, confiança e vínculo verdadeiro são diferenciais que não se copiam com facilidade. E é exatamente isso que transforma um comprador de ocasião em um cliente de anos.
A Black Friday passa, mas a relação construída com o cliente fica. E é nisso que acredito.
*Aluísio Cirino é CEO e fundador da Alloyal
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Fonte Oficial: https://startupi.com.br/transformar-black-friday-relacionamentos-duradouros/