Por Lito Aguiar
O Vale do Silício foi sinônimo de avanço em inteligência artificial por muito tempo. Mas em 2025, o mapa global mudou (e rápido). A China passou de “competidora emergente” a protagonista, lançando uma série de modelos que rivalizaram com os ocidentais, e até começaram a superá-los em eficiência, custo e velocidade de adoção.
Não é coincidência. A corrida chinesa pela IA ganhou força com o sucesso da DeepSeek, que virou símbolo da capacidade local de inovar mesmo sob restrições de chips e regulação. Mas o mais interessante é o que veio depois. Este ano, um novo grupo de players consolidou a “segunda onda” da IA chinesa: mais pragmática, integrada e agressiva no mercado.
A seguir, o Top 5 IAs chinesas que estão movimentando 2025, por inovação técnica e pelo impacto estratégico que podem gerar nas empresas globais.
1. DeepSeek R1 — o ponto de inflexão
A DeepSeek foi o estopim. O modelo R1, lançado no início de 2025, consolidou o conceito de “IA de alta performance com custo reduzido”.
Enquanto os grandes players ocidentais competem por escala computacional, a DeepSeek apostou na eficiência arquitetural: menos parâmetros, mais otimização.
Seu segredo está na integração com hardware nacional, adaptado a chips Huawei (CANN), provando que é possível competir sem depender da Nvidia.
Mais do que um avanço técnico, o R1 é um marco geopolítico; um recado claro de que a China encontrou seu caminho próprio na IA.
2. Moonshot AI Kimi K2 — contexto infinito e mentalidade de produto
Se a DeepSeek representa o “hardware inteligente”, a Moonshot AI traz o oposto: software expansivo.
O Kimi K2, lançado em 2025, elevou o conceito de contexto ampliado a outro patamar: processa janelas de milhões de tokens com arquitetura Mixture of Experts (MoE) e aprendizado contínuo.
Mas o diferencial não está apenas na engenharia. A Moonshot se posicionou como marca de consumo, transformando o modelo em assistente cotidiano, com versões para criadores, equipes e automações corporativas.
É o ChatGPT com cara de produto chinês: rápido, acessível e pensado para escala massiva.
3. Zhipu AI (Z.ai) — o agente que pensa e executa
A Zhipu AI, agora rebatizada como Z.ai, lançou em 2025 o AutoGLM Rumination, um agente gratuito capaz de buscar informações, planejar e gerar relatórios de forma autônoma.
Seu modelo base, o GLM-Z1 Air, é uma evolução do já conhecido GLM-4, com foco em eficiência e integração com sistemas corporativos.
O movimento da Z.ai é estratégico: ao oferecer uma IA completa de forma gratuita, ela busca volume de uso e domínio de ecossistema, não apenas faturamento direto.
O que o ChatGPT faz via API paga, o AutoGLM começa a fazer com acesso aberto e lógica de plataforma.
4. MiniMax M1 — IA multimodal com mentalidade de infraestrutura
A MiniMax não é nova, mas seu salto em 2025 com o modelo M1 a colocou entre as gigantes.
O M1 combina texto, voz e vídeo num mesmo pipeline de geração, com contexto de até 1 milhão de tokens e uma tecnologia batizada de lightning attention, que reduz o custo computacional em até 40%.
Na prática, isso significa IA generativa acessível em escala corporativa, algo que poucas empresas no mundo conseguiram entregar.
Além disso, sua linha de produtos, como Talkie (assistente de voz) e Glow (avatar interativo), mostra que a MiniMax quer ocupar o espaço onde OpenAI, Meta e Anthropic ainda patinam: a interface real entre pessoas e máquinas.
5. Kling AI — o “Sora chinês” em velocidade de produção
Fechando a lista, a Kling AI, subsidiária da Kuaishou, acelera o mercado de vídeo generativo com um ritmo impressionante.
Após o sucesso da versão pública em 2024, o Kling 2.1, lançado em meados de 2025, trouxe renderização realista em tempo real, rivalizando com o Sora, da OpenAI.
A principal diferença é que a Kling já nasceu integrada ao ecossistema de conteúdo da Kuaishou, ou seja, com distribuição imediata e milhões de usuários testando em tempo real.
É a união de duas forças chinesas clássicas: tecnologia e escala.
O que tudo isso significa
O avanço chinês não é mais que técnico. É estratégico!
Enquanto o Ocidente se concentra em “grandes modelos” centralizados, a China aposta em diversificação e velocidade de ciclo: dezenas de empresas lançando versões otimizadas, segmentadas e adaptadas à sua base local de usuários.
Em outras palavras, a China está criando um ecossistema de IA pragmático, onde eficiência vale mais que grandiosidade.
E isso tem impacto direto no mercado global. De startups a grandes corporações, todos precisarão observar de perto o que acontece em Pequim e Shenzhen para entender como competir num mundo onde a IA não é mais privilégio do Vale do Silício.
Lito Aguiar é CEO da Hublue. Especialista em marketing, vendas e tecnologias de crescimento, atua com foco em dados, performance e inovação aplicada para escalar negócios de forma previsível.
A inovação não para! Seguimos juntos transformando visão em escala.
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Fonte Oficial: https://startupi.com.br/deepseek-kimi-5-ias-chinesas/