O avanço da Inteligência Artificial generativa tem facilitado a produção de documentos falsos com precisão visual antes impossível, segundo especialistas reunidos no Cyber Security Summit 2025. A tecnologia que promove inovação também expande superfícies de ataque digital, criando desafios inéditos para governos e corporações.
Andrew Bindner, veterano da Marinha norte-americana e consultor certificado em segurança digital, apresentou análise sobre como ferramentas generativas permitem falsificar passaportes, carteiras de identidade e outros documentos oficiais. O especialista destacou que qualquer pessoa com acesso a essas plataformas pode produzir materiais visualmente idênticos aos originais.
Com mais de uma década de experiência em inteligência e defesa, Bindner enfatizou que o mesmo poder computacional usado para proteção está sendo explorado por criminosos. A capacidade de gerar imagens, vozes e assinaturas digitais convincentes compromete processos de autenticação remota e verificação online de identidades.
Durante o encontro, Bindner classificou a situação como uma corrida tecnológica entre defensores e atacantes. Segundo sua avaliação, a diferença entre caos e proteção depende da velocidade com que instituições conseguem responder às ameaças emergentes. O palestrante defendeu cooperação internacional e investimento em educação como medidas fundamentais para conter a expansão das falsificações.
Inteligência artificial redefine desafios da cibersegurança corporativa
Vitor Garcia, responsável pela segurança da informação na Embraer, abordou aplicações criminosas da IA generativa. Em sua apresentação sobre implementação prática de cibersegurança, Garcia explicou que a tecnologia está sendo empregada na produção de deepfakes, áudios fraudulentos e mensagens de phishing sofisticadas, além do desenvolvimento de códigos maliciosos.
O executivo observou que sistemas projetados para automatizar tarefas corporativas podem ser reconfigurados para gerar malware ou vídeos capazes de enganar sistemas biométricos. Apesar dos riscos, Garcia ressaltou que a IA também oferece recursos defensivos, permitindo que analistas identifiquem padrões suspeitos e vulnerabilidades com maior agilidade.
A Polícia Federal brasileira também participou do debate. Ivo Peixinho, da Diretoria de Crimes Cibernéticos, apontou comunicação estratégica como principal desafio organizacional. Segundo o representante, garantir apoio e investimentos contínuos requer capacidade de traduzir questões técnicas complexas para conselhos administrativos e lideranças corporativas.
Peixinho utilizou metáfora esportiva para ilustrar eficácia da proteção digital: quando bem-sucedida, a cibersegurança passa despercebida, assim como arbitragem competente em campo. O representante federal enfatizou ainda que defesas robustas dependem de colaboração entre diferentes áreas organizacionais.
O evento reuniu executivos de grandes empresas e profissionais especializados em segurança da informação para discutir adaptações necessárias diante da transformação tecnológica. As discussões evidenciaram que a IA representa simultaneamente ferramenta de inovação e vetor de risco ampliado.
Bindner destacou necessidade de estratégia global integrada, combinando avanços tecnológicos, regulação adequada e conscientização pública. Para o consultor, segurança cibernética transcende aspectos técnicos, envolvendo questões de confiança institucional, soberania nacional e arquitetura do futuro digital.
Os palestrantes concordaram que políticas robustas de proteção de dados e diretrizes éticas para uso de IA devem ser prioridades para governos e setor privado. A velocidade com que criminosos adotam novas tecnologias exige respostas igualmente ágeis de instituições defensivas.
O consenso entre especialistas aponta para momento crítico, no qual decisões tomadas hoje definirão contornos da segurança digital nas próximas décadas. A capacidade de equilibrar inovação tecnológica com proteção adequada determinará se a IA funcionará predominantemente como aliada ou vulnerabilidade para sociedades conectadas.
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Fonte Oficial: https://startupi.com.br/inteligencia-artificial-amplia-riscos-falsificacao/