Varejo deve agir com cautela diante de cenário econômico instável, orienta Sincomercio Ourinhos

O comportamento mais lento da economia e as incertezas internas e externas reforçam a necessidade de prudência das empresas varejistas neste fim de ano. Com crescimento moderado do Produto Interno Bruto (PIB), inflação ainda acima da meta e consumo em retração, o Sindicato do Comércio Varejista de Ourinhos e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) ressaltam que o momento exige equilíbrio para garantir a sustentabilidade financeira dos negócios.  

Esse foi um dos temas do encontro da Regional Oeste do Conselho do Comércio Varejista (CCV) da FecomercioSP, realizado no Sincomercio Ourinhos, no dia 08 de outubro. Durante a reunião, foram apresentados sinais consistentes de perda de fôlego da economia. De acordo com o IBGE, o PIB cresceu 2,5% no primeiro semestre de 2025, mas desacelerou para 0,4% no segundo.  

Quanto aos preços, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses até setembro (5,17%) permanece acima do teto da meta, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) avançou 5,10% no mesmo período — referência direta para negociações salariais. O custo do dinheiro segue elevado, com a Selic em 15% ao ano, o maior patamar desde 2006, o que encarece capital de giro e alonga a recuperação do consumo. 

Segundo Kelly Carvalho, assessora econômica da FecomercioSP, os empresários precisam olhar para esse contexto antes de avançar em decisões de investimento. “A combinação de juros altos, endividamento recorde e perda de confiança do consumidor forma um ambiente delicado. O momento requer bom senso na condução das atividades das empresas, inclusive identificando a reavaliação do seu planejamento”, orienta. 

O evento — que teve como anfitrião o presidente do Sincomercio Ourinhos, Frednes Correa Leite — contou com a participação do presidente em exercício da FecomercioSP, Ivo Dall’Acqua Júnior, do assessor jurídico Paulo Igor Alves de Souza e da assessora Kelly Carvalho, ambos também da Federação, além do presidente do CCV e do Sincomercio Araraquara, Antonio Deliza Neto. Também estiveram presentes representantes de outros 11 sindicatos patronais pertencentes à Câmara Regional Oeste do Conselho do Comércio Varejista da Federação nas cidades de Osvaldo Cruz, Palmital, Assis, Pontal do Paranapanema, Andradina, Adamantina, Tupã, Marília, Lucélia, Assis e Presidente Prudente. 

Novas regras para a licença-maternidade

Outro destaque da reunião foi a recente alteração nas legislações trabalhista e previdenciária referente à licença-maternidade. A nova Lei 15.222/2025 modificou o artigo 392 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), introduzindo o parágrafo 7º, que amplia o prazo do benefício em situações específicas. 

Paulo Igor destacou que a mudança traz consigo um impacto social relevante nos casos de internação prolongada. “A nova redação da CLT prevê que, quando houver internação da mãe ou do recém-nascido por mais de duas semanas, o período de licença poderá ser estendido em até 120 dias após a alta médica da mãe e do recém-nascido, desde que comprovado o nexo com o parto. No entanto, há de se destacar também os efeitos econômicos indiretos, especialmente aos micros e pequenos estabelecimentos.”  

O assessor ainda afirmou que os empresários devem ajustar seus procedimentos internos para atender à nova norma. “É importante que as empresas acompanhem essas atualizações legais, pois o cumprimento das regras trabalhistas é essencial para garantir segurança jurídica nas relações de trabalho”, reforçou. 

Frednes Correa Leite, presidente do Sincomercio Ourinhos, que sediou o encontro, destacou a importância da troca de informações e do alinhamento estratégico promovidos pela Câmara Regional. “Esses encontros fortalecem o diálogo entre os sindicatos e a Federação, permitindo que o varejo regional esteja preparado para lidar com os desafios econômicos e legais do momento”, afirmou. Além das discussões econômicas e jurídicas, o encontro serviu para aproximar ainda mais os sindicatos da região, reforçando a importância da representatividade e da união do setor.