A interiorização do consumo digital brasileiro alterou o mapa das vendas online no terceiro trimestre de 2025. Dados do Mapa da Logística, produzido pela Loggi, revelam que pequenas e médias empresas sediadas em metrópoles como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e Brasília aumentaram em 194% o envio de mercadorias para municípios como Niterói, Ribeirão Preto, Sorocaba, São José dos Campos e Vila Velha.
O movimento demonstra como a digitalização do varejo ultrapassou as fronteiras dos grandes centros urbanos, estabelecendo novos fluxos comerciais que dependem diretamente da infraestrutura de transporte e distribuição. A conexão entre diferentes regiões tornou-se elemento central para a expansão dos negócios digitais.
Outro indicador relevante aponta crescimento de 80% no volume de encomendas originadas em localidades como São José dos Pinhais, Brusque, Joinville, Serra e Londrina, destinadas a Santos, Jundiaí, Uberlândia, Maringá e São José do Rio Preto. Os números evidenciam que municípios fora das capitais consolidaram-se simultaneamente como polos emissores e receptores, ampliando a circulação de produtos distantes das áreas metropolitanas.
A estratégia operacional dos empreendedores também passou por transformações. O uso de pontos de recebimento para despacho de encomendas, os chamados PUDOs (Pick up and Drop off points), registrou aumento de 22% entre o segundo e o terceiro trimestre. A modalidade atrai pela redução de custos operacionais e pela maior capilaridade, permitindo que vendedores acessem infraestrutura compartilhada em vez de manter estruturas próprias.
Pela primeira vez, o levantamento incluiu projeções específicas para a Black Friday, utilizando análises preditivas e inteligência de dados do último ano. As regiões Sudeste e Sul aparecem como principais centros logísticos do evento, tanto na origem quanto no destino das entregas. As regiões Nordeste e Centro-Oeste, por sua vez, devem registrar aumento expressivo na movimentação, refletindo a expansão geográfica do mercado digital.
Entre as categorias com maior potencial para a data estão cosméticos e perfumaria, vestuário e moda, calçados, eletrônicos e informática, artigos esportivos e alimentos. Segmentos como joias e bijuterias, jogos e brinquedos, além de papelaria, livraria e impressão gráfica também podem ganhar destaque, evidenciando diversificação no perfil de compras e oportunidades para negócios de diferentes nichos.
O estudo projeta variações no valor médio por pedido conforme o porte do negócio. Grandes marcas devem registrar ticket médio de R$ 197, enquanto pequenos negócios podem alcançar média de R$ 184. Nos grandes marketplaces, o valor tende a ser menor, com média de R$ 106, o que reforça o posicionamento das PMEs e marcas independentes em categorias de maior valor agregado.
No recorte regional, o Centro-Oeste consolidou-se como área estratégica, com Goiás liderando o ranking de crescimento no trimestre, com alta de 202%. O eixo Sul-Sudeste concentrou a maior quantidade de estados entre as cinco maiores taxas de expansão no período, com estreia do Paraná, que registrou avanço de 15%.
No Nordeste, Bahia, Ceará e Pernambuco firmaram-se como polos relevantes para envio e recebimento de mercadorias. A região Norte também avançou: Rondônia integrou, pela primeira vez, a lista dos dez estados que mais recebem encomendas, sinalizando ampliação da malha nacional.
As regiões Sudeste e Sul destacaram-se pela maior presença de PMEs, com 13% e 22%, respectivamente, superando as grandes marcas, que registraram 11% e 12% nessas mesmas áreas. A categoria com maior taxa de expansão no trimestre foi a de artigos esportivos, com 150%. No primeiro semestre, os destaques foram óticas (310%), Santa Catarina (281%) e pequenos negócios (61%).
Datas comemorativas provaram ser grandes impulsionadoras das vendas digitais. A Semana do Dia dos Pais registrou a maior movimentação do trimestre, com 2,7 milhões de encomendas entregues, representando 17% de todos os envios realizados no período.
Na Semana do Dia do Cliente, o comércio eletrônico movimentou mais de 2,5 milhões de pacotes em todo o país. Os pequenos negócios foram protagonistas, com aumento de 68% nos envios em comparação a 2024.
A performance nesses períodos reforça que ações de relacionamento, campanhas personalizadas e proximidade com o consumidor são diferenciais competitivos para as PMEs, que vêm ampliando sua participação em datas comemorativas e consolidando presença no calendário do varejo digital brasileiro.
Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!
Fonte Oficial: https://startupi.com.br/pmes-vendas-online-interior-brasil/